32

1005 Palavras

Brasa narrando Já era tarde da tarde quando eu saí de casa. Os calmante tavam batendo leve, mas eu já tava no automático. Botei a Glock na cintura, puxei o boné pra frente e fui de ponto em ponto, passando nas boca tudo, recolhendo a porcentagem da semana. Os menino já tavam esperando. Ninguém atrasa comigo. Ninguém paga meia. Ninguém chora. A favela tava acesa, o povo na rua, papo indo e vindo nos beco. Os vapor me cumprimentando, baixando a cabeça, fazendo o gesto com respeito. Como tem que ser. Só que eu não sou burro. Enquanto eu ia andando, eu via as conversinha miúda rolando. Os cochicho. As risadinha abafada quando eu já tinha passado. Tudo sobre ela. Sobre a filha da Dona Rosa. Sobre a Sol. Não falei nada. Fingi que nem ouvi. Mas ouvi. Ouvi tudo. — Tá ligado que ela voltou, né?

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR