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909 Palavras

Dona Rosa narrando A porta automática do shopping se abriu, e eu senti logo um negócio no peito. Um aperto esquisito, um calor subindo do estômago. Era ar-condicionado, mas meu corpo inteiro parecia quente, como se eu não pertencesse àquele lugar. Luz demais, loja demais, tudo brilhando, tudo caro. Só os meus pés ali, dentro daquela rasteirinha velha, já entregavam que eu era de outro mundo. Um mundo que não combinava com aquele chão liso e espelhado. — Anda, mãe — a Sol falou puxando meu braço, com aquele jeito dela de quem não espera resposta. Eu fui. Não porque eu queria, mas porque eu não conseguia dizer não. Ela tava feliz. E era raro ver a minha filha daquele jeito, com brilho no olho. Eu não ia apagar aquilo. A primeira loja já parecia uma vitrine de novela. Um monte de manequim

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