23

1066 Palavras

INGRID NARRANDO Era mais de duas da manhã quando eu destravei o portão com cuidado, na pontinha do pé. A casa tava um silêncio de cemitério, minha mãe dormindo no sofá com a TV ligada em volume baixo, e eu saindo na miúda pra encontrar o Leléo. A adrenalina sempre batia quando eu fazia isso, parecia adolescente fugindo pra ver o namorado escondido. Ele já tava me esperando, encostado no carro, aquele sorrisinho safado no canto da boca. Luz interna apagada, só o vulto do rosto dele me olhando. — Entra logo, princesa, — ele disse, e eu entrei sem pensar duas vezes. Fomos direto pra casa dele, no meio da favela. Não trocamos muita ideia no caminho, só o som ambiente do carro e a batida do coração acelerado. Leléo tinha um jeitão calmo, meio largado, mas quando ele me olhava… era como se o

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR