Brasa narrando
Peguei os quatro mil da mão dela mais pelo gesto do que pela quantia. Aquilo ali não resolvia nem a metade do prejuízo da noite anterior. Não pagava o tempo perdido, não pagava o silêncio que tive que engolir pra não fazer o que eu realmente queria. Aquela grana era só um aviso. Um recado. Eu peguei só pra deixar marcado quem é que dá a palavra final. Ela achou que ia chegar daquele jeito, peito aberto, voz grossa, mandando na frente dos meus soldado, e que eu ia assistir calado? Achou errado.
Era meia-noite quando tudo aconteceu. Eu já tava na rua, cigarro na mão, conferindo os movimento do bonde, e ela aparece achando que ia ser mais barulho que eu, no meu chão, no meu domínio. Dei a ordem não porque precisava, mas porque quis. Porque quem fala mais alto do que eu, nesse
