BRASA NARRANDO Eu já tava quase pegando no sono, televisão ligada baixinha passando qualquer merda… quando a porta do quarto abriu devagar. Vi a silhueta dela entrando. Vinha sorrindo, mas sem fazer alarde, segurando um caderno na mão. Franzi a testa na hora. — Que que é isso aí? — perguntei, só no tom. Ela nem respondeu de primeira. Caminhou até o pé da cama, foi até o rack e desligou a TV. Aí virou pra mim com aquela cara de quem já decidiu tudo por mim, mesmo sem perguntar. — A gente vai aprender a ler e escrever — falou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Ah, não… — já me virei de lado, puxando o lençol. — Ah, sim! — ela rebateu na hora, sentando do meu lado. — Senta aí, vambora. Ou você senta ou eu vou te deixar doido agora. — Olha a hora, Sol… tá maluca? — Tô. E voc

