SOL NARRANDO Eu ainda tava com o sorriso preso no rosto por causa do “Ítalo” todo tortinho que ele escreveu no caderno. Aquilo me derreteu de um jeito não sei explicar. Era como ver uma criança aprendendo a escrever pela primeira vez. Só que não era uma criança, era ele. Um homem gigante, calejado, com o mundo nas costas e com o nome da mãe tremido na ponta da caneta. E era comigo que ele tava aprendendo. Comigo. Isso me deu um calor no peito que nem sei de onde veio. Só que aí, veio a vida real me lembrar que nem tudo são flores, né? A ligação chegou e o sorriso que eu tava segurando virou um travo. O nome maldito do Roberto voltou a rondar a p***a da minha cabeça como se tivesse algum direito de ainda viver nela. Fiquei ouvindo tudo ali, parada. Ele botou no viva-voz de propósito, eu

