SOL NARRANDO Entrei feito um furacão pelo portão da dona Cida, bufando, esbaforida, com a raiva entalada no pescoço. — INSUPORTÁVEL GOSTOSO! PIROCUDO CHATO! Sim, eu falei mesmo. Falei alto, no meio do quintal, batendo o pé igual criança birrenta. — O MESMO TANTO QUE ELE TEM DE PIROCA, TEM DE DOENTE! — continuei, andando direto pra cozinha como se fosse a dona do pedaço. A Ingrid, largada no sofá com a perna cruzada e o bloquinho de anotações no colo, quase morreu de rir. — Ai, menina! — gargalhou. — Tua mãe já contou o surto do Brasa aqui na obra! Eu tô passando m*l desde que ela falou que ele foi pra cima do ajudante só porque o cara sorriu pra tu. — Meu Deus, que ódio! — joguei a bolsa no chão e me joguei na cadeira. — Ele é doente, Ingrid! Doente! Eu juro que vou acabar internand

