Brasa Narrando Já era quase hora do giro grande. Tava na boca, de frente pro beco principal, sentado na cadeira enferrujada, olhando os moleque passando com a carga da tarde. Movimento rendendo, mas minha cabeça não tava no dinheiro. Peguei o celular do bolso da bermuda, desbloqueei com raiva. Vibraçãozinha já conhecida. Coração deu um pulo sem motivo, como se já soubesse de quem era. E era. Sol. A notificação tava ali, a tela acesa, nome dela bem no meio. E logo embaixo, “mensagem recebida”. Só isso. Nem uma p***a de um áudio. — Ah, c*****o… — soltei baixinho, soprando forte pelo nariz, já começando a me irritar. Apertei os olhos, cliquei. As letrinhas começaram a dançar na tela, tudo embaralhado. Eu sabia umas palavras, outras nem fodendo. Entendi “obrigada”, entendi “casa”, mas o

