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1598 Palavras

ROBERTO NARRANDO São quase duas da manhã. A janela do meu quarto reflete a cidade de Florianópolis em silêncio. Lá fora, as luzes da Beira-Mar piscam suaves, como se tudo estivesse no lugar certo. Menos uma coisa. Sol, ela desapareceu de novo. Apoiei o copo de uísque no aparador e caminhei até a varanda. A brisa salgada vinda do mar tocou meu rosto, mas nem isso acalmava o incômodo constante no meu peito. Desde que ela voltou pro Rio “pra resolver questões familiares”, como ela mesma disse, quase não me atende mais. Nem responde com a frequência de antes. E quando responde, é seca. Fria. Automática. E eu odeio esse tipo de frieza, principalmente vindo dela. Sol nunca foi uma mulher qualquer. Não dessas que se encantam com o meu sobrenome, com o patrimônio da minha empresa, ou com o meu

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