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1376 Palavras

INGRID NARRANDO Cheguei em casa cuspindo os bofes. A rua cheia de buraco, o salto meio torto, o sol rachando ainda mesmo no fim de tarde eu só queria um banho, uma comida quente e um travesseiro me abraçando. Mas quando virei a esquina e bati o olho na minha varanda, a Sol tava lá. Sentada de lado, com a perna cruzada, vestidinho soltinho, cabelo trançado caindo pros ombros e um copo na mão. Ela tava ali meio aérea, olhando pro nada, respirando fundo como quem precisava se encontrar. Era bonito de ver, vou mentir não. — Nossa, tô um bagaço! — falei já me jogando na cadeira do lado dela, soltando a sandália e esticando as pernas. Ela virou pra mim e riu de leve, ajeitando o copo na mão. — Trabalha em quê, mulher? — Ah, eu? De tudo um pouco. Cabeleireira, manicure, designer de sobranc

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