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1304 Palavras

RODRIGO NARRANDO Tava encostado no armário de metal, mexendo no fecho do colete, quando ouvi: — Rodrigues. Sala 3. Agora. O tom do comandante não deixava margem pra pergunta. Nem pra atraso. Soltei um “já vou, chefe”, e fui caminhando pelo corredor estreito, a sola do coturno batendo naquele piso frio que ecoa como se o quartel inteiro tivesse ouvindo. A porta da sala 3 tava entreaberta. Bati duas vezes, nem precisei esperar. — Entra. Fechei a porta atrás de mim. A sala era pequena, mesa de madeira pesada, ventilador rangendo no teto e um mapa enorme do Complexo do Alemão colado na parede. Várias marcações em vermelho. Linhas. Setas. Pontos de controle. O comandante tava encostado na mesa, braços cruzados, cara fechada daquele jeito que ele usa quando tá prestes a jogar bomba no col

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