CAPÍTULO 09

1011 Palavras
Dom colocou outra blusa: — Obrigado. E não se preocupe, isto aqui não é nada. — Ele saiu. Jenny foi com Dom para mostrar os planos da missão. Madalena guardou a caixa de primeiros socorros: — Seu amigo é sempre assim tão triste e reservado? Brian olhou para ela: — Como assim triste? O comandante é só quieto, gosta de ficar na dele mesmo. Acho que é o jeito dele. Madalena o observou: — Não é o que me parece. Mas quem sou eu para saber da vida dele? m*l consigo cuidar de mim mesma. Brian respondeu: — A senhora está enganada em dizer isso. Afinal, você foi a primeira pessoa que o chefe deixou tocar nele assim. Olha que nem o médico consegue isso. Amara, já trocada, aproximou-se: — Mãe, a senhora sabe para onde iremos depois daqui? Madalena suspirou fundo: — Eu ainda não sei, minha filha. E me perdoa por ter estragado seu aniversário, mas, se não fosse hoje, nunca teríamos conseguido escapar de seu pai. Amara a abraçou: — Mãe, hoje é o melhor dia da minha vida, porque agora poderemos viver em paz, sem medo do que pode nos acontecer ou do papai o tempo todo. Madalena começou a chorar e abraçou a filha: — Eu sinto muito, minha flor. Fui uma péssima mãe, deixando você passar por tudo isso por tanto tempo. Me perdoa, minha linda. Amara sorriu: — O que importa é que agora estamos livres do papai e nada mais importa, mãe. Horas mais tarde, Jenny chegou com lanches para todos e pediu para Madalena levar um lanche ao comandante antes que ele dormisse sem comer. Madalena pegou e levou imediatamente. Dom estava deitado no chão, descansando. — Sua amiga trouxe lanche e pediu para trazer este para você comer antes de dormir — disse Madalena. Dom se levantou, pegou o lanche e agradeceu. Madalena sentou-se ao lado dele: — Sabe, minha vida nunca foi fácil. Carlos e eu éramos amigos desde crianças. Passamos por tudo juntos, mas um dia acabamos ficando juntos, e desse relacionamento nasceu minha filha Amara. Acabamos nos casando e até fomos felizes por um tempo. Só que ele começou a se envolver com o cartel de drogas e a mudar completamente. Sua atitude com a família ficou cada vez mais violenta e assustadora. Ele se afastou de nós por completo. Dom olhou para ela: — Então por que continuou com ele, se tudo isso já estava acontecendo? Por que não o deixou antes? Madalena sorriu, resignada: — Por minha filha. Ela o amava e o admirava. Por mais c***l que fosse comigo, sempre foi um ótimo pai. Até que, um dia, minha filha o viu me batendo. Ela tentou me defender, mas Carlos a empurrou e a machucou. Depois disso, Amara mudou completamente e não quis mais saber dele. Dom sorriu de leve, com tristeza: — Que situação difícil. Deve ter sido muito pesado para você. Madalena olhou para as mãos: — Foi mesmo. Mas fiz um acordo com a Justiça para contar tudo o que sei dos negócios do Carlos, em troca de p******o e da chance de sair do país em segurança. E você? Qual é a sua história? Já que resumi a minha, poderia fazer o mesmo, se quiser. Dom desviou o olhar, fixando-o no chão: — Não tenho nada que deva saber sobre a minha vida. Madalena o observou: — Não é o que seus olhos me dizem. Mas, quando quiser se abrir, pode me procurar. Vou adorar te ouvir como amiga. Dom esboçou um sorriso: — Acho isso bem difícil, senhora Madalena. Mas, pode deixar, se eu precisar, farei isso. Madalena sorriu: — Não é tão difícil assim. É mais leve quando temos com quem falar. Dá para ver que você carrega uma bagagem bem pesada e sofre sozinho. Isso é muito difícil. Quando estiver pronto, pode me procurar. Sou uma boa ouvinte. Agora vou deixar você comer e descansar. — Ela se levantou e saiu. Dom ficou olhando em volta, deitou-se novamente e não tocou no lanche. Mais tarde, Jenny veio chamá-lo: — Chefe, temos que ir agora. Parece que Carlos já começou a agir. Precisamos agir também. Dom, ainda sonolento, perguntou: — O que foi? Jenny o observou: — Chefe, você está mesmo bem para vir conosco? Já acordou ou ouviu o que falei? Dom sentou-se: — Estou ótimo. Pode me atualizar sobre o que está acontecendo. Jenny sorriu, sarcástica: — Chefe, você sabe que está com febre. Não pode trabalhar assim. Devia ir ao hospital e deixar tudo com a gente. Dom a encarou, sério: — Estou ótimo. E nada de abrir a boca para o Brian, entendeu? Jenny respirou fundo: — Claro, chefe. Estou até vendo... É melhor irmos logo. Já está tudo pronto. Dom se juntou aos outros, e começaram a se preparar para sair em missão. Amara estava com a mãe: — Hoje tudo vai terminar, mamãe. O papai será preso, e nós ficaremos livres dele para sempre. Madalena respondeu: — Seremos livres, minha filha. Seu pai será preso, e poderemos respirar sem medo. Mas ainda teremos que viver sob p******o por um tempo. Amara a abraçou: — Mas, depois, seremos livres, mamãe. E isso é o que importa. Dom se aproximou delas: — Vocês irão com eles para o nosso avião, que já está à espera. Serão levadas ao nosso QG para sua segurança. Amara olhou para ele: — Você virá conosco? Dom sorriu: — Ainda não. Tenho um trabalho para terminar aqui. Mas eles são ótimos agentes e de minha confiança. Podem ficar tranquilas. Madalena o olhou: — Então você vai nos encontrar lá depois, não é? Dom sorriu: — Sim. Pode deixar. É melhor irem logo, para que não fique tarde. Boa viagem, senhora Madalena. Se cuidem. Madalena sorriu de volta: — Bom trabalho. E tome cuidado, porque Carlos tem homens fortemente armados e bem treinados. Dom olhou para os agentes: — Sabemos disso. Vamos nos cuidar. Agradeço sua preocupação. Os agentes saíram e Madalena entrou no carro com a filha. Ambas foram embora.
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