Monique narrando A voz dele no meu ouvido pelo chiado do rádio foi igual um soco no estômago. Não era só o tom autoritário, nem o deboche que escorria de cada palavra… Era ele. Ele ali, do outro lado da frequência, decidindo como as coisas iam acontecer, como se fosse Deus nessa p***a. E eu? Eu do lado de cá, engolindo seco, com o coração disparado, cercada de caveira pronto pra guerra, ouvindo o homem que eu devia odiar ditando as regras. — Vocês querem as crianças? Então vem buscar. Mas vai ser do meu jeito. Sem caveirão, sem time. Só ela. Sozinha. A pé. Desarmada. — ele falou. E o f**a é que ninguém sabia o que existia por trás da minha cara fechada. Ninguém sabia que eu conhecia aquela voz mais do que devia. O Antônio pegou o rádio da minha mão. — Zangado, aqui é o tenente Antôni

