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1103 Palavras

Madruga Narrando (Roberto) A casa tava em silêncio. A Alessandra tinha subido pro quarto depois de me destruir com meia dúzia de verdade que eu tentei não ouvir, mas não tem como ignorar. Eu fiquei ali. Sentado no sofá. A mesma p***a de sofá onde já sentei pra montar operação, pra contar dinheiro, pra decidir quem vivia e quem morria. Mas hoje… Eu não tinha resposta pra p***a nenhuma. Peguei o cigarro, acendi devagar. A fumaça subiu lenta, como se desenhasse cada pensamento meu no ar. Diego. Meu filho. Meu orgulho. Minha desgraça. Eu criei esse moleque pra ser forte. Pra não depender de ninguém. Pra não vacilar. Pra pensar antes de agir. Pra meter a cara quando tiver que meter, mas sempre com a cabeça no lugar. E agora ele me mete essa. Tá apaixonado por uma policial.

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