Doce Indecisão (CEO)

❥ Prólogo ❥ Oliver... 4 anos atrás ... Hoje é o grande dia, vou finalmente pedir a Drica em casamento, ela me faz tão bem, o homem mais feliz do mundo, nunca imaginei que fosse possível ser tão feliz assim. Entro na Finity, empresa do meu pai, ele se consagrou no ramo da publicidade e propaganda. Ao passar pela recepção sou anunciado, sem obter resposta digo o que pretendo fazer e sou liberado, pego o elevador e ao chegar no quarto andar vejo que a minha namorada não está lá, ela é secretaria pessoal do meu pai, e é muito estranho não estar aqui. Resolvo dar um oi ao meu velho e quando estou prestes a bater na porta ouço um gemido abafado, meu coração para na hora, não acredito que o meu pai está traindo a minha mãe, ela não merece isso. Abro a porta furioso e sinto meu coração se dilacerar com o que vejo, a mulher que eu amo nua na mesa do meu pai e ele também sem roupa de pé perto da mesa, eles me olham assustados, meu pai se veste rapidamente, Drica se cobre com a primeira peça que encontra na frente e vem em minha direção. — Meu amor, não é nada disso que você está pensando. Eu ri em sinal de deboche. — Eu não estou pensando mesmo, estou vendo. Tirei a caixinha com a aliança do bolso e joguei no chão. — A partir de hoje os dois estão mortos para mim. Comecei a chorar, ignorei a desculpa dos dois e peguei o elevador. Quando cheguei na recepção ainda tive que aguentar a pergunta: — Ela aceitou? — Aceitou, aceitou ser a amante v*******a do meu pai. ❥ Capítulo 1 ❥ Isabela... Mal consegui dormir essa noite, finalmente aos 21 anos consegui uma entrevista de emprego para uma das maiores empresas de publicidade do país, a Finity, estou tão ansiosa, já fui assistente antes, porém, de uma empresa muito menor, e também não era assistente pessoal do diretor-executivo dela, hoje vou tentar essa vaga, me disseram que o Oliver é uma pessoa difícil de lidar, não me incomodo com isso, contanto que ele não me ofenda de nenhum modo. Visto uma calça jeans preta, uma regata cinza e um blazer preto, opto por calçar uma sapatilha e prendo meu cabelo em um coque, não faço nenhuma maquiagem, ajeito a minha bolsa e vou em direção a empresa que fica do outro lado da rua. Assim que entro na mesma, me impressiono com a beleza da arquitetura e com o tamanho do lugar, eu imaginava que era grande, mas, nem tanto. Vou até à recepção e digo o que vim fazer, o senhor pede para que eu espere um pouco e que já voltava para me acompanhar. Pouco tempo depois vejo o senhor se aproximando, ele faz sinal para que eu o acompanhe. — O chefe vai atendê-la. Engasguei na hora. — Mas, eu só vim para uma entrevista. — Olha, longa história, talvez se você der sorte ele te conta. — ele disse rindo. Pegamos o elevador e fomos até o segundo andar. Saí do elevador e só então vi que o senhor ficou parado lá dentro. — Na porta está escrito Oliver é só entrar e esperar por ele. Boa sorte senhorita Isabela. — Obrigada. Senti as minhas pernas ficarem trêmulas, ser entrevistada pelo chefe não é o que eu esperava. Entro na sala com receio e fico em pé esperando o Oliver. — Sente-se. — escuto uma voz que me faz arrepiar, em seguida a porta se fecha. Um homem alto e forte se senta, acabo observando seus belos olhos e a sua barba por fazer, juntamente com seus belos cabelos castanhos. — Li o seu currículo e fiquei impressionado, tão jovem e tão experiente. Devo confessar que não sou o encarregado pelas contratações, mas a Hebe me deixou na mão justo hoje, tive que sair de uma reunião importante para vir lhe atender, e como não estou disposto a passar por isso de novo, você vai ficar em experiência por quinze dias, caso não se adapte bem a Hebe vai entrevistar o restante das garotas e escolhe uma para colocar em seu lugar. — ele disse passando a mão no cabelo, super impaciente. Não sei se fico feliz pelo que ele disse ou triste por ser escolhida somente por ter sido a primeira a lhe interromper. — Senhorita, preciso muito de uma assistente pessoal, pode começar amanhã? — Sim, posso. — Ótimo, te vejo amanhã às sete da manhã, a Hebe vai te ajudar no que for preciso durante cinco dias. — ele disse se levantando e olhou para mim. — Tudo bem. — Se não se importa, estou no meio de uma reunião, preciso ir. Eu me levantei e ele me acompanhou até a porta. Quando sai senti um alívio, e soltei o ar que nem reparei estar segurando, ele foi tão arrogante, que me sufocou, pensei que não aguentaria mais cinco minutos lá dentro, mas, devo admitir que ele é lindo, e a sua voz deixa qualquer uma sem ar. Eu estava feliz por já começar na empresa amanhã. Não via a hora de chegar em casa e começar a me preparar. Eu estava pensando em tantas coisas para fazer, que nem vi quando esbarrei em alguém. Eu ia pedir desculpas, mas quando vi quem era, eu perdi o fôlego. Não tinha ideia de quem era. Seus olhos azuis me tiraram totalmente do foco. Seu olhar me prendeu de uma forma que não sei explicar. Eu queria pedir desculpas pelo esbarrão, mas eu simplesmente, não consegui. Não conseguia parar de encará-lo. O momento estava maravilhoso, mas estava ficando constrangedor. Ele sorriu para mim, e que belo sorriso devo admitir e então saiu. Eu fui para casa, contei a novidade ao meu irmão, fomos ao shopping ele me ajudou a comprar algumas roupas novas para o trabalho, comprei um vestido vermelho para um futuro evento ou sei lá, e quando percebemos já estava ficando tarde, ele aproveitou para comprar coisas para ele, e como estava comigo, aproveitou as dicas para um presente para a sua namorada, e fomos para casa, eu logo adormeci. Acordei bem cedo e já recebi uma ligação da Hebe pedindo desculpas por ontem, e me passando as instruções, as instruções foram mais leves do que eu imaginei, evitar comer no horário de trabalho, evitar perfumes extravagantes e roupas muito curtas, fiquei aliviada, afinal, não é nada que eu tenho costume de fazer. — Bom dia maninha.— disse o meu irmão mais velho Ícaro, nós moramos juntos desde que os nossos pais resolveram se mudar para Portugal. — Bom dia maninho.— eu disse dando um beijo em seu rosto. — Animada para o primeiro dia na Finity? — Demais. Tomamos o nosso café da manhã e eu fui para o meu quarto me arrumar, optei por uma calça preta e uma blusa azul com um blazer preto por cima e prendi o cabelo em um coque. Assim que cheguei na empresa fui recebida pela Hebe que me explicou alguns detalhes, como aonde ficavam as coisas, me passou os números que eu ia precisar, me deu uma agenda em branco para os futuros compromissos e disse algumas preferências do chefe. Ela me levou até a minha sala que fica de frente para a do Oliver e disse que eu podia deixar ela do jeito que eu preferisse, pelo menos posso deixar com a minha cara. A Hebe foi super gentil comigo, fiquei feliz por ela não ser arrogante como o meu novo chefe, não suportaria aguentar mais um assim. Se passaram algumas horas até que escuto alguém bater na porta: Oliver. — Hoje ficarei até mais tarde, ok? — Sim. — Ótimo, pelo menos não veio reclamar.— ele disse batendo a porta. Ele nem sequer perguntou como está sendo o meu primeiro dia, ou se eu podia ficar até mais tarde, ele não está nem aí para a minha opinião, só veio me dar uma ordem. A Hebe veio até a minha nova sala algumas vezes checar se eu precisava de ajuda, mas, por sorte até agora está indo tudo bem. Resolvi tomar um ar, então abri a porta e fiquei um tempinho em pé perto dela, até que vi um rosto familiar saindo bravo da sala do Oliver: o garoto que eu esbarrei ontem. Assim que ele me viu, sorriu para mim. — Olá garota desastrada.— ele disse sorrindo. — Olá, me desculpa mesmo por ontem, eu estava distraída. — eu disse quase me perdendo em seu olhar novamente. — Tudo bem. Vejo que é a nova assistente pessoal do meu irmão. Só posso lhe desejar boa sorte, porque ele é difícil de lidar, principalmente como chefe, se der sorte quem sabe ele vai com a sua cara e não te demite após o período de experiência. — Ele tem o costume de fazer isso? — eu engoli seco. — Com às três últimas foi exatamente assim. Senti minhas pernas ficarem trêmulas. — Será que posso saber o seu nome? — Isabela. — Andrew, mas, pode me chamar de Andy se preferir, e digamos que eu não gosto muito do meu nome também.— ele disse rindo. Eu ia respondê-lo quando escutamos a porta da frente se abrir. Oliver olhou com a cara fechada para o irmão, e em seguida me fuzilou com o olhar praticamente. — Por acaso a senhorita está sem coisas para fazer? — Ei, não seja tão i****a, ela só quis tomar um ar.— Andrew me defendeu. — Que seja!— Oliver disse passando por nós. Ele é tão arrogante e, ao mesmo tempo, consegue ser tão sexy. — Bom, tenho que ir, quem sabe nos encontramos novamente. — É, quem sabe, até mais Andrew. — Até mais Isabela.—ele disse piscando e logo saiu do meu campo de visão. Essa família tem uma ótima genética. Voltei para a minha mesa, deixei a porta aberta, via Oliver passar algumas vezes e me observar em silêncio. Já tinha passado das nove da noite, quando ele apareceu na minha porta. — Hoje foi um dia corrido, agradeço por ter ficado até agora, ajudou bastante, acho que te devo uma carona.— ele disse parecendo cansado, mas deu um leve sorriso, que fez o meu corpo todo se arrepiar. Foco Isabela, foco. — Não precisa, eu moro do outro lado da rua. Ele se espantou ao saber. — Já está tarde, vou pelo menos te acompanhar até a sua casa, você poderia muito bem ter ido embora no seu horário, mas ficou para me ajudar e eu sou grato por isso. Você é o chefe e me deu uma ordem, eu obedeci, até porque não sou louca de desobedecer ao chefe no primeiro dia contratada. — Não foi nenhum esforço. — Só vou pegar as minhas coisas e passo aqui para irmos. Só um minuto.— ele disse estendendo o dedo e saiu. Enquanto isso juntei as minhas coisas. Meu chefe arrogante sendo gentil comigo até me assusta. Não demorou muito até que ele voltasse. — Pronta? — Sim.— eu disse pegando a minha bolsa. Fomos caminhando até o elevador e eu pude sentir o seu perfume amadeirado invadir a minha respiração. Entramos no elevador e devo confessar que senti o clima um pouco pesado, ele me observava com atenção, algumas vezes focava demais em meus lábios e eu aposto que fiz o mesmo com ele. Assim que o elevador parou, ele "limpou" a garganta e saímos. Passamos pela recepção, e só então notei que havia somente mais uma pessoa na empresa, aquele senhor que me ajudou ontem. Nós despedimos dele, e então Oliver me acompanhou até a minha casa. Ele esperou até que eu destrancasse o portão. — Entregue. Tenha uma boa noite senhorita Isabela. E obrigado por ter ficado. — Boa noite Oliver. Não precisa agradecer, era a minha obrigação. Oliver se aproximou, ficou a centímetros de mim, pude sentir a sua respiração se misturando a minha, seus belos olhos azuis pararam em meus lábios, e quando eu pensei que ele ia me beijar, ele soltou um longo suspiro e recuou. — Te vejo amanhã então.— ele disse e então saiu. Me deixando sozinha com os meus pensamentos do que quase aconteceu. Será que ele ia mesmo me beijar?