62. Julia

1113 Palavras

Estiquei as pernas, calcei as pantufas que Kauan tinha trago e deixei os olhos se fecharem por alguns segundos. O barulho das panelas batendo na cozinha preenchia a casa. Não era só o som do jantar sendo preparado. era um som de vida em comum, de segurança, de lar. Aurora se mexia de leve, como se também aprovasse o cheiro que começava a se espalhar. Arroz refogado, alho fritando, uma carne soltando aroma quente no ar. O estômago respondeu, mas mais do que fome, era aconchego. — Tá ficando bom aí? — perguntei, a voz ainda sonolenta, mas curiosa. — Tá sim. Cê vai ver. Melhor que comida de pensão hoje — ele respondeu sem se virar, concentrado. Abri os olhos e fiquei observando. O corpo dele inclinado sobre o fogão, as costas largas marcadas por tatuagens e luz dourada, o boné ainda firme

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR