Capítulo 6

827 Palavras
Capitulo 6 Passo no RH e recebo as informações. Fico chocada quando leio que meu salário será de R$4.250,00 reais por mês e ainda tem ajuda de custo para alimentação de R$1.000,00 reais por mês. Isso é fora da realidade no Brasil. Minhas amigas que já estagiavam ganhavam em de R$1.000,00 a no máximo R$2.500,00 por mês, sem qualquer ajuda de custo. Fico emocionada, pois sei que com esse valor eu consigo me manter e pagar minha faculdade. O apartamento que meus pais moram foi um presente do meu avô, então ele está no meu nome. Antes de falecer meu avô providenciou esse imóvel para não me deixar desamparada, caso algo ocorresse. Ele tinha razão, conhecia bem o filho dele. Não preciso pagar aluguel e a mensalidade da faculdade hoje em dia é de R$1.200,00 reais, porque ainda estou no segundo semestre. Tenho consciência que irá aumentar ate R$2.800,00 no último semestre. Mas, com esse valor eu posso guardar dinheiro para esse evento futuro. Estou emocionada. Não vejo a hora de chegar em casa e dar notícia aos meus pais. Chegando em casa os encontro na sala assistindo um filme, digo: -Precisamos conversar- Direciono o olhar para eles- Acabei de sair de uma entrevista de estágio e fui aprovada. Agora tenho condições de me manter e posso continuar no Brasil na ausência dos dois. Aí você acordou – diz meu pai rindo com deboche- Você acha mesmo que consegue se manter com uma remuneração de estágio? Quanto vão te pagar? Mil? Que seja dois mil? Não paga nem sua faculdade. Pai, Mãe, o estágio que arrumei tem valor superior a quatro mil reais, ainda tem uma ajuda de custo de mil reais. Todo mês. Eles ficam sem palavras. -Mesmo assim, quem vai cuidar de você? Lavar sua roupa, fazer sua comida, ver se você está bem?- a mãe diz com lágrimas nos olhos. Eu mesma, mamãe- Digo com carinho- Eu sei colocar minhas roupas na máquina e estender, sei cozinhar, até porque minha comida é diferente da comida de vocês, eu sempre faço minhas marmitas com as quantidades determinadas pela nutricionista, então isso não mudaria nada. E sobre cuidar, vocês fizeram isso a vida inteira por mim. Eu preciso sair da minha bolha, preciso criar independência. E isso não quer dizer que os amarei menos, ou que a distância mudará algo em nosso elo emocional. Pelo contrário, eu sei que poderei contar com vocês mesmo de longe, e farei o possível para visitá-los sempre.- Os abraço carinhosamente. -Tudo bem, minha filha. Peço perdão pelas palavras e saiba que estaremos aqui sempre que precisar- Diz o pai com orgulho que sua menina cresceu. Após conversar com meus pais, almoço- bem fora do horário habitual, afinal são 16h da tarde- e sigo para um banho relaxante. No banho relembro a entrevista, a reação do Juliano e me questiono o porquê disso tudo. -Bom, não importa, o que realmente importa é que consegui o emprego e realizarei meu sonho de me formar. Será desafiador, mas não irei desistir.- Pensa alto. Me arrumo para a faculdade, fico com preguiça de levar comida e misturo iogurte, whey protein e morango em um potinho. Preciso me alimentar melhor, agora toda energia será bem vinda – corta pra eu tomando cerveja na saída- abençoada genética. Pego o ônibus e o metrô, chego na Universidade um pouco atrasada e me dirijo direto para a sala de aula. Adivinha? Ele já estava lá. Com o mesmo terno de hoje cedo, mas ainda exalando perfume. Entro juntamente com os atrasados e me sento na primeira carteira que vejo disponível. Assisto a aula percebendo que hora ou outra, ele me olhava. Eu estava com uma calça jeans escura, um tênis branco da nike e um cropped um pouco mais curto, que marcava o formato dos meus s***s -se comprei, são meus- até porque, tenho 420ml em cada peito, não é muito considerando minha altura, por incrível que pareça, são bem naturais. Quando ele pousa o olhar em mim, sinto queimar meu estômago. Como se ele estivesse me julgando, como se eu estivesse errada somente por estar alí. Será que é minha roupa? Ou será que ele se arrependeu de ter me contratado? Fico presa nesse pensamento durante a aula, até que ele nos libera para ir embora. A turma optou por não ter intervalo e sair mais cedo. Pois é, faculdade tem dessas. Meu iogurte foi passear hoje. No corredor converso com Maria. - Amiga, você não acreditar- digo animada- Fui a entrevista hoje, adivinha quem é o dono do escritório?- Quem?- ela pergunta. – O Professor Juliano. As duas se olham chocadas. -Mentiraaaaaaaaaaa, que menina de sorte. p**a que pariu. Na outra vida quero ser você.- diz rindo. -Nem te contei, hoje foi um dia cheio de novidades, descobri que meus pais vão mudar de país e eu vou morar sozinha, me mantendo com a remuneração do estágio... Fomos embora juntas e eu a atualizando das novidades.
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