Capítulo 3 - A pergunta

1811 Palavras
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Para onde ela poderia ir?  Ângela. - Pensou, esperançosa.  Ela discou o número com seus dedos trêmulos e torceu para que a amiga não estivesse de ressaca ou com alguém em sua cama naquela manhã.    - Mel? - sua voz rouca a fez perceber que possivelmente havia acordado a amiga.   - Ângela, desculpe se te acordei, eu posso ir na sua casa?    - O que...? Agora? - dava pra perceber a confusão de sua amiga, mas Esmeralda não parecia querer desistir.   - Sim, eu não tenho onde ir, preciso de você.   Ângela suspirou e se demorou para responder.   - Eu não estou em casa ainda. Estou no Dylan. Acabei dormindo aqui depois da festa. Desculpa.    - Oh... tudo bem.    - Você está bem?    - Vou ficar.    Ela não quis se demora muito e desligou o telefone, o guardando no bolso do casaco. Ela olhou as árvores ao redor e tudo parecia simplesmente ameaçador demais. Em sua cabeça ela ficava relembrando de todos os fatos. A menina que a assombrava apareceu depois que recebeu a primeira caixa. O que isso poderia dizer? A menina dos áudios era a menina do vestido vermelho? Será que Megan morreu e estava me assombrando? Mas por que eu? Inconscientemente, eu acabei parando de andar e olhando para uma velha casa estranhamente familiar. Uma porta de madeira n***a e bem velha estava bem diante de seus olhos, como se ela houvesse simplesmente escolhido entrar naquela casa. Sua mão estava tremendo enquanto afastava sua mão da maçaneta.   - O que eu...?   Um cachorro latiu no fim da rua e sua mente fez um clique que a fez fechar seus olhos fortemente, com a dor de uma memória dormente. Ela visualizou um cachorro pequenino e brincalhão, um filhote de labrador que latia e a lambia. Mas ela não teve um cachorro quando era criança, seu pai era extremamente alérgico, não podiam ter animais. Mas então que memórias eram aquelas? Ela olhou para a porta antiga e se afastou de perto, olhando um pouco melhor a propriedade.   - É estranho. Parece que eu já estive aqui antes.  Um imenso carvalho antigo estava plantando bem ao lado da entrada daquela antiga casa e seus ramos velhos e descascados me davam uma estranha sensação de estar em casa. Uma nostalgia que não devia ser dela, ela era mexicana, ela vinha de outro País, não tinha como Mel se sentir em casa em um lugar em que nunca esteve, principalmente quando era criança, ela sabia disso. Mas ainda assim...   Esmeralda virou seu rosto e abraçou seus braços trêmulos.   - Eu preciso sair daqui.   Seu telefone tocou quando ela achava que iria ficar presa àquele lugar para sempre e a salvou de seus terríveis devaneios. Sua mãe a estava ligando.   - Mãe? - perguntou.   - Oi, minha querida. Tudo bem?    - Mais ou menos.    - O que a está intimidando, mi hija?    - Não sei bem, mãe. Está tudo bem com você e o papai?    - Sim, na verdade estamos passando perto da sua casa, podemos almoçar juntos hoje.   Esmeralda deu um longo suspiro e olhou ao redor.   - O que foi, Esmeralda?   - É que eu não estou em casa, eu saí para caminhar um pouco.    - Oh, nos diga onde está que vamos te buscar.    - Amn, tudo bem... deixe eu ver...   Ela olhou ao redor, tentando se situar. Ela viu uma antiga placa e apertou os olhos para ver.   - Eu estou em... Saint Fray, número... 2334. Tem um imenso carvalho onde eu estou, não tem como não notar.   Sua mãe ficou em silêncio do outro lado da linha, de repente um arrepio percorreu todo o seu corpo quando uma voz demoníaca, imitando a voz de sua mãe começou a rir freneticamente.   - Eu sabia que acharia o caminho de casa, Meg.   A sequência de gargalhadas a fez largar o celular no chão, mas isso só a fez despertar do pesadelo em que se encontrava. Esmeralda piscou algumas vezes antes de acreditar que estava realmente em sua mãe, em casa.   Uma sensação de que algo não estava certo rondava a sua alma e a fazia tremer. Ela não queria estar ali, ela não queria ficar para ver o que poderia acontecer. Ela se levantou e se vestiu rapidamente, dessa vez se vestindo apropriadamente para sair. Ela colocou sua calça jeans preferida e sua blusa azul turquesa de alcinha. O casaco que estava pendurado ao lado da porta, ainda estava ali e ela suspirou mais uma vez. Tinha sido apenas um sonho afinal. Ela esfregou os olhos e caminhou até a cozinha para beber um copo de água antes de sair. Mas então... ela tropeçou em algo pesadamente.   - Mas que....?!   A caixa. Ela estava lá. Enquanto ela se afastava, em negação, ela começou a olhar para todos os lados, esperando que alguém a chamasse pelo seu nome. Em seguida o seu telefone começou a tocar incessantemente em seu bolso: Era o Brian.  - Alô? - perguntou.  - Mel! O que aconteceu ontem? Você desapareceu na festa! – os olhos de Esmeralda ficaram escuros e sua respiração ficou irregular. O que estava acontecendo? - Mel? Está tudo bem? Quem te levou pra casa? – sua voz parecia urgente e ao mesmo tempo preocupada. A menina estava assustada demais para pensar direito e o medo tomou conta de seu espírito.  - Eu voltei sozinha. - disse, tentou não o alarmar com o seu tom de voz trêmulo. - Tem certeza? - ele tinha um tom de quem não acreditava no que eu dizia. - Sim! A minha porta está trancada por dentro! - Já verificou se está sozinha em casa? - Brian! – do outro lado da linha ele suspirou. - Tá! Só que da próxima vez, você me espera! - Eu sei, eu sinto muito... eu não sei o que está acontecendo comigo. - Você está bem mesmo? Tem certeza? Você parece estranha. - É a ressaca, vai passar.  - Quer que eu vá ficar contigo?   Ela pareceu cogitar sobre isso, mas já sabia o que aconteceria em seguida, seus pais ligariam e diriam que estão à caminho.    - Não precisa, meu pais vem me visitar hoje.    - Oh, isso quer dizer que eles ainda não sabem.   - Ainda não, ainda é cedo demais.    - Claro... - ele parecia triste. - Se precisar de algo, qualquer coisa, pode me ligar. Eu te amo.   - Obrigada.   Esmeralda desligou o telefone e se sentou no braço do sofá, quase se esquecendo de tudo que estava acontecendo. Ela se sentia culpada por não retribuir todos os sentimentos bons que Brian nutria por ela, mas ela nunca conseguiu se abrir deste jeito com ninguém, nem mesmo com seus pais, ela sempre foi uma pessoa distante e fria, raramente demonstrava afeto pelas pessoas, embora tentasse. As coisas estavam avançando tão rápido que ela não conseguia acompanhar. A primeira vez que ele confessou que a amava, ela não pode fazer nada além de sorrir e cuidadosamente olhar para qualquer lugar sem ser Brian.    Mel tocou sua queimadura no ombro e suspirou.    - Eu estou amaldiçoada.  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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