Capitulo 52

2400 Palavras
No dia seguinte. Any estava arrumando o pequeno David, enquanto ele tagarelava sem parar. — Mamãe, conta logo o que você tem para me dizer tá? — ele reclamava enquanto Any calçava seus tênis. — Que menininho mais curioso esse meu. — ela apertou o nariz dele, sabia que o filho não estava se aguentando de curiosidade, mas estava com certo receio de contar e ele reagir m*l. — Mas eu quero saber o que você quer me dizer. — ele fez um bico. — Tinha me dito que era surpresa! — Bem... — ela terminou de amarrar seus tênis e sentou-se ao lado dele. — Sim, é uma surpresa, mas não sei se você vai gostar meu bem, espero que goste. — É um presente? — os olhinhos dele brilhavam. — Digamos que sim. — ela sorriu de leve e franziu a sobrancelha. — Sabe o que você vai ganhar? Um irmãozinho. David arregalou os olhinhos e Any engoliu o seco. — Um irmãozinho? — ele perguntou, ainda surpreso. — É meu amor. — Any tentou sorrir. — Você gostou? — Você ainda vai gostar de mim quando meu irmãozinho vier? — ele perguntou, balançando as perninhas. — Mas é claro que sim meu filho. — Any lhe deu um beijinho. — Sabe que você é o amor da vida da mamãe. — ela coçou a nuca. — Eu sei. — ele assentiu com a cabeça, com um sorriso feliz. — E quando meu irmãozinho vai vir mamãe? — Daqui a alguns poucos meses. — Any lhe sorriu. — Você vai me ajudar a cuidar dele? — Vou! — ele disse, valente. Com isso arrancou um riso da mãe. — Posso contar para os meus amiguinhos que eu vou ter um irmãozinho? — Pode sim! — Any assentiu, com os olhos brilhando. Ficava aliviada por ver que David tinha aceitado o irmãozinho de maneira tranquila. — A mamãe vai preparar sua lancheira, enquanto isso pega os brinquedinhos que você vai levar hoje e guarda na mochila tá bom? — ela se levantou e ele assentiu. Guardou os brinquedos rapidamente e foi até o quarto dos pais, onde seu pai estava se perfumando. — Papai! — disse olhando pra cima, afinal Joshua era alto. — Oi Júnior. — ele respondeu, apanhando sua gravata. — Eu vou ter um irmãozinho! — ele sorriu, sem tirar os olhos do pai. — Gostou de saber? — Joshua desceu o olhar para o filho e o pequeno assentiu. — Você é o papai do meu irmãozinho também? — ele perguntou e o pai o encarou com cara de poucos amigos. — Mas é claro que eu sou Júnior. — Meus amiguinhos vão parar de implicar comigo, por que eu sou o único que não tem um irmãozinho, agora eu vou ter e eles vão parar de brigar comigo, não é papai? — falava sem parar enquanto mexia nas coisas do pai. — É... — disse o pegando pela mãozinha e o tirando de perto de sua pasta e de seus relatórios. — Agora por que você não vai com a sua mãe? Já está atrasado. — Papai me leva com você! — ele pediu. — Eu quero ir com você pro seu trabalho, deixa papai! — fez um biquinho. — Mas nem pensar, você tem que ir pra creche. — ele se olhava no espelho enquanto terminava de pôr a gravata. — Meu filho! — Any apareceu. — Vamos? — Mamãe, eu queria ir com o papai pro trabalho dele! — os olhinhos da criança brilhavam. — Eu posso ir não é? — Mas meu bem, você tem que ir pra escolinha. — Any explicou, de maneira doce. — O papai tem que trabalhar. — Mas eu quero! Todos os meus amigos vão pro trabalho dos papais, por que eu não posso também? — Seus amigos não são você! — Joshua disse de forma dura. — Para de falar sobre seus amigos. — Mamãe, diz pra ele deixar. — o pequeno estava choroso. Any estava morrendo de pena, mas não podia fazer nada. Joshua era difícil de convencer. — Josh... Será que ele não pode ir pra ficar ao menos uma horinha com você? — tentou ajuda-lo. — É o meu local de trabalho Any! — ele grunhiu. Any suspirou e coçou a nuca, decepcionada. Não entendia como Josh conseguia ver David chorando, sendo que não tinha nada demais em fazer o que o pequeno pedia. E ele não fazia penas por maldade. — Vem meu filho... Depois a mamãe leva você para passear. Joshua notou que ela estava chateada e rolou os olhos. Que droga! Depois do que ele aprontou na festa, não podia ser tão duro com David outra vez. Infelizmente teria que ceder. — Tudo bem. — ele disse, antes que Any saísse com o filho. — Eu vou falar pra Molly buscar ele. — Eu posso levá-lo. — Any disse. — Não meu amor, você tem que descansar. — ele disse. — E também não custará nada. Depois eu venho trazê-lo. — Tudo bem. — Any sorriu. — Oba! — David comemorou, dando pulinhos. — Eu tenho que ir, até logo. — deu um selinho demorado na esposa e outro beijinho no filho. — Vamos te acompanhar até lá embaixo. — Any disse, e ele assentiu. — Então vamos. — os três saíram. ¨¨¨¨ Quando chegou à empresa Joshua viu que Molly ainda não tinha chegado, olhou no relógio e viu que ela estava atrasada. — Bela secretária essa. — ele rolou os olhos e entrou em sua sala.  Tomou um baita susto ao ver Vivian em sua cadeira, o olhando com um olhar mortal. — Vivi! — ele arregalou os olhos. — Que diabos você está fazendo aqui?! Meu pai pode aparecer a qualquer momento! — Vim conversar com você Beauchamp! — ela se levantou e se apoiou na mesa. — Pelo menos aqui não tem como você fugir. — abriu um sorriso debochado. — Agora eu não posso! — ele tirou o paletó. — Você tem que ir antes que alguém te veja. — Não, eu não vou embora! — ela bateu na mesa. — Eu quero que você se separe da minha irmã, e logo! — Sabe que eu não posso fazer isso, o meu pai me mata! — Chega de ficar se escondendo atrás do seu pai... Você já é bem crescidinho e essa desculpa eu não engulo mais. — Eu não posso deixar a Any. — ele suspirou, passando a mão no rosto. — Meu pai pode fazer alguma coisa pra me deserdar. — Você já tem dinheiro suficiente caso ele faça isso. — ergueu a sobrancelha. Joshua a encarou, desesperado. Merda, Vivian ficaria uma fera, mas ele teria que falar. — Vivi aconteceu uma coisinha. — deu um sorriso amarelo. — O que? — ela perguntou, com a sobrancelha erguida. — Não me diga que tem outra vagabunda na jogada? Eu acabo com você Josh... — ele a interrompeu. — Any engravidou! — disse de uma vez.  Vivian parou de falar e sorriu. — Então ela também te chifrava?! — a mulher o olhou sorrindo incrédula. — Quem diria... Minha irmãzinha, tão santinha. — Do que é que você está falando? — Joshua a olhou confuso. — Esse filho é meu. — SEU? — Vivian gritou. — SEU? — se aproximou dele e ele se afastou. — EU NÃO ACREDITO SEU VERME! — a mulher estava vermelha de raiva. — ENGRAVIDOU AQUELA SONSA OUTRA VEZ? TINHA ME DITO QUE NÃO TREPAVA COM ELA, SEU MERDA! — começou a estapeá-lo. — Chega, se controla! — ele dizia baixo, tentando tapar a boca dela. — Enlouqueceu? — VOCÊ É QUE ESTÁ LOUCO! SEU MENTIROSO, COMO A ENGRAVIDOU? MENTIU PRA MIM! — Vivi, eu sou homem droga! — ele conseguiu tapar a boca dela. — É culpa dela, ela quem fica se oferecendo pra mim! Eu não posso resistir. — a soltou, vendo que ela parecia mais calma. — Any é uma vagabunda mesmo! — disse magoada. — Sempre soube que ela estava planejando alguma outra maneira de te prender, não imaginava que ela fosse tão esperta. — dizia se tremendo de raiva. — Mas eu não vou permitir, vai se separar dela, de um jeito ou de outro! — Sabe que eu não posso fazer isso. — Joshua disse cansado. — Se eu deixar a Any sozinha, assim grávida, o meu pai acaba comigo e eu vou ficar pobre! — ele cerrou os punhos. — Mas e se ela te deixar primeiro? — Vivian deu um sorriso m*****o. — Any? Me deixar? — ele quase ri. — Acho que se depender dela, ficamos juntinhos eternamente. — ironizou. — Podemos nos aproveitar da gravidez. — ela mordeu o lábio. — Me diz, como ela fica em relação ao sexo enquanto está grávida? — Se for depender disso não vai ter como me separar. Any fica insaciável enquanto está prenha e se depender dela, passa a gravidez inteira com um p*u entre as pernas. — ele deu um sorrisinho debochado. Vivian fez careta. — Bom... Muito bom saber meu gato. — ela o abraçou pelo pescoço e lhe deu um demorado selinho. Joshua a olhou sem entender. — Ficou feliz? Eu disse que ela fica fogosa quando engravida. — explicou outra vez. — Sim, eu entendi... Só que você não vai ficar com ela quando ela estiver com vontade. — Vivian o olhou seriamente. — E por que não? — Porque se você não ficar com ela, ela não vai aguentar o fogo entre as pernas e vai dar pra alguém, e com isso você pode ter um motivo para deixa-la. — Você não conhece a sua irmã mesmo hein? — ele a olhou, perplexo. — Any jamais ficaria com outro homem! — Está defendendo ela? — Não sei o que vamos ganhar com isso... Eu sei que não vai adiantar, Any não seria capaz de me trair. — Ok, ela pode não te trair, mas vai se sentir insatisfeita e sei lá, pode pedir o divórcio. — coçou o queixo. — E se isso acontecer, você vai sair como o coitadinho e seu pai vai ter que entender. — Any vai achar estranho eu não querer t*****r e... — Vivian o interrompeu. — SE VIRA! — gritou. — Antes desse bebê nascer você vai estar bem longe dela! Caso contrário acabou! Eu te deixo e pra sempre. Ele engoliu o seco. Não podia permitir que Vivian terminasse com ele, afinal era louco por ela. Teria que dar um jeito de largar Any o quanto antes. — Eu vou deixá-la. — ele disse certo. — Eu acho muito bom. — ela pegou sua bolsa. — Vou esperar você hoje a noite. — foi até ele e lhe deu um beijo. — Meu t***o. — mordeu o lábio e apertou o m****o dele por cima da calça. Joshua coçou a nuca e a observou sair. Estava com um baita problema e tinha que resolver. ¨¨¨¨ — Molly! — Joshua chamou algumas horas depois. A garota veio às carreiras se equilibrando como podia em cima dos saltos. — Fala chefinho... — se apoiou na mesa, de maneira sedutora. — Sentiu saudades? — Ainda não. — ele ergueu a sobrancelhas. — Preciso que vá buscar o Júnior na escolinha. — Oi? — ela franziu a sobrancelha. — E por quê? — Por que eu estou mandando. — disse obvio. — Eu não sou babá do seu bebê. — ela disse, de braços cruzados. — Eu sou seu chefe e está no seu horário de trabalho, faça o que eu digo se não quiser ir pra rua. — pegou o telefone e discou os números do colégio, para avisar que quem iria buscar David no dia de hoje seria sua secretária. — Pode ficar tranquila, posso te dar uma graninha a mais e só você entreter ele algumas horas e mantê-lo quieto. — Ah, assim tudo bem. — sorriu abertamente. Joshua falou com a secretária do colégio, em seguida disse a Molly onde ficava. Ao chegar lá a mulher se admirou ao ver que era um colégio bem chique, viu uma mulher segurando na mãozinha de um pequeno, que era a cara de seu chefe e logo reconheceu o pirralhinho. — Oi! Vim buscar o Davidzinho. — ela sorriu. — Pode mostrar seus documentos, por favor? — Kelly pediu, com educação. — Meus documentos? — olhou para os lados. — Por quê? Eu fiz alguma coisa? — deu um sorrisinho. — Não, é só questões de segurança, pra ver se você realmente é a pessoa que o senhor Beauchamp mandou. — Tudo bem. — Molly abriu a bolsa e entregou sua carteira de identidade. — Está tudo certo. — ela sorriu e entregou a mãozinha do pequeno junto com o documento. — Tchau lindo! — Tchau tia Kelly! — ele recebeu um beijinho na bochecha da mulher e foi caminhando com Molly. — Você trabalha com meu papai? — ele perguntou curioso. — Trabalho sim. — ela tocou a cabecinha dele. — Você é muito fofinho e lindo, sabia? — Minha mamãe também disse que eu sou, o nome dela é Any! — ele sorriu. — Sabia que eu vou ter um irmãozinho? Molly arregalou os olhos. — Sério? — disse desconcertada. — Aham. — David sorriu. — Mamãe disse que logo ele vai chegar e vai ser bem pequenininho. Eu vou ajudar ela a cuidar dele. Molly estava completamente em choque. Quer dizer que Joshua seria pai novamente e sequer tinha lhe contado? Que raiva! — Como é seu nome? — David perguntou. — Molly, pode me chamar de tia Molly tá? — ela disse, ainda chateada pelo fato de Joshua ter engravidado a esposa outra vez. — Tia Molly me dá colo? — parou e estendeu os bracinhos. Molly sorriu, era tão fofinho e parecia estar com sono. Era a cara de Joshua. Esqueceu a raiva que estava do pai dele e assentiu. — Tudo bem. — deu um sorriso de leve e o pegou no colo. David encostou a cabecinha no ombro dela e pôs o dedo na boca.  — Que pesadinho você. — ela lhe deu um cheiro, ele cheirava a talco e a lavanda de neném. Como Joshua lhe pedia para não chama-lo de bebê, se era isso que ele era?
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