Capitulo 49

2361 Palavras
— Estou falando que se está querendo conseguir alguns pontos com a Any tratando o pirralho tão bem, é melhor desistir. Transformo a sua vida em um inferno se resolver se engraçar pra cima da minha mulher. — Joshua disse de forma séria, levando o assunto para o pessoal.  Tomás sorriu, sem acreditar. — Esse não era o assunto da nossa reunião Beauchamp, mas já que insiste... Any é uma mulher maravilhosa, muito me admira ela estar casada com um homem tão frívolo como você. Jamais faltaria com o respeito a ela. Mas se quer que eu seja sincero, eu vou ser, ela me encanta e muito! Joshua sentiu o sangue subir e avançou em cima dele, mas Tomás parecia não se abater com toda a raiva do rival. — Como ousa dizer na minha cara que minha mulher te encanta?! — ele berrou. — Você não tem amor a sua vida não?! — Não adianta gritar e me bater, você não merece nem a mulher e nem o filho que tem. — Tomás disse, deixando Josh com mais raiva. Joshua lhe acertou um soco na cara. E Tomás, revidou com raiva e em seguida o pegou pelo terno. — Não adianta nós dois ficarmos rolando como dois selvagens aqui! — Tomás o soltou de forma bruta. — Violência não resolve nada e eu não sou mais moleque. — disse limpando o canto da boca, onde Beauchamp tinha lhe acertado. — Any é minha, David é meu, se conforma, ela jamais dará corda para outro que não seja eu. — Joshua também massageava o queixo. — E não adianta ficar colocando na cabeça da minha mulher esse monte de besteira sobre estudos, por que definitivamente, ela NÃO vai estudar! — Eu lamento que tenha levado essa nossa reunião para o lado pessoal, mas eu vou fazer de tudo pra que Any realize o sonho de ser independente. — Eu mando na Any! — Mas não manda em mim. — Tomás o provocou. Joshua cerrou os punhos, controlando a vontade de lhe agredir, afinal já comprovara que Tomás não era nada r**m de briga. — Está me desafiando? — Beauchamp ergueu a sobrancelha. Tomás deu de ombros. — Eu sou um inimigo perigoso Tomás. — Perigoso de que jeito? Vai mandar alguém me espancar ou me matar na calada da noite? — riu. — Não, mas eu gosto de prejudicar meus inimigos. Seu emprego, por exemplo, seria a primeira coisa que você perderia. — Joshua pôs a mão no bolso. — Tenta então. — Tomás piscou, com vontade de rir. — Tio Tomás! — a porta é aberta de novo e David entra. — Você já terminou de falar com meu papai? — disse desconfiado, paradinho na porta. — Já pequeno. — Tomás o chamou. — Agora vai ligar pra minha mamãe, pra ela me levar pra casa? — disse enquanto o homem o pegava no colo, e o sentava em suas pernas. Joshua olhava a cena insatisfeito e enciumado. — Você não quer ir com o seu pai? — Tomás apontou.  David negou com a cabeça. — Porque não quer vir com o papai filho? — Josh tentou esconder toda a irritação que estava sentindo e pegou o pequeno do colo de Tomás. — O seu papai sou eu. — enfatizou. Tomás negou com a cabeça. — Porque você tá trabalhando. — o pequeno repetiu, afinal Joshua sempre dizia aquela frase quando pedia que fosse busca-lo no colégio. — Mas o papai leva você. — cheirou a bochechinha dele. — O tio Tomás vai com a gente não é? — o pequeno apontou. Joshua sentiu o sangue ferver ao ver o grude de seu filho com aquele homem. — Não! — ele berrou. — O tio Tomás não tem nada pra fazer lá em casa. — Tem sim, eu quero que ele veja a mamãe, por que ela tá dodói... A mamãe vomitou papai. — ele disse, com os olhinhos azuis arregalados. — Isso não é da conta dele. — Joshua disse seco. — Ele não é médico, ou é? — Não. — o pequeno negou com a cabeça. — Vai com o seu pai David. — Tomás disse. — E não se preocupe com sua mãe, ela já deve estar bem. David assentiu. — Eu espero que pense na conversa pouco produtiva que tivemos senhor Beauchamp, pense no que eu disse sobre sua atitude com seu filho. — Não se preocupe meu caro, do meu filho eu cuido. — disse sério. — E em breve vou me queixar de você para os seus superiores. — Fique à vontade. — deu de ombros voltando a sentar na sua cadeira. Joshua ficou de cara com a indiferença dele pelo emprego, será que não tinha medo de ficar desempregado? — Tchau tio Tomás! — David deu tchau com a mãozinha. — Tchau pequeno, e cuida desse curativo. — bateu continência. David sorriu, saindo no colo do pai. Tomás viu a porta se fechar e suspirou, passou a mão no canto da boca e sentiu que ainda estava dolorido, não acreditava que Any fosse casada com esse tipo, ela era tão meiga, tão doce, tão encantadora. Que raios ela viu nesse homem desprezível? Era difícil admitir, mas ele sim sentia muita inveja de Beauchamp. Afinal ele era casado com uma mulher encantadora, tinha um filho mais encantador ainda, e os dois pareciam ser felizes no casamento apesar do gênio nada agradável do homem, sentiu o estômago contrair ao lembrar-se do chupão que ele tinha deixado no pescoço dela ontem. Realmente eles pareciam estar bem e ele não poderia fazer nada, a não ser ajudar Any com a história dos estudos. E ele iria fazê-lo, o marido dela querendo ou não. ¨¨¨¨ Joshua chegou em casa com David e viu Any na cozinha, fazendo o almoço distraída. — Josh? David? — ela sorriu. — O que estão fazendo em casa a essa hora? — ela ergueu a sobrancelha. — O que foi isso no seu braço meu filho? — ela perguntou preocupada ao ver o curativo no cotovelo do pequeno. — Ele caiu na escola e me ligaram pra ir buscá-lo. — Joshua disse, colocando o filho no chão. — Porque não ligaram pra mim? — Pergunte isso para o seu amiguinho Tomás. — ele disse, seco. — Conversou com ele? — ela sorriu e logo voltou sua atenção para o queixo de Josh, que estava levemente roxo. — O que foi isso no seu rosto? — ela arrumou os óculos, tentando ver melhor. — Mamãe, o tio Tomás falou que você iria melhorar e não ia mais vomitar. — David olhou a mãe. — É verdade? — A mamãe já melhorou sim, foi só uma náusea. — acariciou os cabelinhos dele e o pequeno correu para a sala. — Não me respondeu o que foi isso no seu rosto, Josh. — Não foi nada. — ele disse. — Acho que eu bati o queixo em algum lugar. — mentiu. — Eu conheci o tal Tomás. — Ele é uma ótima pessoa, não é? — ela sorriu, voltando a cuidar de seu almoço. — Não, eu o achei muito intrometido. — Joshua se aproximou dela. — Te quero bem longe desse homem. Ouviu Any? — Não vejo motivos pra ficar longe dele. — Any disse. — É uma boa pessoa, David o adora e ele me trata com muito respeito. Tirando que ele vai me ajudar a entrar na faculdade. — Você não vai estudar. — Joshua decretou. — Eu vou estudar. — ela se virou para olha-lo. — Nós já conversamos sobre isso Joshua, eu já decidi. Deveria me apoiar e ficar feliz por mim. Afinal qualquer homem se alegraria por ver que a esposa não quer viver à custa dele eternamente. Eu não nasci pra viver à custa de ninguém, sempre trabalhei para ter minhas coisas! — Mas você não precisa mais. — ele enfatizou. — Não precisa se estressar com trabalho, sendo que eu te dou tudo o que você quer. — Pois é, mas não posso me confiar em você, imagine se acontece algo e nós nos separamos? Como eu fico? Ele suspirou. Maldição. — Nós não vamos nos separar. — ele disse, seco. — Eu sei que não. — ela passou a mão ao redor do pescoço dele e o abraçou. — É só uma hipótese. — mordeu o lábio.  Joshua a beijou, fazendo-a sorrir. — Mas esse Tomás não me agrada em nada. — ele rolou os olhos. — Não confia em mim? — ela perguntou. Joshua sorriu abertamente, sabia que Tomás podia tentar o que fosse. Any jamais lhe daria confiança, ela se dava ao respeito, para o seu total alivio. E também ficaria de olho neles, se esse cara lhe desse algum tipo de dor de cabeça, iria mover seus pauzinhos. — É claro que sim... — ele disse e a beijou outra vez. Interromperam o beijo, pois Any tinha que voltar a atenção ao seu almoço. Joshua teve que voltar ao escritório. ¨¨¨¨ Ao chegar a empresa, Molly logo lhe avisa: — Chefinho, tem uma visita na sua sala. — ela anunciou vendo Joshua tirar o paletó e ir em direção a sua sala. — Certo, me traga um café. — ele entrou na sala e teve uma desagradável surpresa. — Pedro? — Meu grande amigo Beauchamp! — o outro se levantou e foi até Joshua, lhe dando um abraço. — Sentiu saudades? — deu um sorriso debochado. Joshua estava mudo, olhou bem para a cara de Pedro e viu que ele estava do mesmo jeito, apenas o corte de cabelo que estava diferente, bem mais curto. As roupas que ele usava também não eram nem de longe as peças de marca que Sampaio era acostumado a vestir. — Pedro, o que está fazendo aqui? — Joshua perguntou. — Isso é jeito de receber os amigos? — Pedro negou com a cabeça. — Eu voltei Joshua, meu dinheiro acabou e eu resolvi voltar, quando cheguei descobri que meus pais viajaram para outro país, venderam a casa e eu fiquei aqui, com uma mão na frente e outra atrás. — Eu lamento por você. — Joshua ergueu a sobrancelha. — Mas agora tenho muitas coisas que fazer e... — Pedro o interrompe. — Sua secretária me disse que você tinha ido resolver algo na escola do seu filhinho. — Pedro sentou-se na cadeira de forma relaxada, ignorando as palavras de Joshua. — Ainda está com ela não é? — Com Any? — ele perguntou, com um sorrisinho vencedor. — Sim ainda. — E ela já descobriu tudo o que você apronta por aí? — cruzou os braços. — Digamos que eu sou bem esperto, consigo engana-la direitinho. — coçou a nuca. — Olha Pedro, eu realmente tenho que trabalhar. — Não, sem problemas. — ele se arrumou na cadeira. — Eu só quero que você me arrume uma grana. — Como é que é? — Joshua perguntou, atônito. — Sim, uns seis ou sete mil dólares. Acho que é o suficiente pra eu alugar um apartamento e comprar umas roupas descentes. — Você tá me achando com cara de banco ou que? — Joshua disse irritado. — Não vou te dar dinheiro nenhum, se quiser grana, que vá trabalhar. — Não estou pedindo Josh. — Pedro estava sério. — Eu estou mandando. Se você não me "ajudar"... — fez aspas com o dedo. — Eu vou contar tudo o que eu sei pra sua mulherzinha. — Perdão, eu não entendi? — ele tentou sorrir. — Isso mesmo que você ouviu, vou contar pra ela sobre a aposta, sobre você tê-la exposto na primeira vez e sobre tudo o que você apronta, inclusive o fato de comer a irmã dela. Por isso é melhor abrir a mão e sem reclamar! Joshua o olhava sem poder acreditar. — Não posso acreditar que esteja me chantageando! — Joshua bateu na mesa com força. — Pois acredite. — Pedro cruzou os braços, relaxado. — Eu não vou te dar nada. — Ah vai... — Pedro assentiu. — Eu não estou brincando Josh, se não me arrumar a grana, eu saio daqui e vou direto pra sua casa visitar a Any. — Você não tem como provar nada. — Joshua riu. — Any jamais acreditaria em você. — Você se engana. — Pedro ergueu a sobrancelha, com um sorriso contido. — Posso provar tudo. — Como provaria? — Bem... Sobre a aposta eu não tenho muito o que dizer, mas mesmo assim contarei, acha que ela não vai ligar os fatos? O motivo pelo qual você mudou com ela, logo depois de leva-la para a cama? Vai ficar óbvio. — Pedro sorriu pensativo. — O fato de você tê-la exposto é simples, vou narrar tudo o que aconteceu, e acredite Beauchamp, ver aquela cena foi inesquecível, eu me lembro de absolutamente tudo e ela também deve lembrar. E sobre a irmã, não foi difícil conseguir fotos. — sorriu abertamente. Joshua arregalou os olhos. — Eu não sei do que está falando, Vivian e eu não temos nada. — ele mordeu o lábio, olhando alguns papéis em cima da mesa. — Não se faça de desentendido, nós dois sabemos. — Pedro foi interrompido por duas batidinhas na porta. Era Molly, trazendo o café. — Trouxe o café. — ela sorriu. Joshua assentiu e ela entrou e serviu os dois. — Com licença. — saiu. Pedro deu um sorrisinho, negando com a cabeça. — Aposto que você também deve comer essa magrela. — Pedro apontou a porta, por onde a secretária tinha saído. — O que você acha? — ele tomou um gole de sua bebida. — Você é um merda. — Pedro riu. — Anda, eu tenho mais o que fazer. — o apressou. Joshua o encarou e cerrou os punhos, irritado. Estava tão bom enquanto estava livre de Pedro, como diz o ditado, tudo o que é bom, dura pouco. E infelizmente, Pedro podia estragar tudo e ele não iria permitir. Tinha que pensar em algo. Abriu a gaveta e pegou seu talão de cheques.
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