CAPÍTULO 63 MONIQUE NARRANDO O carro seguia tranquilo pela pista, o Tubarão dirigindo com aquela calma que contrastava com o apelido. O rádio ainda desligado, e eu ali, olhando pela janela, tentando organizar os pensamentos. — Bora parar numa padaria antes? — ele perguntou, quebrando o silêncio. — Tu não comeu nada hoje. — Pode ser… — respondi baixinho. — Tô com fome mesmo. Ele virou numa ruazinha mais tranquila e parou numa padaria simples, de esquina. Descemos juntos, e logo o cheirinho de pão quente invadiu o ar. Era quase reconfortante. Sentamos numa mesinha nos fundos. Eu pedi um café com leite e um pão na chapa. Ele pediu pra mim um café com leite quente e um misto quente. Enquanto a gente comia, ele ficou me olhando, mas não falava muito. Só observava. De vez em quando dava um

