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Uma deficiente no meu morro

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Sinopse

Gustavo é o dono do morro do Vidigal.Lá, quem manda é ele. Traficante temido, frio, mulherengo. Já amou uma vez… e foi traído. Desde então, fechou o coração pra qualquer sentimento. A única pessoa que ele protege de verdade é a mãe. O resto? Ele ignora.Até conhecer Isadora.Uma garota calada, que vive se escondendo do mundo. Depois de um acidente, passou um tempo na cadeira de rodas e hoje caminha com dificuldade, apoiada numa muleta. Se tornou alvo de bullying, desprezo e olhares cruéis de quem nunca sentiu dor de verdade. Mas por dentro, ela é forte. Muito mais do que aparenta.Ele viu a dor nos olhos dela… e jurou proteger.Se alguém rir dela, vai pagar.Se alguém machucar, vai cair.E se for preciso matar, ele mata por ela.Porque agora, ela é protegida dele.E o dono do morro não deixa ninguém tocar no que é seu.Gustavo vai fazer de tudo pra que ela volte a andar com firmeza, e vai destruir quem tentar diminuir o brilho dela.Uma história de amor entre dois corações feridos. Ele queria vingança. Ela só queria paz.Dois mundos opostos, duas almas diferentes… que o destino decidiu cruzar.

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1- Isadora
Palavras da autora: Em cada livro, eu busco trazer algo diferente. Gosto de sair da zona de conforto, de contar histórias que mexem com a gente, que mostram realidades duras, sentimentos profundos e amores que desafiam tudo. Esse livro é mais um desses desafios. Uma história sobre dor, força, respeito e amor, daquele jeito intenso, bruto, mas verdadeiro. É sobre enxergar além das aparências, proteger quem a sociedade tenta apagar e mostrar que até no caos pode nascer um sentimento puro. Espero que, assim como eu tô ansiosa pra dar vida a essa história, você também esteja pronto pra sentir cada emoção junto comigo. Com carinho: Bruna Mattos. Me sigam no Insta.gram para ficar por dentro das novidades : @autora_Brunamattos Tenho um grupo no watts onde posto fotos dos personagens. CAPÍTULO 01 ISADORA NARRANDO: Tem dias que a gente tenta enterrar na memória… Mas eles sempre voltam. Voltam quando o mundo silencia. Quando eu fecho os olhos. Quando o coração aperta sem explicação. O meu foi aquele dia: Eu tinha só 14 anos. Era um domingo, desses que começam normal, com cheiro de comida da vó e risada de família. A gente tinha ido visitar minha avó, como sempre fazia. Meu pai rindo alto, contando história no volante. Minha mãe no banco da frente, toda sorridente, falando que queria parar pra comprar sorvete no caminho. Eu tava no banco de trás, com uma sacola no colo, mexendo no celular e tirando foto dos dois de canto. Era bobeira, mas a gente tava feliz. Meu irmão não foi. Tava trabalhando. Ele sempre foi correria, sempre querendo ajudar, pagar as contas, aliviar pro meu pai. E graças a Deus… graças a Deus ele não foi. Vai saber se eu também não teria perdido ele naquele dia. A lembrança me arrebenta. Tudo aconteceu tão rápido. O grito da minha mãe ainda ecoa nos meus ouvidos. O susto, o barulho do freio, o clarão de um farol vindo na contramão. Depois… o impacto. Ferro retorcendo, vidro estourando, meu corpo sendo lançado e esmagado ao mesmo tempo. E o silêncio. Um silêncio escuro, gelado… como se o mundo tivesse sido desligado. Eu fiquei dias desacordada. Acordei num quarto branco, com o rosto machucado, o corpo todo travado e uma dor indescritível na perna. Eu tentava falar, mas a voz não saía. O peito pesava. E a primeira coisa que perguntei, quando consegui abrir a boca, foi: — Cadê minha mãe? O médico baixou os olhos. A enfermeira apertou minha mão. E a minha vida… ali, naquela cama de hospital, despencou num abismo. – Seus pais não resistiram. Eu lembro da sensação. Parecia que tinham arrancado algo de dentro de mim. Gritei, chorei, pedi pra Deus me levar junto. Mas ele não levou. Fiquei dias na UTI. Sozinha. Só meu irmão ali, firme, mesmo com os olhos vermelhos de tanto chorar. Ele que segurou minha mão quando eu achava que ia morrer. Ele que tentou sorrir quando eu perguntei se ia voltar a andar. E ele que me deu força quando o médico disse que eu ia precisar reaprender tudo. Primeiro foi a cadeira de rodas. Depois a fisioterapia, a dor, os olhares de pena. Hoje ando com muleta. Mas tem dias que parece que carrego o peso do mundo. Mas a gente não tava completamente sozinho. Minha avó foi um anjo naquele momento. Mesmo devastada pela perda da filha única, ela me acolheu com o coração partido. Me cuidou com amor, com paciência. Me deu banho, penteou meu cabelo, rezou comigo quando eu não conseguia dormir. Foi ela que, mesmo despedaçada, me manteve de pé. Mas nem toda força resiste à tristeza. Um ano depois do acidente, minha avó morreu. Infarto. Silencioso, rápido, c***l. Eu tinha acabado de voltar da fisioterapia quando meu irmão me contou. O chão se abriu de novo. Era a última pessoa que nos restava… e foi embora também. E então, ficou só eu e ele. Dois órfãos, tentando seguir num mundo que a gente não escolheu. Eu com uma muleta. Ele com um peito cheio de responsabilidade. Mas juntos. A gente aprendeu a sobreviver. Mesmo quando parecia impossível. Hoje, eu sigo. Não por mim. Mas por eles. Porque se eu tô viva… é por um propósito. Mesmo que eu ainda não saiba qual é. Mas uma coisa eu tenho certeza: Depois daquele dia… eu nunca mais fui a mesma. Moro no Vidigal desde que nasci. Meu pai tinha um mercadinho pequeno aqui no morro, bem no pé da ladeira. Era a vida dele. Trabalhava de domingo a domingo, suado, mas feliz, orgulhoso de cada prateleira cheia. Minha mãe era professora. Dava aula numa escola estadual ali perto, toda certinha, cheia de sonhos pra mim e pro meu irmão. Queria que a gente estudasse, fosse alguém na vida. Quando eles se foram… Deixaram pra gente o mercadinho e a casa. O pouco que tinham conseguido na luta da vida. E foi agarrado a isso que a gente segurou a onda. Meu irmão, Marcos, entrou pro movimento ainda novo. Eu odiava, ainda odeio. Mas ele fez o que achou que precisava pra não deixar faltar nada pra mim. Hoje, ele é “do corre”. Trabalha numa das bocas, faz o que tem que fazer pra garantir que a casa tenha comida, que eu tenha remédio, que o mercadinho continue aberto. Eu cuido do mercadinho. É simples, pequeno, mas tem de tudo: arroz, feijão, bala, sabão, biscoito, leite… O pessoal do morro chama de venda, mas pra mim é mais que isso. É meu refúgio. Fico ali, atrás do balcão, praticamente escondida. Não gosto que me olhem. O que mais dói não é a deficiência. É o olhar de pena. E aqui, todo mundo me olha assim. Eu tava ali, sentada atrás do balcão, olhando sem atenção pra TV pendurada na parede, quando ouvi a porta abrir e o som das botas pesadas batendo no chão. Era o Marcos. Cansado, suado, com a cara fechada. Passou a noite no trampo, dava pra ver. — E aí, não vai pra fisioterapia hoje? — ele perguntou, largando o boné em cima do balcão e pegando uma garrafinha de água. Suspirei, desviando o olhar. — Não. Tô cansada, Marcos. Não adianta nada essa fisioterapia. Eu vou ser pra sempre assim… Ele bufou, a expressão mudando na hora, ficando bravo. — Não vai, não! — ele rebateu, firme. — Tu sabe que eu tô ajuntando o dinheiro pra tua cirurgia, Isadora. Tu vai fazer sim! Vai voltar a andar direito! Neguei com a cabeça, sentindo aquela velha angústia subir no peito. — Eu não quero… — sussurrei, com a voz embargada. — Não quero passar por mais uma cirurgia. Não aguento mais hospital, dor, esperança que no final sempre decepciona. Eu tô bem assim, Marcos. Ele me encarou, com aquele olhar misturado de dor e raiva. Como se o fato de eu aceitar minha situação fosse uma ofensa pessoal pra ele. Como se eu tivesse desistido... E talvez tivesse mesmo. Porque às vezes... A dor cansa mais que qualquer ferimento. — Tu não tá bem, Isadora. — ele rebateu, dando a volta no balcão e parando na minha frente. — Tu só se acostumou com a dor, mas isso não é viver. Tu tem 18 anos, ainda tem muita coisa pela frente. Tu merece mais do que essa rotina presa aqui atrás desse balcão. — Marcos… — suspirei, fechando os olhos. — Por favor, não começa com isso hoje. — Eu só quero o teu bem, c*****o! — ele elevou o tom, mas logo abaixou os olhos, respirando fundo. — Tu acha que é fácil pra mim te ver assim? Escondida do mundo, andando com dificuldade, sofrendo com dor, com olhar de pena dos outros? Eu matava e morria pra ver tu sorrindo de verdade de novo. — Mas eu não quero! — explodi, sem conseguir segurar. — Eu não quero cirurgia nenhuma! Eu não quero esperança nenhuma! Tu não entende isso? — Não fala assim… — ele sussurrou, me olhando com os olhos marejados. — Eu já me quebrei uma vez. — falei mais baixo, a voz embargando. — Já passei por cirurgia, por UTI, por fisioterapia, por remédio, por cama de hospital, por tudo… E nada voltou a ser como era. Então me deixa. Me respeita, Marcos. Eu só quero viver do meu jeito. Mesmo que seja aqui, escondida, atrás de um balcão. Isso é tudo que eu aguento. Ele passou a mão no rosto, como se estivesse limpando uma lágrima que não caiu. Ficou ali parado, quieto, me olhando como quem queria abraçar, mas sabia que eu não deixaria. Ele queria me salvar. Mas não sabia que tinha coisa que nem amor de irmão dá conta de curar. Ficamos em silêncio por uns segundos. Só o som da TV passando um jornal qualquer e a geladeira do mercadinho zumbindo no fundo. E ali, naquele instante, eu me perguntei pela milésima vez: Será que um dia essa dor toda vai passar? Lançamento dia 03/05

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