78. Flávio

779 Palavras

Quinta-feira, 8h45 da manhã, e eu já tô parado na frente do Fórum. Camisa preta de botão, calça jeans escura, bota no pé. Não vim pra agradar ninguém, só pra resolver. A tornozeleira ainda aperta no calcanhar, como lembrança viva do passado que eu tô tentando enterrar. Puxo o cigarro do bolso, mas nem acendo. Jogo de volta. Hoje não é dia de fumaça, é dia de ar limpo. Renata me encontra no saguão, já com a papelada na mão. — Vamos assinar, Flávio. Eles só vão verificar identidade e liberar a última análise da conduta. Assino tudo com calma, sem pressa, mas com firmeza. A mão pesa na caneta como se cada traço fosse um golpe em tudo que eu vivi nos últimos sete anos. Quando entrego os documentos, ela sorri. — Agora é só esperar. Mais uns meses e você tá limpo. Sem tornozeleira, sem res

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