📍 NARRADO POR NILO Desci a viela com o boné abaixado, o rádio chiando baixo na cintura e o sangue ainda quente demais pro horário. O cheiro dela grudado na minha pele, no céu da boca, nos dedos. Mas o mundo não para. E eu não sou homem de se perder em cheiro de mulher. Sou de missão. De território. De comando. A cada passo, a quebrada me saudava sem falar. Um aceno aqui, um olhar cortado ali. As cria já sabiam: quando eu passo, é sinal de que a paz ainda respira. E quando não passo… é porque o inferno tá a caminho. Cheguei na boca da forma que sempre chego: em silêncio, mas com presença. E presença, aqui, é mais forte que tiro. O portão de ferro tava entreaberto. Gritava ferrugem e guerra. — “O chefe tá chegando!” — ouvi alguém sussurrar no radinho, e o som se espalhou feito corrent

