📍 NARRADO POR NILO Desci o beco de trás como quem corta vento com faca. A quebrada se dobrava ao meu passo, mas meus olhos tavam voltados pro galpão — aquele espaço esquecido, escondido entre a oficina do Batoré e o ferro-velho do Fininho. Um lugar morto. Ou melhor… um lugar à espera de vida nova. Empurrei o portão de zinco. Ele gemeu. Choro de ferrugem. De abandono. O espaço era grande, cimento trincado, teto de amianto encardido, e marcas de pneus no chão como cicatrizes de guerra antiga. No canto, uns caixotes empilhados, ferro velho, cordas, pedaços de madeira, uma mesa quebrada. E ainda assim… era perfeito. Ali, Amara ia aprender o que o mundo nunca ensinou pra mulher nenhuma. Ali, ela ia deixar de ser alvo e virar munição. Fiquei parado por uns segundos, no centro. Respirei f

