Mar sabia que não devia ter fugir, sabia que não podia, mas a praça da cidade era a única alegria que ainda restava, a única coisa que lembrava alguma forma de liberdade, de vida, de infância talvez. Calçou um tênis velho, vestiu uma blusa de frio, e saiu pelos fundos da casa, deslizando entre as árvores, subindo em uma, pulando o muro sem fazer barulho. Sabia que logo sentiriam sua falta.. mas os homens de Cesáreo não contariam, não queriam ser punidos, e ela sabia disso, por isso correu pelas ruas escondidas até chegar à praça. Sentou no banco de cimento, comprou um sorvete de doce de leite, daqueles de copinho descartável, e ficou ali, ouvindo os pássaros, o som das folhas, o barulho de uma liberdade breve e falsa. Chorou baixinho, sem fazer escândalo, e depois de vinte minutos enxug

