Pré-visualização gratuita cap 01 homem de poucas palavras
Matador...
Saí de casa e vi minha mãe sentada no sofá assistindo TV. Subi na minha moto e já fui direto pro salão da Lara pra ela trançar meu cabelo, porque o pai é chato. Sou homem, mas sou vaidoso pra c*****o, ando sempre cheiroso, cabelo sempre na régua, bigodinho fininho e sempre posturado, a cara do enquadro.
Qual foi? Ando sempre arrumado e cheiroso pra ter moral de chegar nas n**a daora. Os cara quer chegar nas n**a com as canela russa cheia de pereba e pensa que as n**a vão querer? Uma p***a, que querem.
Cheguei na porta do salão e já ouvi um monte de conversinha fiada de mulher. Na moral, nem tenho paciência pra conversa b***a de mulher, não, pow. Qual foi? Parece um monte de papagaio essas vagabunda.
Na hora que eu entrei, já fechei a cara. Elas pararam com os burburinhos, já sabem como funciona. Venho sempre aqui no salão e, quando venho, não gosto de ouvir conversinha fiada de mulher, não.
Bati o olho na Lara e ela já me chamou pra sentar na cadeira. Começou a destrançar meu cabelo, e eu não sabia o que ela tava passando lá, mas logo começou a trançar de novo.
Depois de uma hora e meia, Lara terminou. Paguei pra ela e fui saindo. Passei essa uma hora e meia toda recebendo olhares daquele monte de mulher. Tudo cachorra adora um cintra ignorante. Sabem das coisas que eu faço e ainda querem jogar pra mim, é f**a mesmo.
Meu vulgo "Matador" não é só um apelido, não. Tenho esse nome porque mereço. Minha missão aqui na favela é simplesmente matar. Faço todo o trabalho sujo daqui, tenho mais de 80 mortes nas costas. E te falo, posso matar quantas pessoas forem, mas a sensação de vazio é sempre a mesma, é como se fosse a primeira vez.
Já matei muito pai de família, já matei gente boa, gente r**m e de todas as espécies. Não tô perguntando se você é bom ou r**m. Se o chefe me pedir pra te matar, eu te mato e acabou. Sou apenas um soldado, faço o que me mandam.
Saí do salão da Lara e já fui logo pro salão dos crias fazer meu disfarce. Cheguei lá, cumprimentei os aliados e fui sentar pra esperar, quando o Piauí chegou.
Piauí: "Qual foi, rapaziada?" – falou com o pessoal. – "Iai, meu mano, como é que tá?" Fez um toque comigo.
Matador: "Fala, n**o do c*****o, tô na paz, pow." – falei com ele, mas não dei muita ideia. Piauí é o único que eu tenho um pouco de consideração nessa favela. O resto eu quero que se f**a, não dou moral pra ninguém, não sou palhaço pra tá de risada com esses comédia.
Piauí: "Pow, minha irmã tá querendo vir pra cá morar comigo. Sei nem o que falar pra ela, tá ligado? Quero ela aqui não, muito perigoso, tenho medo de alguma coisa acontecer com ela, minha princesa, pow."
Matador: "Foda."
Piauí: "Homem de poucas palavras." – ele riu – "Frio e calculista como o Tomás Shelby daquela série lá que eu esqueci o nome." – ele disse, olhando pra mim rindo. – "Peaky Blinders, pow, sei lá como chama essas porra."
Olhei pra ele rindo e negando com a cabeça. Esse galego é f**a, é o único que consegue fazer eu tirar um sorriso nessa p***a. Gosto dele demais, ele nunca vai saber disso, mas eu gosto, pow. Moleque sagaz, trabalha comigo há mó tempão.
Ele continuou falando da irmã dele lá, e eu nem ligando, logo fui cortar o cabelo e fui pra casa bater um rango.