Pré-visualização gratuita 01 - Aurora
PRÓLOGO
Aurora Narrando
O vento de Lisboa soprou no meu rosto assim que desci do carro. Era começo da primavera, mas o clima ainda guardava aquele friozinho gostoso que arrepiava a pele. Peguei minha mala no porta-malas e olhei para a mansão imponente à minha frente, mármore branco, janelas gigantescas e uma entrada rodeada de um Jardim.
Respirei fundo. Era ali que minha nova vida começava. Longe do Brasil, longe da minha família, dos meus amigos.
— Ele vai te receber. Vai te ajudar — foi tudo o que minha mãe disse no aeroporto.
Ele, no caso, é Peter. O padrinho que eu nunca conheci. O homem misterioso que sempre mandou presentes caros nos meus aniversários, que pagou minha escola, minha faculdade, mas nunca deu as caras.
A porta se abriu antes mesmo de eu tocar a campainha.
E ali estava ele.
Meu coração parou por um segundo, Meu padrinho.
Coroa? Até é. Mas um coroa gato. Muito gato.
A barba por fazer, os fios grisalhos no meio dos loiros bem cuidados, os olhos azuis que pareciam ler minha alma. Terno alinhado, corpo grande, ombros largos. Ele não parecia com nenhum homem que eu já tinha visto e olha que eu já vi muita coisa.
— Aurora? — ele disse, com a voz grave e aveludada.
Meu nome nos lábios dele soou diferente. Mais íntïmo.
— Oi, sim — engasguei um pouco. — Sou eu.
Ele sorriu, e o sorriso dele me atingiu no estômago como um soco de desejo.
— Seja bem-vinda.
Ele se aproximou, me deu um beijo no rosto e eu juro que o calor da boca dele queimou minha pele. Minhas pernas tremeram.
Que inferno é esse? É meu padrinho. É proibido.
Mas o jeito como ele me olhou, como os olhos dele desceram pelo meu corpo, como se ele tivesse visto mais do que deveria. Aquilo não era só carinho. Era fogo.
Meses se passaram. E a tensão entre nós só aumentava.
Ele me evitava às vezes. Outras, era atencioso demais. Me olhava quando achava que eu não via. E eu fazia o mesmo.
Eu conheci um homem cheio de camadas. Peter é CEO de uma das maiores empresas de tecnologia de Portugal. Manda em salas cheias de executivos. Tem poder, charme, e um mistério que me faz querer desvendá-lo.
E uma noite, tudo mudou.
Eu tinha saído com umas amigas e cheguei tarde. A casa estava escura, mas ele ainda estava acordado, na varanda, com um copo de uísque na mão. A camisa branca entreaberta, revelando o peitoral forte e levemente coberto por pelos grisalhos.
— Tá acordado ainda? — perguntei, tirando os sapatos.
Ele me olhou, e aquele olhar me despiu inteira.
— Você saiu sozinha?
Assenti, andando na direção dele. Fui tomar um vinho. Só isso.
— E bebeu mais do que devia. Eu vejo nos seus olhos.
— Você sempre foi bom em observar, né?
Ele não respondeu. Só me encarou. Os olhos dele queimavam.
— Vem cá — ele disse, com a voz mais rouca que o normal.
Eu fui.
Me aproximei, o coração descompassado, o corpo em alerta. Quando parei na frente dele, ele estendeu a mão e tocou meu quadril, com firmeza.
— Isso é errado, Aurora — ele sussurrou. — Muito errado.
— Mas eu quero — confessei.
Ele se levantou de repente, me puxou pela cintura e me prensou contra o corpo dele.
— Você sabe o que tá fazendo? — perguntou, encostando a testa na minha.
— Sei. Desde o primeiro dia em que te vi.
Ele me beijou, Com fome, Com raiva. Com desejo.
A boca dele dominou a minha como se fosse a coisa mais certa do mundo. Minhas mãos voaram pro pescoço dele, pro peito dele, e o calor que eu sentia dentro de mim parecia prestes a explodir.
Peter me virou e me encostou contra a parede de vidro da varanda. O mundo lá fora era silêncio e noite. Mas dentro de mim era tempestade.
As mãos dele subiram pela minha cintura, invadiram por baixo da blusa, tocaram minha pele com urgência. Eu arfei quando ele apertou meu seio por cima do sutiã.
— Você é tão linda, tão maldita e linda — ele gemeu contra meu pescoço.
— Me toca, por favor — implorei, sem vergonha nenhuma.
Ele me pegou no colo e me levou pro quarto dele. Me jogou na cama king size com lençóis brancos e macios. Subiu em cima de mim com aquele corpo que me deixava molhada só de olhar.
As roupas foram voando, uma a uma. Ele tirou a minha blusa, o sutiã, chupou meus seïos com vontade, mordendo levemente os mamïlos, me fazendo gemer alto.
Desceu com a boca pela minha barriga, me olhando o tempo todo, até chegar na minha intimïdade. Abriu minhas pernas e me devorou sem piedade.
— Peter, ah… meu Deus — gritei, puxando os cabelos dele.
Ele sabia o que fazia. Me chupava com experiência, com força, com fome. Me fez gözar uma, duas vezes com a boca. E quando eu achei que não aguentava mais, ele subiu, me encaixou e me penetrou de uma vez só. Forte. Profundo.
— Você é minha — ele disse entre os dentes.
Naquele momento, eu era completamente dele.
Cada estocada dele fazia meu corpo estremecer. Ele me segurava com força, como se estivesse tentando tirar todo o tempo perdido. Como se aquele desejo guardado há meses estivesse explodindo enfim.
— Tão apertada, tão perfeita pra mim — ele gemeu, cravando os dentes no meu ombro.
Eu me desmanchava. Me desfazia. A pele dele na minha, o cheiro, o gosto, o calor.
A cama rangia, os gemidos ecoavam no quarto. E quando ele gozöu dentro de mim, junto comigo, eu soube. Nada seria como antes.
Eu estou födidamente apaixonada, Pelo homem errado, o homem que nunca deveria ter me tocado.
Mas que agora é parte de mim.
Peter, meu padrinho. Meu pecado. Minha perdição.
E eu sei isso é só o começo. E eu quero que dure muito.