Cap 8

696 Palavras
O Vasco ficou me encarando, os olhos duros, o tom baixo, firme: — Fica tranquilo, Gustavo. Já foi resolvido. Aqui, quem toca em uma das nossas, paga caro. Eu respirei fundo, tentando acalmar, mas o coração batia como tambor. — Ela não merecia passar por isso, Vasco. A Laura é pura, mano… Ele desviou o olhar, e naquele instante eu percebi que ele tava sentindo também. Tinha algo ali que ele tentava esconder, mas dava pra ver no jeito que o maxilar dele travava quando o nome dela era dito. Fiquei calado por um tempo, até ele dizer: — Leva ela pra longe do movimento por uns dias. Deixa esfriar. Eu cuido do resto. Assenti, mesmo com a cabeça fervendo. Enquanto subia o beco de volta pra casa, eu só conseguia pensar em duas coisas: na Laura, e no olhar do Vasco quando falou o nome dela. Porque aquele olhar… não era só de ódio. Era de proteção. E, talvez, de algo mais. O ódio me dominava. Um ódio puro, cego. A Bia sabia. Sabia! E mesmo assim olhou na minha cara, fingiu que nada tinha acontecido. Tudo porque o desgraçado era irmão dela. Aquilo me corroía por dentro. Traição. Covardia. Hipocrisia. E o pior — ela é a melhor amiga da Laura. A que jurava cuidar dela, a que prometia que nunca ia deixar nada acontecer. Saí da boca com o sangue fervendo, os punhos fechados. Desci as vielas sem enxergar direito de tanta raiva. Fui até o ponto onde ela trabalha, mas não encontrei. Um dos meninos disse que ela tinha ido mais cedo pra casa. Sem pensar duas vezes, peguei a moto e segui. Cheguei na casa dela, bati forte na porta. Nada. O portão tava só encostado. Entrei. — Bia! — gritei, a voz alta, carregada de raiva. Silêncio. De repente, ouvi o barulho do chuveiro ligado lá dentro. O som da água caindo, o vapor saindo pela fresta da porta. — Bia! A gente precisa conversar! — gritei de novo, me segurando pra não explodir. A água parou. Uns segundos depois, a porta do banheiro se abriu devagar, e ela apareceu enrolada na toalha, com os olhos arregalados, assustada. — Gustavo?! Que isso, tu é doido? — ela gritou, segurando a toalha com uma mão e o peito com a outra. — Doido? Doido é tu, que encobriu teu irmão depois do que ele fez com a minha irmã! — falei, a voz trêmula, o corpo inteiro tremendo de raiva. — Eu não sabia o que fazer! — ela respondeu, chorando. — Eu juro, Gustavo, eu fiquei com medo… ele não e.... mas eu não concordei, eu não defendi! — Tu devia ter falado comigo! — avancei um passo, apontando o dedo pra ela. — Tu devia ter confiado em mim, Bia! A Laura te ama como uma irmã, e tu deixou ela sofrer calada! Ela abaixou a cabeça, as lágrimas caindo. — Eu errei… eu sei que errei… mas eu tava com medo, a Laura mesmo pediu pra eu não falar! Fiquei olhando pra ela, o peito subindo e descendo rápido, tentando controlar o impulso de continuar gritando. Mas naquele instante, vi que o medo dela era real. Não era desculpa. Era medo de verdade. Respirei fundo, passei a mão no rosto e disse, baixo: — Já tá feito, Bia. O Vasco resolveu. Mas tu… tu perdeu minha confiança. Ela me olhou com medo e eu me aproximei — eu vou fazer igual ele fez com a Laura vou fazer com VOCÊ Ela se afastou, com os olhos cheio de lagrimas, em um impulso puxei a toalha dela, ela ficou pelada, eu olhei, dos pés a cabeça! Ela ficou encostada na parede, em um impulso joguei ela pra cima da cama, e fui pra cima dela. Ela tremia nos meus braços a pele ainda molhada. Eu olhei nos olhos dela — por favor... eu sou virgem - ela disse isso eu pulei de cima dela, ficando em pé! — eu não sou teu irmão porra.... - joguei a toalha nela e sair com o coração disparado Eu nunca fiz isso, não vai ser agora eu não sou jack p***a! Continua
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