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As crônicas de Tretagon: A escolhida da Fênix

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Sinopse

Alguém escolhida pela luz e pelas trevas deve lutar para não sucumbir ao seu lado mais obscuro.

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Prólogo
ANTES DA ERA DA FÊNIX (333 A.F) (O sangue inocente derramado aprisionará o demônio que assombra Tretagon e o seu domínio obscuro cessará. As almas perdidas serão resgatadas e de suas cinzas a fênix se erguerá. Para os sensíveis em seus momentos de maior temor, a luz brilhará com esplendor. Os insensíveis serão surdos e mudos a sua presença vivendo nas trevas eternas que têm como direito de nascença. Contudo, o selo se rompe e o m*l selado voltará, mas o escolhido da fênix se erguerá e em toda Tretagon terá o direito de reinar.) As plantas estavam mortas nos campos de colheita. As fadas morriam impregnadas pelo ar maléfico. Os animais eram envenenados à medida que a onda de escuridão se alastrava por toda Tretagon. Dragões corrompidos queimavam tudo à sua volta em chamas azuis deixando cinzas para trás que se assemelhavam a flocos de neve. Os melhores e mais poderosos sacerdotes foram escolhidos pelos reis e rainhas das oito nações para lutarem contra o detentor da escuridão. As hordas de mortos de Serper eram convocadas diretamente do lago da morte. Eram almas que não tiveram o descanso eterno e que gritavam por vingança marchando pela terra e conduzidas pela melodia funérea da flauta tocada pelo demônio. A aparência do ser não era horrenda, ele estava bem longe de ser bestial, apesar de sua alma ser corrompida de tantas formas que é impossível enumerá-las. O seu cabelo era acinzentado e longo, fios esticados que pareciam ornados da própria lua, a pele pálida, as feições do rosto suaves que pareciam esculpidas pelo melhor artista, sua figura esguia e alta se destacava e tinha os olhos rubros cativantes que pareciam conter conhecimentos de eras. Havia uma elegância em seus trejeitos que escondia a sua crueldade por dentro. Sua voz tão harmoniosa que poderia persuadir qualquer um com palavras acidentais jogadas ao vento. Enganador e sedutor. Quem escutasse seu discurso distorcido se renderia facilmente a ele. Perspicaz como uma serpente que se move de forma fascinante à presa, esgueirando-se para dar o bote. Dessa forma, o motivo que reuniu os oito sacerdotes naquele jantar era realmente preocupante. O conselho tomava forma na pequena Ilha da Caveira de Gardênia, um local de reclusão e de treinamentos de magos e magicistas, que se preparavam para tornarem-se os próximos sacerdotes e onde continha o conhecimento de toda Tretagon. Cada sacerdote e sacerdotisa ali vinham de uma nação diferente da outra em costumes e línguas com o intuito de impedir o reinado de Serper. Todos os convocados eram sacerdotes e sacerdotisas que tinham poderes extraordinários concedidos pelos elementos. Porém, um deles não possuía dons relevantes para o combate e ele era o mais contido e diplomata de todos. Seu nome era Adam e sua própria aparição ali era contra a vontade do conselho sacramental. A calmaria de suas ações e sua certeza convicta de apenas um deus ofendia a todos os presentes. Cada um deles tomou seu lugar à mesa gigantesca de madeira, três na lateral direita, três na lateral esquerda. Numa das pontas da mesa sentava-se Adam e na outra Magda. ― Entraremos em guerra! O que o pacifista faz aqui? Ele ofende os elementos, as regras e a todos nós... ― Constatou Razel, vindo de Ratifar. Seus poderes se resumiam a causar terremotos e a controlar o elemento terra. Usava uma túnica bordada em ouro em um conjunto de muitas joias para deixar evidente a riqueza de sua nação de mineradores. Isso graças ao fio, já que sua nação possuía liberdade em expressar-se com o corpo. Já em Adam, não havia riqueza em suas túnicas, nem algo gritante em sua aparência que o destacava, sua pele era acobreada, diferente das dos outros presentes que se banhavam em essências para tornarem-se pálidos como o luar, apenas seus olhos escuros cheios de paciência se destacavam em meio ao caos e ao desespero existente em todos mesmo que estivessem cercados por luxos e quinquilharias dispensáveis. ― Vim mesmo sendo indesejado. A vida de todos os presentes aqui e todos os seres viventes está em risco por este que se autoproclama o dono de tudo. Eu não posso deixar que ele tome esse mundo. ― A voz pacificadora de Adam se manifestou poderosa. ― Serper é um necromante, qualquer um que possa ressuscitar os mortos deve ter nosso respeito e temor. ― Acrescentou Meri, nativa de Gardênia, uma elementar que controlava o gelo. ― E ele ainda consegue controlar os quatro elementos como nossa líder. Adam não se alterou e nem se atemorizou. Apenas um sorriso de ligeira decepção pintou seus lábios. ― O Deus que sigo ressuscitou o rei Laster dos mortos intacto mesmo tendo se passado quatro dias! E vocês não o temeram assim.... Como alguém que traz carcaças da terra e coloca almas cheias de vingança dentro delas tem o respeito de vocês? ― Questionou-os Adam, com uma calmaria na crise deveras incômoda aos membros da assembleia. ― Eu vi o exército dos mortos com meus próprios olhos! Cobria montanhas e vales inteiros. Os dragões eram gigantescos como o céu e cuspiam fogo azul. ― A voz de mulher continha uma admiração perturbadora e os olhos de Magda que foi aquela quem tomou a fala brilhavam com uma devoção corrompida. ― A sua fala eu não vi acontecer, meu caro. ― Debochou tendo a aprovação dos outros. ― Eu vi acontecer. ― Testemunhou Dramer. Dramer era vindo de Dragomir, nação que fazia fronteira a de Andrear, causando um alvoroço pela sua fala entre os sacerdotes. Dramer era o aclamador de bestas, tinha o dom de domar o selvagem e seu melhor amigo era um dragão dourado chamado Fedrer, o qual Dramer salvou a vida quando este ainda era um filhote, claro que não se comparava aos dragões do inimigo, mas ainda era bastante forte. Apesar de saber lidar com bestas, não sabia lidar com pessoas. Adam, pela proximidade da nação de ambos, era seu aliado e, como se não bastasse, um dos únicos que o escutava, apesar do temperamento difícil que sabia ter. Ajudou-o incontáveis vezes quando as almas de Serper possuíam os vivos de Dragomir, exorcizando, além de realizar milagres de cura. O seguiria aonde ele fosse. ― Eu vi com os meus próprios olhos o rei Laster saindo da tumba em perfeito estado. Adam apenas disse para que ele acordasse de seu sono. ― Insistiu o draconiano. ― Não fui eu que o fiz... ― Informou-os Adam relutante em tomar o crédito que talvez o fizesse adquirir algum respeito no conselho. ― Foi o Deus que sigo. ― E o que o Deus que segue diz sobre essa crise? ― Questionou-o Magda, desafiadora. Adam ficou sério e calmo. Insondável para aqueles que o ridicularizavam. Seus olhos perderam-se em reflexões. E sua alma fraquejou por um momento. ― Os poderes de vocês serão inúteis contra Serper! ― Informou-os o pacifista. Os olhos escuros dele ficaram ligeiramente melancólicos. ― Não há nada o que possam fazer contra a escuridão além de serem consumidos por ela! Escutem, não é pelo que são e pelos dons e talentos que têm que se tornaram dignos o suficiente para enfrentá-lo. ― Que audácia. Temos poderes que combinados controlam os próprios elementos e não podemos contra o necromante? ― Interviu Bodwin, um gigante razinza das montanhas do fogo. ― Não podem! ― Repetiu Adam convicto, com um fardo que era invisível aos outros, mas constante dentro de si e o fazia estremecer. ― Serper conhece o poder de cada um de vocês. Ele próprio os tem. Ele tem dádivas que superam em muito a de toda a criação. Vocês não são nada contra ele, além de criaturas um pouco mais interessantes do que os humanos, por deterem magia divina. ― Você deve morrer por sua audácia, sabia? ― Começou Magda sorrindo. ― Ele vem aqui e ofende a todos nós, diz que não somos dignos e o deixaremos sair intacto? ― Ele é um de nós! Não, pelo que eu vi ele é ainda melhor que qualquer um de nós. Ele é o meu mestre, ele é aquele que seguirei até os confins de Tretagon e não você, bruxa. ― Dramer que se posicionou a favor do amigo. ― Matamos ao nosso próprio povo agora? Vai derramar sangue de um justo por nada? ― Justo! Bem, ele o é. Mas desde quando ele é um de nós? Não segue as regras, nem os sacerdócios... ― Revidou Magda. ― Não adora a floresta, o sol e a lua... Não tem nenhum poder que o destaque entre nós. Eu controlo não só um, mas os quatro elementos. O que seu amigo faz além de expulsar espíritos malignos, curar e agora, segundo a palavra de vocês dois, ressuscitar os mortos? Como um pacifista como ele é útil numa guerra? ―Eu adoro ao Deus que criou a natureza, o sol e a lua! ― A voz de Adam ecoou repreensora pela primeira vez apesar de não perder a candura fazendo todos estremecerem e se arrepiarem pelo impacto das palavras dele que detinham um poder tão forte que lhe eras desconhecido e causava temor. ― Todos têm boas intenções aqui e querem o melhor para Tretagon. Apesar de um de nós nessa mesa ser um traidor, não é Magda? Kai que era guarda de Magda encarou Adam com temor que a traição dela fosse conhecida por ele. A mente dele lhe era complexa, não havia rancor apesar desse conhecimento e era só uma paciência intrigante ao telepata. Adam trocou um olhar caridoso com Kai como se soubesse seus poderes e o rapaz desviou o olhar, impactado pelos olhos escuros. ― Do que ele fala? ― Confrontou-a Dramer sabendo que a desconfiança de Adam sobre alguém sempre se provava uma verdade irredutível. ― Ouvirá o louco que houve vozes de um só Deus? ― Revidou Magda, a bruxa, gritando e rindo. ― Não os sussurros da floresta, o luar que nos purifica e energiza e o sol que nos dá direções, mas um único Deus?! Eu esperava mais de você, Dramer! ― Humilhou o homem. ― Eu digo para que matemos Adam, o inútil, agora, então mesmo que seja imprestável aumentemos nossos poderes bebendo o sangue dele. Queimemos também o corpo para comermos suas cinzas e termos sua essência. ― Enlouqueceu Magda?! ― Gritou Dramer. O draconiano indignou-se quando nenhum dos outros se pronunciou contra aquela insanidade. Nem mesmo Adam disse uma palavra em sua própria defesa, sentindo o peso começar a preenchê-lo, sabendo que havia chegado a hora. ― Vocês todos estão mesmo cogitando beber o sangue dele e comer as cinzas? Eu lido com bestas, mas nem elas são tão selvagens. Isso é impensável. ― Ela está certa. Adam é inútil, mas os poderes de purificação dele serão indispensáveis se combinado com os nossos. Por que não fazemos o que ela disse? Se isso te incomoda Dramer. Saia do conselho. ― Aconselhou Betânia, a elementar da água vinda de Nescrer. ― Sairei desse conselho e.... Dramer não pôde terminar sua fala. Adam tocou-o no ombro e seus olhos escuros capazes de condenar ou inocentar um homem se encontraram com os azuis cinzentos do amigo com parcimônia. ― Beba o meu sangue e coma a minha carne com eles. ― Pediu-o Adam tranquilizador. ― Faça isso por amor a mim. ― Adam...? ― Dramer relutou contra aquele absurdo num fio de voz trêmulo. ― Faça-o por amor a mim! ― Repetiu, Adam, inconsolável. ― Sei que me seguiria aonde for. Agora eu peço que faça o que eles dizem. Isso sou eu pedindo. Coma a minha carne e beba o meu sangue para que possa combater Serper. Quero que as chamas da minha morte venham de Fedrer. ― Fedrer admira você, ele não vai querer queimá-lo. ― Dramer evidenciou os sentimentos do dragão. ― Do que você está falando? Adam puxou Dramer para um canto. ― Das minhas cinzas, eu ressurgirei em sete dias. ― Contou-o. ― Eu dou minha vida de bom grado para retomá-la. Confia em mim? ― A voz de Adam era amável e, apesar do plano soar aos ouvidos de seu aliado como uma loucura, os olhos de Dramer se encheram de lágrimas. Adam sorriu comovido. ― Sabe que eu confio, mestre. ― Dramer mostrou-o seu respeito porque apesar de estar repleto de dúvidas, tinha fé em Adam. ― Então beba o meu sangue e coma a minha carne com eles. Fogo de dragão é a coisa mais poderosa que existe, resistir a isso é impossível. Isso é necessário para que os faça entender o sacrifício... ― Adam explicou e soltou um suspiro. ― Por que deve se sacrificar? Eles traíram você... E mesmo assim cederá seus dons e poderes a eles. ― Dramer tentou elucidar ao amigo. ― Eles não sabem o que fazem. ― Garantiu-o Adam acalentador. ― Eu vim até aqui por eles. Quando eu estiver perecendo a guerra será ganha, mas ainda haverá uma batalha grandiosa. Eu subirei ao firmamento, mas alguém surgirá e abençoado por mim obras maiores que a minha fará. ― Sim, mestre. ― Dramer confiou. ― Eu estou agradecido por ter um amigo como você, Dramer. ― Adam segredou-lhe e então o fitou sério. ― Uma gota de meu sangue, colete e guarde-o. Coloque-a sobre um cristal de gelo das montanhas do inverno eterno, não precisa ser especial, o mais simplório que encontrar. Com a pedra devidamente purificada, forje a corrente nas montanhas de fogo com um metal também esquecido e subestimado. Esse colar será importante... Fogo, metal, sangue, gelo. Os elementos mais fortes... ― Por que? ― Inquiriu-o Dramer com a voz falha. ― Aquele que usar o colar e o meu sangue brilhar é porque tem minha aprovação para ser o rei ou rainha de Tretagon. Ele ou ela pode não ser visto pelos outros como o verei, mas será meu escolhido ou minha escolhida para liderar na batalha vindoura. ― Eu entendo mestre. ― Dramer aceitou a missão. ... Sangue jorrava de seus pulsos e enchia cálices. Adam lançou um olhar a Dramer compassivo. O monoteísta estava preso e amarrado a um tronco. O líquido rubro jorrava como uma fonte. Quando o sangue derradeiro tocou o solo a terra estremeceu, o céu escureceu, água caiu dos céus, um rugir veio em forma de trovões um raio cortou o firmamento chegando ao chão como se algo se partisse. Os sacerdotes e sacerdotisas que presenciaram tal fenômeno olharam uns para os outros sem ter o que dizer. Era uma onda de poder poderosa demais para se ignorar. Magda assustada gritou: ― Queimem-no. Queimem o herege. Dramer antes que alguém jogasse a tocha, deu um comando a Fedrer que os assistia com os gigantescos olhos amarelos cheio de lágrimas assim como os olhos de seu dono, que derramava lágrimas por Adam e o dragão, mesmo a contragosto, cuspiu fogo em direção a Adam, que foi consumindo numa pira. Serper numa onda de energia gigantesca que atingiu todos os oito reinos foi enfraquecido. Seus dons de necromante foram adormecidos pela onda purificadora e todo seu exército se desfez com as almas outrora obscuras sendo redimidas pelo sangue inocente de Adam que as reivindicava pagando o preço. Serper, foi convocado de novo ao lago da morte, vendo que havia perdido, num caixão de vidro no lago da morte iniciou seu repouso. Após sete dias e graças ao poder de purificação que Adam os concedeu conseguiram purificar de novo a primeira linha de frente de Tretagon contra Relian, Dramer foi até o jarro com cinzas restantes do amigo que não foram consumidas e quebrou-o. Com os olhos azuis repletos de lágrimas viu o gigantesco pássaro vermelho nascendo das cinzas e então a fênix alçou voo para o céu.

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