57. Mariana

1237 Palavras

O tempo dentro daquela casa parecia correr diferente. Cada dia era pesado de cansaço, mas também leve de alívio. A primeira semana com Caique passou num sopro. Noite sem dormir, choro insistente, peito dolorido, corpo ainda se recuperando. Eu sentia as costuras da alma e do corpo se remendando devagar. Ainda estava de resguardo, aprendendo a lidar com os limites: não pegar peso, não andar demais, não me esticar além do necessário. Mesmo assim, entre as dores e o suor frio, havia sempre o mesmo pensamento: ele vale tudo. O mês de dezembro chegou com cheiro de rabanada na vizinhança e luzes piscando pelas janelas das casas. Lá fora, o mundo se preparava para o Natal. Aqui dentro, eu m*l conseguia acreditar que estávamos vivos. Caique dormia ao meu lado na cama, tão pequeno que parecia cab

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