17. Mariana

1012 Palavras

O saco já estava cheio quando minhas mãos começaram a tremer de verdade. O nylon raspava no ombro, a pele ardendo onde a alça fina pesava. Cada passo parecia que arrancava mais um pedaço das minhas forças, mas eu continuei, descendo até o ferro-velho com o corpo curvado e o suor escorrendo pela testa. O dono m*l levantou os olhos quando me viu chegar. Já estava acostumado com minha cara por ali. Puxei o saco pesado até a balança e deixei cair no chão. O barulho metálico ecoou, espalhando cheiro de sujeira e de alumínio molhado pelo espaço abafado. Ele conferiu o peso, rabiscou um número numa folha amassada e me estendeu algumas notas. Não era muito, nunca era, mas, pra mim, significava sobrevivência. Apertei o dinheiro nas mãos como se fosse uma fortuna. Não perdi tempo. Dobrei as notas

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