16. Mariana

1256 Palavras

Fiquei em silêncio, o choro preso na garganta, enquanto a médica ainda falava alguma coisa sobre vitaminas, retorno, cuidado com alimentação. As palavras dela entravam e saíam como se fossem ruídos distantes. Grávida. Aquilo ocupava todo o espaço dentro da minha cabeça, repetindo em eco, como uma sentença. Balancei a cabeça, desesperada. — Não... deve ter dado errado. — A voz saiu fraca, trêmula. — Eu... eu nem... não pode ser. A médica respirou fundo, talvez acostumada com reações assim. Colocou a prancheta de lado e me encarou firme. — O exame não erra, Mariana. Eu sei que é difícil, mas você precisa aceitar. É o seu corpo que está dizendo. — Não... — sussurrei de novo, apertando o lençol entre os dedos. — Não é verdade. Não pode ser. A palavra negação parecia pequena diante do que

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