14. Mariana

1188 Palavras

O carro parou em frente à minha casa quase sem fazer barulho, mas dentro de mim o motor parecia continuar ligado, um ruído pesado que não me deixava pensar. O vapor abriu a porta para mim, e eu desci com passos curtos. Não olhei para trás, não agradeci. Só queria entrar e me trancar no quarto. O portão rangeu quando empurrei. A sala estava m*l iluminada, e o cheiro forte me atingiu de imediato: cigarro, bebida barata, suor. Meu estômago embrulhou antes mesmo de ver a cena. Minha mãe estava lá. No sofá. O corpo dela jogado para trás, a cabeça pendendo para o lado, enquanto um homem a segurava pela cintura, se movendo sobre ela com pressa, sem qualquer cuidado. O rosto dele estava suado, marcado pelo esforço, mas nem se deu ao trabalho de olhar pra mim. Para ele, eu não existia. O pior fo

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