Johnny acorda sentado em uma poltrona numa sala super luxuosa, com Alina Dorn sentada em outra poltrona na sua frente, ela estava com as pernas cruzadas, e batia a unha do indicador na sua bota, como se estivesse esperando por alguma coisa.
- Eu pintei minhas unhas, o que você acha? - disse ela mostrando as unhas vermelhas para Johnny.
- O que você quer comigo?
- Eu? Nada. O Osíris quer, você é nossa garantia de vitória, entende? Sua namoradinha é a única coisa no caminho entre nós e a revolução mundial absoluta.
- Hmph, vocês deviam tomar cuidado, não conhecem a Evelline, não como eu. Aquela mulher pode ser muito amigável ou seu maior pesadelo.
- Estamos cientes disso, senhor Holder, é por isso que você e o Presidente ainda estão vivos, para garantir que ela seja completamente amigável.
Johnny se enfurece.
- Cadê o Austin?
- Aquele senhor diplomático? Ele tá bem, se é oque quer saber.
- Eu quero saber onde ele está.
Alina faz uma cara de descontentamento, e então ela se levanta e caminha até atrás de Johnny, e sussurra no ouvido dele:
- Vamos até ele então.
E ela foi empurrando a poltrona em que Johnny estava, ela tinha rodinhas embaixo.
Ele tenta usar seus poderes, porém só sai um ar frio bem fraco da palma das mãos dele.
- Não vai conseguir usar seus poderes agora, apenas relaxe e observe tudo.
E ela continuou empurrando ele, até que uma porta secreta se abriu numa parede, e eles descem uma rampa bem íngreme, então entraram num pátio enorme, com uma bomba nuclear gigante no meio dela.
- Mas o que...?
Então ele ouviu palmas pelo local, e olhou em volta procurando, e achou Gerald Kidd e uma roda de soldados, com Austin no meio, ele parecia bastante machucado, com cortes e sangue pelo rosto e pela roupa.
- Austin! Você está bem? Fale comigo!
- Johnathan Orlova Winter! É um prazer vê-lo. - disse Gerald, formalmente.
- O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO COM ELE! EU VOU ACABAR COM TODOS VOCÊS!
- Ele está bem senhor Holder, só precisa de um descanso.
Alina o colocou de frente para Austin, e Johnny o olhou preocupado.
- Se não se comportar, receberá o mesmo tratamento especial que ele, e isso abalaria e muito sua namorada, eu imagino.
- Deixar ela furiosa só vai piorar ainda mais as coisas pra vocês.
- Eu discordo.
- É mesmo?
- Só tem uma coisa que precisamos nesse momento, e eu tenho certeza que você pode nos dar, Johnny Holder.
Gerald se abaixou, e agora encarando Johnny bem de perto, perguntou falando baixo:
- Onde ela está? A sua namorada.
- Eu não sei, e mesmo se eu soubesse, não te diria nada.
Gerald se afasta, rindo, e diz:
- Então quer dizer que sua namorada simplesmente sumiu e não te disse nada? Olha, eu não sou um modelo pra ninguém, mas isso aí...
Johnny ficou furioso.
- Isso deve te doer, não é mesmo? Saber que ela não confia em você o suficiente nem pra te contar que está viva. O General Invernal tem tudo o que um homem poderia imaginar, inclusive quantas mulheres quiser, mas ele ainda sim se prende a uma só, e ela ainda faz pouco caso dele, isso é deprimente.
Alina dá uma risada, e então se senta na coxa direita de Johnny, cruzando as pernas e as colocando por cima da outra coxa dele, e ela o abraça pelo pescoço, e o beija no rosto, depois fica ali abraçada com ele.
- Vou te dar a oportunidade de mudar o rumo da sua história Johnny, basta ouvir tudo o que tenho a dizer, e você pode ter a oportunidade de se juntar a um plano maior, e fazer o bem às pessoas em toda a parte do mundo... em outras palavras, ser um verdadeiro herói.
Johnny dá um sorriso infeliz e responde:
- Vocês não querem a mim realmente, mas alguma coisa que eu posso conseguir, não é verdade?
- Você consegue ser mais esperto que seu irmão Caleb às vezes.
- Diga o que quer!
Então Gerald tirou uma bengala da manga do paletó, e com ela empurrou a poltrona em que Johnny estava amarrado, e o levou até perto da bomba gigante.
- Assustadora, não é? Com isso nós vamos levar a humanidade a um novo nível, não acha injusto que somente você e seus amiguinhos sejam deuses na terra?
- Eu não sei nada sobre bombas nucleares.
- Eu sei que não. Não pedi pra você construir nada Johnny, só estou pedindo uma senha, e uma temperatura de -6000° Celsius.
Johnny franzi a testa.
- Essa bomba precisa estar a uma temperatura considerável para conservar todo o RNA especial que pusemos aí dentro. Mas nem mesmo se colocarmos na última camada da atmosfera, isso congelaria e duraria o suficiente até a bomba tocar o chão, mas você Johnny, você pode tornar isso real, já que o seu gelo é consistente e resistente o suficiente pra fazer qualquer coisa vinda do espaço chegar na terra ainda bem congelado, mesmo se entrar em autocombustão.
- O que você vai fazer?
- Bom, tornar todas as pessoas da terra em super-pessoas.
- Você é louco! Já parou pra pensar o caos que o mundo viraria se o poder caísse nas mãos erradas?!
- Então quer dizer que as mãos de vocês são as certas? Isso é um modo muito egoísta de pensar.
Johnny ficou calado.
- Nem mesmo a sua namorada confia em você, por que não dá um pouco mais de sentido a sua existência miserável, e faça alguma coisa de bom pra humanidade? Essa é nossa chance de derrubar Evelline de uma vez por todas!
- E se eu recusar?
- Bom, essa é a parte que eu não gosto de ter que fazer, mas...
Gerald foi andando até Austin, e girou a bengala que estava na mão, e a ponta dela abriu, virando uma foice dourada, ele a pôs no pescoço de Austin, e encarou Johnny Holder com um sorriso maléfico.
- Você pode não estar gostando muito da sua namorada agora, mas o tio dela, esse homem, ele sempre te apoiou, sempre admirou sua perspectiva. Seria uma verdadeira tragédia caso ele morresse agora, concorda? Menos um presidente para os Estados Unidos da América.
Johnny olhava preocupado para Austin com aquela foice no pescoço, e então, ele não vê outra escolha:
- Tá certo, me mostra o que eu preciso fazer, mas deixe ele vivo.