O Espelho Certeiro

1052 Palavras
Depois que Evelline e Sarah desceram pelo alçapão, Evelline usou a telecinese para colocar a estátua no lugar novamente. Ela senta no chão por um instante e respira. - Você está bem? - perguntou Sarah. - Melhor impossível. - respondeu ela, colocando a mão sobre o ferimento no ombro. Sarah olha pra ela preocupada, já pronta para rasgar um pedaço da roupa e improvisar algo para estancar o sangue, mas Evelline a tranquiliza: - O ferimento está melhor. Vamos, precisamos achar o que quer que esteja aqui. - Espera, tem uma coisa que eu andei pensando. - O que foi? - Se essa coisa que estamos prestes a encontrar é realmente tão poderosa assim, por que você não usou antes para acabar com os Salvadores? - Eu estudei os Salvadores, tinha completa capacidade de acabar com eles usando só meus poderes, eles já estavam completamente enfraquecidos, usar isso contra eles seria desnecessário e trabalhoso demais e por isso deixei essa coisa pra uma situação que realmente exigisse isso. - Entendo. - Então, vamos? - Evelline se levanta. - Vamos. Elas entram por um corredor escuro, porém a escuridão era muito espessa, e Sarah conseguia até apalpar, ela para de repente, e começa a procurar um isqueiro na sua roupa, enquanto Evelline continua andando. - Ei, espera aí, eu devo ter alguma coisa pra iluminar e... - Não é disso que precisamos. - disse Evelline, com as pupilas brilhando azul. Ela foi andando até um botão na parede, e o apertou, as luzes imediatamente se acenderam. - Ah, acho que não é atoa que ninguém achou esse lugar antes. - disse Sarah. Evelline olhava em volta, bem impressionada. A sala estava vazia, tinha só um espelho e um traje num manequim, e um livro na base do espelho. - Que roupa maneira. - disse Sarah. Evelline chegou perto do traje, e o observou. Era um sobretudo preto com um colete de detalhes azuis por baixo, e ombreiras bem duras que iam de cima do ombro até o bíceps, com luvas que iam de encontro até o bíceps. Também tinham nas costas das mãos, placas de p******o azul e as palmas das luvas também eram azuis, e o resto dela era preto, e cobria até metade dos dedos. O colete é costurado no sobretudo, ele tinha uma malha bem resistente e flexível que protege o tórax. Debaixo do colete tinha uma roupa de malha azul, e a calça parecia ser um collant preto, mas quando Evelline tocou nela, parecia ser bem forte, resistente e flexível. As botas eram bem firmes, e subiam até um pouco embaixo do joelho. Na parte da frente do cinto, tinha um símbolo de uma meia lua, com o lado escuro e o claro ocupando o mesmo espaço igualmente. Evelline segura as pontas do sobretudo, e olha admirada. - Eu já vi essa roupa antes. - Sério? - Eu tenho certeza. Minha avó jogou isso fora uma vez, eu ainda era bem pequena, lembro que fiquei muito admirada do quanto essa roupa é linda, mas minha vó disse que não era pra ela... - Você acha que ela deixou isso aí pra você? - Faz todo sentido, mas só tem um jeito de descobrir. Evelline vestiu a roupa, e ela ficou impressionada em como ela cabia perfeitamente, como se tivesse sido feita com as medidas exatas dela. - Tá meio empoeirada, mas combina com você. - elogiou Sarah. Evelline sorriu, empolgada. - Mas e quanto a aquilo ali? Sarah apontou para o único objeto que tinha na sala além da roupa, um espelho largo que ia do chão até o teto, e Evelline se aproximou dele. - Parece um espelho normal... mas não é. - disse ela. - O que você está vendo? - A mim mesma... - Ta... então é um espelho normal, vai ver que sua avó tinha isso pra ficar se admirando nessa roupa, ou sei lá. - Não... não estou vendo meu reflexo, estou vendo a mim mesma! - Tipo, outra você? Evelline ficou um tempo olhando pro espelho, e então ela sente seu corpo flutuar e se sente relaxada, e então se vê sentada no meio de um local roxo, com algumas luzes brilhantes, parecidas com vagalumes. E na frente dela estava Margareth, sentada também. - Você não é ela, é? - Você se tornou uma mulher muito esperta, Evelline. Está certa, eu não sou Margareth. - Então por que se parece com ela? - Deveria perguntar isso a si própria, seu subconsciente me fez assim. - Quem é você? - Eu não tenho um nome exato, mas todos que já passaram por aqui costumam me chamar de Espelho Certeiro. - O que isso quer dizer? - Bom, naturalmente isso já estaria valendo, mas como você ainda não sabe as regras, vou te explicar. Evelline prestou bem atenção. - Você pode me fazer uma pergunta por vez, qualquer uma, e ela vai ser respondida com exatidão. Mas tudo tem um preço. - Hm... - Se caso você abusar desse poder e começar a fazer perguntas uma atrás da outra sem descanso, você vai cair num estado de insanidade total, e se mesmo assim continuar persistindo, sua mente será quebrada, fazendo com que você morra em vida e seu corpo na terra vire uma casca vazia. Para evitar isso, você deve fazer uma pergunta a cada três anos. - Tudo isso?! - Lembre-se, apenas seres de grande poder como você podem acessar esse espelho, então não é pra qualquer um. - Eu sou um ser de extremo poder? - Essa é a sua pergunta? - N-Não, deixa pra lá. - Você é um ser de extremo poder, Evelline. Só precisa perder o medo de usá-los ao máximo. Com certeza você seria capaz de fazer coisas inimagináveis. Evelline ficou olhando pro sósia de sua avó, sorrindo. - O que foi? - perguntou o espelho. - Você fala como ela, gesticula como ela, tem o olhar dela. Até parece que estou conversando com minha avó de verdade. - Tudo isso é o poder do seu consciente. Então, o que deseja perguntar? - Eu... Até que ela sentiu uma dor de cabeça muito forte e caiu de joelhos, Sarah veio ampará-la: - Eve, o que foi? - O Johnny... - O que tem ele? - Ele está em perigo!
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