O Curso

1335 Palavras
O sinal da escola tocou, e fomos rapidamente para nossa sala de aula, e ah, teríamos prova de matemática, e até havia estudado um pouco, mas odiava essa matéria, e por mais que eu me dedicasse aos estudos, matemática e física eram as matérias que eu tinha um pior desempenho, e eu detestava isso, mas eram tão difíceis. Naquela manhã foi uma professora universitário na escola, ela deu uma palestra sobre como escolher o curso de graduação certo, mas eu já tinha plena certeza que queria fazer serviço social, eis que essa professora disse que haviam abertos alguns cursos para estágios, listou vários e por último mencionou o de ''educador social'', quando ela disse isso meus olhos brilharam, quase não acreditei, pois era tudo o que eu queria, e bom, eu ainda não podia fazer a faculdade de serviço social, porque eu ainda estava no ensino médio, mas nada impedia de eu fazer um curso para trabalhar em um abrigo, e eu queria muito isso, sempre quis trabalhar com crianças e adolescentes que passaram pelo mesmo que eu, queria poder ajudá-los de alguma forma, pois eu sei o que eles sentem, o que pensam... ''Preciso fazer esse curso.'' - Pensei com os olhinhos brilhantes. Assim que cheguei em casa fui correndo contar a novidade para meu irmão e para minha mãe, os dois gostaram bastante da minha vontade de fazer o curso e acho que seria bom para mim, poderia me distrair e estaria indo em busca daquilo que eu mais quero fazer na vida, poder ajudar as crianças que um dia eu fui. E seria legal, poderia fazer novas amigas, ficaria menos tempo em casa, ou seja, seria menos tempo pra eu lembrar daquilo que eu tanto queria esquecer, mas o mais legal de tudo, seria que com esse curso, eu poderia tentar conseguir uma vaga de estágio em algum abrigo, e eu estava tão ansiosa e esperançosa para isso. Naquela mesma tarde eu já liguei pra saber tudo sobre o curso, horários, dias, valores… E não deu outra, fiz minha inscrição quase que imediatamente, mamãe falou que fazia questão de pagar pra mim pois sabia o quanto eu queria isso, e ele nem era tão caro, tinha um bom valor, ah, eu tinha ficado tão feliz, estava tão empolgada para começar logo a fazer o curso. O curso começaria dentro de uma semana, mas eu m*l podia esperar, estava muito ansiosa, tão ansiosa que não conseguia pensar em mais nada a não ser esse curso, o que era bom, pois assim eu focava meus pensamentos em algo bacana e que seria prazeroso. - Que legal que você vai fazer esse curso. - Falou Naty assim que eu contei pra ela. - Tô louca para começar. - Falei bastante empolgada. Mas aí que me passou algo pela cabeça, e se fosse um professor? Não, eu não queria isso, não queria ser aluna de um homem, mas caso isso acontecesse eu pediria para me trocarem de turma, na escola eu já não tinha professor, não ia ser em um curso que eu passaria a ter, e eu queria ter uns 900 metros de distância dos homens. Alguns dias haviam se passado, e finalmente havia chegado o tão esperado dia de começar o curso, estava tão ansiosa e nervosa ao mesmo tempo, até porque seria algo novo, e o novo costumava me assustar bastante. Entrei na sala e não tinha ninguém a principio, eu estava tão ansiosa que fui a primeira a chegar, passei a analisar cada detalhe, a sala não era tão grande, mas tinha várias cadeiras. ''Será que vai lotar essa sala?'' - Pensei. Me sentei em uma cadeira e logo chegou um rapaz, me cumprimentou com um ''boa tarde'', mas obviamente eu não respondi, pois não queria dar corda para ele pensar que poderíamos ser amigos, o rapaz ainda me sorriu e sentou do meu lado, olhei pra ele e me sentei em outra cadeira, o garoto ficou me olhando sem entender nada, na certa devia ter pensado ''que garota metida'', mas eu não estava nem aí para o que ele poderia pensar, eu só não queria dar liberdade para ele achar que seríamos mais que colegas, pois isso jamais aconteceria, eu estava muito longe de ser amiga de um homem. Pouco a pouco os alunos foram chegando, tinha uns 12 homens e umas 20 mulheres na minha sala, por sorte uma mulher sentou do meu lado, uma atrás de mim e outra na minha frente, acabei conversando um pouco com elas. ''Que não seja um professor, que não seja um professor, que não seja...''- Pensei. E de repente ela entrou. Era uma professora, para minha alegria. A professora devia ter por volta de uns 50 anos, era muito bonita e simpática, se apresentou dizendo que se chamava Simony e começou a contar um pouco sobre sua vida. A mulher falou que não conheceu a mãe, que morreu em seu parto, o pai era do crime e acabou sendo morto pela polícia quando ela tinha 4 anos, e sem mais ninguém no mundo, a garota acabou indo para um abrigo, onde viveu por dez anos até ser adotada por um casal, que sempre a tratou como uma verdadeira filha, e hoje a mulher é dona do abrigo que ela morou durante toda a sua infância. Ah, eu havia gostado bastante dela, tinha achado incrível sua história, embora fosse um pouco triste. Estava tão feliz que fiquei vidrada na aula, já estava me imaginando trabalhando em algum abrigo e podendo ajudar várias crianças e adolescentes, queria poder dar muito amor e carinho para eles. - E como foi o curso? - Perguntou Nick assim que eu cheguei em casa. - Muito legal. - Falei super empolgada. E algo me dizia que eu gostaria cada dia mais e mais desse curso, e eu não estava enganada. Cheguei a fazer algumas amizades com algumas garotas, já os garotos... Bom, alguns até tentavam falar comigo, mas eu apenas os ignorava, esses eu não queria ter por perto jamais, até porque homem é uma raça complicada, e eles não prestam, só pensam em s**o e não medem esforço para saciar seus desejos, mesmo que para isso tenham que usar uma pobre criança inocente, acho que nunca vou entender esse tipo de gente, e pessoas assim, mereciam a prisão perpétua ou pena de morte, mas como vivemos no Brasil isso infelizmente não existe, porque aqui o cara estupra uma criança, fica alguns anos preso (isso quando ele acaba sendo preso) e depois é solto para fazer mais vítimas, ah, como eu amo esse meu país (espero que tenha ficado claro que eu estou sendo irônica). Cada dia que passava eu ficava mais e mais apaixonada pelo curso, ele duraria 8 semanas e quanto mais as semanas se passavam, mais ansiosa eu ficava, já não via a hora de estar trabalhando nessa área, e eu estava torcendo para que isso não demorasse muito para acontecer. À noite eu estava dormindo quando acabei tendo pesadelo com aquele desgraçado, na verdade não foi exatamente um sonho, foi mais como ''flashbacks'' do que aconteceu, acabei me acordando muito assustada, que raiva que eu sentia cada vez que sonhava com ele, será que esse infeliz nunca me deixaria em paz? Será que eu nunca teria sossego? Ai, até longe ele conseguia me atormentar, por que isso? Por quê? Custei para dormir novamente, fiquei com medo de ter os mesmos sonhos outra vez, olhei para tudo ao meu redor e vi que não tinha ninguém ali, eu estava sozinha, ele já não estava e não podia mais me fazer m*l. Ai, eu odiava quando tinha esses pesadelos. No dia seguinte resolvi mandar alguns currículos para abrigos e casas lares, estava na esperança de ser chamada para algum, mesmo a maioria pedindo com experiência, será que vida pessoal conta? Porque se contar, eu tenho muita experiência, infelizmente. Ah, mas eu estava confiante de que conseguiria em breve um trabalho nessa área, e realmente eu esperava conseguir.
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