Pré-visualização gratuita cap 01 sou a Melissa
Melissa . . .
Hoje o dia estava super bonito, mais um dia olhando pela grande entrada de vidro do Hospital Municipal do Rio de Janeiro, onde estávamos conhecendo a especialidade da cirurgia. Acompanhava tudo sem deixar passar nada, enquanto seguia meu professor, o médico cirurgião-chefe, e os alunos da minha sala.
Fazia exatamente um ano que estava na faculdade de medicina. Aquilo sempre foi o meu sonho, mesmo sendo filha dos maiores advogados do Rio — eu quis trilhar um caminho diferente.
Nossa aula infelizmente tinha acabado, e eu e minha melhor amiga Amanda andávamos em direção ao meu carro, que estava estacionado próximo ao hospital. Amanda era minha melhor amiga desde o último ano do ensino médio. Ela morava no Complexo do Alemão. Os pais eram classe média por terem duas lojas de distribuição de gás. Nossa diferença social nunca afetou nossa amizade, até porque eu achava Amanda uma excelente amiga.
Amanda: — O Guto quer ficar comigo de novo...
Ela revirou os olhos. Guto é o ex-namorado dela, também faz medicina na nossa faculdade.
Melissa: — Ai, amiga, desencana desse mané.
Ele tinha traído ela com uma garota da faculdade, o que a deixou bem triste.
Amanda: — Eu não quero mais ele, tô em outra.
Ri com o jeito dela de sempre estar dando a volta por cima.
Amanda: — Falando nisso, você vai pro baile hoje comigo?
Eu não gostava muito de frequentar esses lugares, mas resolvi conhecer no sábado passado e até que gostei. Sair um pouco da minha zona de conforto foi bom.
Melissa: — Se meus pais não me impedirem, eu vou sim!
Dirigia minha Ranger Velar em direção à favela onde ela morava, enquanto conversávamos sobre várias coisas ao mesmo tempo. Marquei de me arrumar na casa dela, para que meus pais não desconfiassem, já que diria que iria estudar com ela.
Na entrada da favela, tinha uns caras fazendo a segurança — uns no chão, outros em cima das lajes. Aquilo ainda me assustava na maioria das vezes, mas como já tinha vindo algumas vezes, eles já reconheciam meu carro.
Passei por Lucas, amigo da Amanda, que acenou pro carro e eu buzinei. A louca da minha amiga ainda mandou um beijo pra ele, que riu. Logo depois, observei um homem gostoso pra c*****o se aproximar dele com um fuzil, olhando pra dentro do carro. Nunca tinha visto ele por ali. O mesmo falava com o Lucas enquanto nos observava…
Diogo Digão . . .
O dia estava tranquilo na favela, tudo nos conformes. Os caras trabalhavam enquanto eu observava eles vendendo a droga e anotando tudo no caderninho, como forma de controle. Tudo limpo naquela área. Estava em uma missão fora do RJ há um mês, e tinha voltado há poucos dias. Hoje teria um bailão para mim. Estava doido pra comer essas putas fogosas do c*****o.
Descia o morro com meu fuzil atravessado no corpo. Fui em direção à entrada e avistei um carrão entrando na favela com duas mulheres dentro. Não dava pra ver direito quem era. A que dirigia buzinou pro 7L, e uma mina abriu o vidro e mandou um beijo pra ele, que riu de volta.
Digão (pensando): — Ihh, esse cara tá virando comédia mesmo.
Digão: — Qual foi, 7L? Quem são essas piranhas?
7L: — Koé, mano, é a Amandinha e a amiga madame dela.
Olhei para a garota que agora descia do carro em frente à casa dela. A tal da Amandinha, "patricinha da favela", era o apelido dela. A mina só andava com gente fina, vestia e estudava nos melhores lugares. O pai era seu Rogério, dono do gás.
Digão: — Amandinha nunca muda...
Balancei a cabeça de forma negativa enquanto via a morena sair do carro e ir ficar ao lado da Amanda. p***a de mulher gostosa do c*****o, me amarrei na madame.
7L: — Essa Melissa é uma delícia.
Ele acompanhava meu olhar. Virei pra ele dando um soquinho no braço.
Digão: — Mas não é pro teu bico. Volta pro trabalho.
Falei, dando uma última olhada e saindo dali. Não era pro nosso bico. A menina, mó gata e rica… vai querer o quê com traficante?
Por mais que eu não fosse apenas um traficante, eu sou Digão, subdono do Complexo e filho do Marcão, o dono do morro!
Melissa . . .
Caminhava com a Amanda, que fazia festa ao meu lado, enquanto de longe dava pra ouvir o barulho do baile próximo à quadra do morro. Meus saltos faziam barulho ao se chocarem com o chão. Algumas pessoas passavam por mim me olhando com desdém e eu retribuía o olhar. Alguns lugares e pessoas daquele ambiente me davam certo nojinho.
Julgava ser a mais arrumada daquele lugar. As meninas ali não faziam a menor ideia de moda, todas feias e cafonas.
Amanda: — Hoje eu vou pegar geral!
Revirei os olhos, rindo da empolgação da minha melhor amiga.
Melissa: — Vê se não me larga sozinha, p*****a!
Chegamos no local. Tinha muito mais traficante armado do que da última vez que vim, o que me assustou.
Amanda: — Hoje o dono e o subdono estão presentes, por isso tanto armamento pesado.
Amanda percebeu meu olhar de medo.
Logo tratamos de comprar bebidas e nos divertir. Precisava beber um pouco, a faculdade estava me matando.
Dançava até o chão com aquelas músicas vulgares. Estávamos levemente bêbadas, o que me fez ficar dançando feito uma vagabunda. Ri olhando para minha amiga à minha frente enquanto tomava mais um copão de whisky.
Os homens daquele lugar… nem todos me atraiam. Tinha medo de me envolver com algum traficante. Imagina ficar careca? Deus me livre! Mas aquele whisky tinha algo que me deixou muito fogosa.
Lucas: — Koé, Mandinha.
Lennon apareceu abraçando Amanda por trás. Ela deu um sorriso safado, se virando pra ele.
Amanda: — Oi, gatinho.
Ela deu um selinho nele. Aquilo com certeza o pegou de surpresa, mas ele gostou. Logo eles começaram a se pegar, e eu revirei os olhos me virando, indo pegar uma cerveja.
Melissa: — Ei, moço! Me dá uma Heineken!
Gritei pro homem que atendia algumas pessoas. Ele me entregou e eu paguei sorrindo.
Abri a cerveja, bebendo com vontade, matando a sede, enquanto movimentava meu corpo na batida do trap que tocava no som. Eu definitivamente não sabia nem cantar uma daquelas músicas.
??? (voz masculina): — Sozinha, princesa?
Senti uma mão na minha cintura e uma voz gostosa no meu ouvido.
Melissa: — Não, tô com minha... — (interrompe ao ver quem é)
Parei de falar ao me virar e ver o gostoso de mais cedo. E ele estava ainda mais gostoso, se isso fosse possível.
Digão: — Gostaria de saber o nome da garota mais linda desse lugar.
Sorri de lado.
Melissa: — Sou a Melissa, prazer!
Falei simpática. Ele me olhou com malícia nos olhos.
Digão: — Satisfação, princesa. Prazer é o que eu vou te dar...
Ele sussurrou no meu ouvido, me arrepiando, e logo atacou meus lábios com um beijo gostoso pra c*****o…