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Destinos traçados

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intro-logo
Sinopse

Líria Evans acreditava ter deixado o passado para trás, mas o destino tinha outros planos.

Anos após uma traição devastadora que destruiu sua confiança, Líria se vê obrigada a encarar o homem que partiu seu coração: Eros Mancini. Agora, ele não é apenas uma lembrança amarga, mas também seu novo chefe — determinado a mostrar que mudou e disposto a tudo para reconquistar o que perdeu.

Enquanto Líria luta contra os sentimentos conflitantes que Eros desperta, sua vida é tomada por uma sombra ameaçadora. Mensagens anônimas, passos que ecoam no silêncio da noite, e um aviso que promete destruir tudo o que ela conhece. Entre o perigo crescente e a tentação de se permitir amar novamente, Líria precisará decidir em quem confiar... mesmo que isso signifique arriscar o próprio coração.

Uma história de segundas chances, segredos e perigos inesperados. Prepare-se para se apaixonar, se arrepiar e não conseguir largar até a última página.

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O Reencontro
Liria Evans Domingo, 22:00. Estou parada na beira da estrada, o carro no acostamento, a quilômetros da minha cidade, por culpa de uma péssima decisão. A rainha da esperteza, Líria Evans, esqueceu de abastecer o carro. E para piorar, ninguém para me ajudar. A bateria do meu celular está tão descarregada quanto o tanque do carro, e eu não tenho nem como chamar um guincho. Pego o olhar de um farol à distância e, finalmente, alguém desacelera. Para minha surpresa, um carro preto top de linha encosta. Um homem sai de dentro, bem arrumado, e caminha em direção a mim. Meu estômago dá um nó. Merda, merda, merda. Não podia ser ele. — Ninguém disse para você que é perigoso ficar na estrada a essa hora? — Eros Mancini pergunta, com aquele tom de superioridade que eu já conheço bem. — Ah, claro, o senhor dono da razão aparece para salvar o dia, né? — respondo, sem conseguir disfarçar o tom ácido. — Líria Evans? Não acredito, só pode ser o destino. — Ele sorri de canto, aquele sorriso que eu já tentei tanto esquecer. — Para mim, isso é karma — resmungo, rolando os olhos. — Mas, já que foi o único que parou, me empresta o celular? Preciso chamar o guincho e meu celular está sem bateria. Ele dá uma risada baixinha e vai até o capô do meu carro, abrindo-o. — Qual o problema? Talvez eu consiga ajudar — ele diz, curioso. — A menos que você tenha gasolina no seu porta-malas, não pode ajudar em nada — respondo. — Quem tem um carro e esquece de abastecer? — ele ri, me olhando com uma mistura de diversão e incredulidade. — Olha, me deixa ligar para o guincho e você segue sua viagem, pronto. Não precisa fazer cena. — Sorrio de forma forçada. — Pode ligar, mas eu não vou deixar você aqui sozinha. Pode resmungar à vontade, mas eu fico. — Ele me entrega o celular. Ligo para o guincho e passo os detalhes. Eles dizem que vão demorar uns 20 minutos. 20 minutos com ele. Meus pais e os pais do Eros sempre foram próximos, crescemos juntos. Fui apaixonada por ele durante muito tempo, até descobrir a traição. Depois disso, tudo o que eu queria era distância. Então, por cinco anos, fiquei longe, longe até demais. Mas parece que ele é meu karma, sempre aparece no momento mais inconveniente. Quando entrego o celular a ele, bufo, encostando no capô do carro. — Se quiser seguir sua estrada, não tem problema. O guincho vai demorar 20 minutos, não é o fim do mundo — digo, sem muita vontade de conversar. — Já te disse, não vou te deixar aqui sozinha. Sei que está brava e que é teimosa, mas eu fico. — Ele fala com aquela segurança que eu sempre odiei, e ao mesmo tempo, me deixava tão atraída. — Não é questão de estar brava, Eros. Você me traiu. Já parou pra pensar que merda foi isso? — minha voz sai mais fria do que eu queria. — Já te pedi desculpas mil vezes. Não precisava ter ido tão longe por causa disso. — Ele olha pra mim com um olhar sincero, mas eu sei que o passado não é tão simples assim. — Acho melhor não falarmos sobre o que já passou, certo? Foi uma vez só, e depois de hoje, não vamos nos ver nunca mais, então, melhor nem tocar nesse assunto. — Eu tento manter a calma, mas a raiva ainda é forte. — Se você acha que é assim, tudo bem. Eu só quero te fazer companhia, porque aqui está perigoso. Imagina sozinha na estrada? — Ele se aproxima um pouco mais, quase como se estivesse tentando me convencer. — Está tudo bem, morrer não faz parte dos meus planos, mas o passado não é para ser revivido agora. Vamos deixar as coisas como estão, ok? — Eu respiro fundo, tentando conter a raiva. — Posso perguntar o que faz na estrada a essa hora? — Ele me encara, esperando uma resposta. — Falta de gasolina, Eros. — Ergo uma sobrancelha, olhando para ele. — Fora isso — ele insiste, com um sorriso maroto. Eu respiro fundo, não tenho muita vontade de conversar, mas respondo: — Estava na fazenda visitando meu pai e minha avó. — Digo, tentando manter a conversa leve. — Eles ainda moram na mesma fazenda? — Ele pergunta, com um tom de curiosidade. — Sim — respondo. E o assunto meio que morre ali. As coisas entre nós estão estranhas. Eu sempre achei que éramos perfeitos, mas o golpe da traição fez tudo desmoronar. E eu, por mais que o tenha perdoado, não consegui esquecer. A mágoa é maior que qualquer sentimento. De repente, ele aponta para o farol de um carro vindo ao longe. — Acho que o guincho chegou. — Ele diz, aliviado. — Graças a Deus — eu suspiro, aliviada também. — Quer que eu te leve até em casa? — Ele pergunta, enquanto ainda está no carro dele. — Não, o guincho vai trazer gasolina. Vou de carro mesmo, obrigado. — Sorrio fraco, tentando manter as aparências. — Sem problema. — Ele sorri levemente. — A gente se vê por aí, algum dia. — Quem sabe. — Eu aceno, sentindo um peso no peito. O guincho chega, e Eros fica no carro dele, só saindo depois que meu carro já está funcionando novamente. Não vou mentir, me senti um pouco melhor depois desse encontro, não só pela ajuda, mas pela sensação de ter sentido o perfume, a voz e o sorriso dele de novo. Eu ainda o amo, mas a dor da traição ainda está ali, grudada em mim. ... Acordo no dia seguinte, exausta. São 6 da manhã e eu nem consegui dormir direito. Aquele encontro com Eros mexeu comigo de uma forma que eu não consigo entender. Ele me envolve, me inebria, e eu não consigo parar de pensar nele. Levanto-me da cama e, para tentar esquecer, tomo um banho quente e lavo o cabelo — não que precise, mas minha mente parece insistir nisso. Coloco uma calça justa preta, bota preta e uma blusa preta, todo meu look em tons escuros, que sempre me ajuda a me sentir mais controlada. Passo no Starbucks para pegar meu cappuccino, o vício matinal que me ajuda a encarar o dia, e sigo para o trabalho. Chego lá, estaciono e subo para o último andar, onde trabalho. Quando entro no setor, vejo que o lugar está quase vazio, exceto por Ava, que corre de um lado para o outro com uma pilha de papéis na mão. — Ei, amiga! Bom dia. Pra onde tanta pressa? Posso ajudar? — pergunto, me aproximando. — Claro! Pega esses papéis e vamos logo. O senhor Jonas pediu para todo mundo ir ao auditório, ele tem um pronunciamento importante — ela explica, enquanto me entrega alguns papéis e seguimos para o elevador. — Eu só espero que ele não tenha uma ideia maluca. Adoro o Sr. Jonas, mas ele às vezes tem cada ideia... — digo, rindo. — Ouvi boatos que ele vai se aposentar. Eu duvido, mas... — Ava diz. — Se ele não deixar o mimadinho do filho assumir, eu topo qualquer coisa — digo, rindo, e ela concorda. O auditório está lotado. Todos os funcionários da D'Angilis Engineering parecem estar ali, ansiosos para ouvir o que Jonas tem a dizer. Jonas sobe ao palco com o microfone e começa a falar. — Bom dia a todos. Eu reuni vocês aqui porque tomei uma decisão importante. Decidi me aposentar. — Ele faz uma pausa, e a reação no auditório é instantânea. Murmúrios começam a se espalhar. — Parece que os boatos eram verdadeiros — Ava comenta, rindo baixinho. — Pois é — respondo, torcendo a boca. — Pessoal, não se preocupem, eu não vou sumir. Vou continuar por aqui — Jonas diz, tentando acalmar os ânimos. Alguém do meio da plateia levanta a mão e faz a pergunta óbvia. — Quem vai assumir o seu lugar, senhor D'Angelis? — pergunta. — Bom, como vocês sabem, meu filho não quer assumir e nem tem vocação para isso — Jonas ri, e todos acompanham. — Então, apresento a vocês meu afilhado, Eros Mancini, futuro chefe de todos. Aplaudem, e Eros caminha pelo palco com aquele sorriso confiante, e eu... sinto meu estômago revirar. Só pode ser castigo. O auditório explode em aplausos. E eu... me afundo na cadeira, desejando que o chão se abrisse e me engolisse. — O que foi, Líria? Parece que quer que o chão se abra e te engula — Ava brinca, vendo minha expressão. — É exatamente isso que eu queria, Ava — respondo, entre um suspiro e um resmungo. O nervosismo que sinto é um misto de raiva e tristeza. Eros está ali, no palco, sorrindo com a confiança de sempre, e eu... Eu estou tentando entender como ele conseguiu estar tão perto de mim novamente. — Ah, amiga, para com isso! O homem é um gato. Se o chão se abrisse, você ia perder essa belezura toda — Ava diz, se abanando e fazendo uma cara de quem acha graça. — Ele não é um "gato", Ava. Ele é... meu ex-namorado que me traiu. Um cara que, até outro dia, não tinha nem coragem de me encarar. Agora ele está ali, todo cheio de confiança, como se tivesse o direito de fazer o que bem entendesse — digo, a voz quase saindo com uma raiva contida, mas óbvia. Ava me olha com uma expressão mais séria, embora o tom brincalhão ainda esteja presente. — Amiga, já passou, certo? Já faz tempo... Você precisa deixar isso para trás. E agora, ele é seu chefe. Se não quiser um inferno no trabalho, o jeito vai ser aprender a lidar com ele — ela fala, com um tom que tenta ser reconfortante, mas sem perder o toque de humor. — Sério, Ava? Você acha que é fácil? — resmungo. — Tudo o que eu queria era esquecer, e aí ele aparece, como se o universo estivesse me pregando uma peça. E, agora, além de ser o cara que me traiu, ele é meu chefe. Ótimo, né? — Você vai ter que se acostumar com isso. Quem sabe esse seja o seu "karma" se encarregar de dar um jeito em tudo isso, né? E se ele está no poder, o máximo que pode acontecer é você se reerguer de novo — Ava diz, sorrindo. — Se ele te deixou, ele que vá à merda! Agora é sua vez de mostrar quem manda, amiga. Eu a olho e dou um leve sorriso. Não tenho certeza se é uma boa ideia seguir esse caminho, mas ela está tentando me levantar, e pelo menos isso vale a pena. O resto da reunião segue com Eros no centro das atenções, como sempre, e eu tento me manter o mais invisível possível. Eu me sinto exausta, tanto mental quanto emocionalmente. Eros tem o dom de mexer comigo, de uma maneira que eu não consigo controlar. A dor da traição está ali, viva, e agora ele vai estar no comando da empresa, como um lembrete diário do que aconteceu. Isso parece injusto, como se ele tivesse a sorte de ter tudo o que sempre quis. Quando a reunião acaba e as pessoas começam a se dispersar, eu me sinto esgotada, sem forças para lidar com essa nova fase. Ava e eu seguimos para o nosso escritório, e o resto do dia passa num turbilhão de emoções. Eu tento focar no trabalho, mas não consigo tirar o rosto de Eros da minha cabeça. Seu sorriso, a confiança, o olhar que parecia sempre entender tudo... Isso tudo me atormenta. E ao mesmo tempo, uma parte de mim ainda sente uma atração irracional por ele. Mas, por outro lado, outra parte está cheia de ressentimento. Como ele pôde fazer aquilo comigo? Como pôde me trair da maneira mais humilhante possível e depois, de alguma forma, voltar à minha vida como se nada tivesse acontecido? Aquele encontro na estrada foi uma amostra do quanto ele ainda consegue mexer comigo. Eu não o procurei, mas ele apareceu. Como se o destino estivesse zombando de mim, colocando-o novamente no meu caminho. E agora, parece que tudo o que eu queria evitar está prestes a acontecer.

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