4

2015 Palavras
Anny narrando... Olhei para os lados para confirmar que realmente não tinha ninguém vendo uma coisa dessa e se tivesse não teve ninguém pra chegar junto e ajudar uma mulher que foi agredida em um local publico. Entrei no carro antes que caísse alí mesmo, meu estômago doía e revirava, só que não mais que minha alma eu não sei como eu deixo ele fazer isso comigo, como eu não denuncio esse homem que leva a sua vida a me atormentar, mesmo não estando mais juntos. Fui o caminho de volta pra casa no piloto automático, porque minha mente viaja pensando em mil maneiras de me livrar dele contando a todos o que ele faz, e pensando em mil e uma maneiras que ele pode f***r minha vida também, meu futuro profissional. Meu irmão é um pouco estourado e se souber o que eu passei e continuo passando vai querer vim tomar conhecimento com Murilo e sei que isso não vai prestar em hipótese alguma. Meus pais me afastaram da favela por conta do meu futuro, eles falavam que não imaginaria e nem aceitariam a filha deles apanhado desses bandidos como muitas que moram lá, e que eu tinha um futuro lindo pela frente estudando para ter uma carreira sem depender de homem nem de ninguém. Com essa fui morar aos treze anos com a minha tia Cristina, irmã do meu pai que mora no Leblon com sua filha, na época ela era casada mas agora são só elas duas. Na época meus pais me colocaram pra fazer várias provas em grandes escolas, e pra nossa sorte consegui uma bolsa integral pra estudar em uma escola bilíngue a melhor do Rio de janeiro, todos ficaram tão felizes menos eu que teria que abandonar minha casa no Vidigal, mesmo não tendo muitos amigos, na verdade só Graziela e o Júnior que é da idade do meu irmão mas sempre tava junto na hora de corre por aqueles becos e vielas batendo no portão dos desconhecidos e correndo pra não sermos pegos era muita aventura eu era tão feliz. Estudei feito uma louca pra me adaptar a nova escola, meus pais sempre viam me visitar mas nunca deixavam eu ir até eles e essa foi minha vida, agora quase dez anos depois estou passando por tudo que eles quiseram evitar, só que com uma diferença eu apanho de um filhinho de papai mimado que trabalha não sei porque. Conheci o Murilo quando entrei na faculdade em uma das festas de começo de semestre, eu tinha acabado de fazer dezoito anos, era uma bobona quando vi um homem daquele porte se interessar por mim fiquei toda emocionada principalmente por nunca ter namorado antes, ele foi meu primeiro em tudo, mas depois que terminamos eu acabei saindo com alguns outros homens pra pagar o tempo perdido com aquele encosto. Quando comecei a trabalhar no banco, logo depois ele entrou também pois o pai dele é muito amigo do gerente, ele fez minha cabeça pra sair da casa da minha tia alegando que eu precisava da minha privacidade e lá eu não tinha isso, no começo achei ótimo falei com meus pais e eles fizeram questão de me ajudar a comprar meu apartamento pra eu não viver de aluguel, logo depois comprei meu carro por qual sou completamente apaixonada sempre foi meu sonho ter um Ecosport e consegui realizar e essas foram as partes boas até vim a primeira crise de ciúmes e vim o primeiro t**a na cara, na hora não quiz acreditar, terminei e ele veio pedindo mil desculpas e falando que não faria mais, aceitei pois gostava muito dele mas aquela não foi a única vez. Com o passar do tempo ficaram frequentes os tapas, as acusações e humilhações por ter vindo da favela, ele fazia de tudo pra me colocar pra baixo e me diminuir, eu passei esse inferno por dois anos até me render um olho roxo e uma costela quebrada depois dele dizer que eu estava tendo um caso com o namorado da minha prima, ali eu dei um basta, proibi sua entrada no meu prédio falei que iria na polícia e expor o lixo de homem que era, ele aceitou a separação mas até hoje controla minha vida a todo momento em qualquer lugar me sinto observada e morro de medo. Mas depois do nosso fim essa foi a primeira vez que ele se atreveu a me tocar, não sei o que se passou na cabeça dele, na verdade eu não sei o que se passa na cabeça desses homens que se acham no direito de agredir uma mulher apenas pelo seu sentimento de posse, por isso que não quero nada sério com ninguém pois as pessoas não vem com um manual pra eu saber como vai ser o todo o tempo que estivermos juntos. Minha vida passa diante dos meus olhos no caminho de volta para casa, será que não valeu nada tanto esforço desde cedo pra agora tá passando por isso. Parei o carro na garagem indo em direção ao elevador de serviço não quero ver ninguém sei que estou péssima e com muita dor. Entrei em casa, vendo se tinha alguma condição de ir trabalhar e vejo que não, já que fui entrando o colocando aquele líquido azedo pra fora só deu tempo de chegar até o banheiro acho que estava prendendo isso todo esse tempo, depois de ter colocado tudo pra fora até minha dignidade escovei os dentes e tomei um banho, a dor em meu estômago estava tão grande que andava segurando nas paredes ou então iria cair. Voltei pra o meu quarto indo até o guarda roupa peguei uma calcinha confortável e a primeira camisola que encontrei, mandei uma mensagem pra Tereza avisando que estava sem condição alguma de ir trabalhar hoje e que depois explicava tudo. Graças a Deus ela não insistiu pois se não eu iria cair no choro, fui pra minha cama sem me importar com o cabelo molhado e sem pentear, antes fechei as cortinas e liguei o ar, fiquei ali aguentando aquela dor e sabendo que se não melhorasse teria que ir ao médico onde eu teria que dar alguma explicação, apaguei logo em seguida e agradeci por isso. Acordei ouvindo a campainha tocando insistentemente, levantei com dificuldade mão sobre o estômago parecia que existia um buraco naquela região, tonta por falta de comida mesmo já que eu dormir o dia todo. Fui até a porta abrindo a em seguida e dando de cara com uma Tereza preocupada. - No mínimo você quer me m***r só pode ( esbravejou já entrando) cade a p***a do seu celular que você não atende ( olhei pra o balcão da cozinha onde tinha o colocado e ele estava lá) - Ali ó ( apontei) cheguei da academia me sentindo muito m*l, com muita dor no corpo parecia que estava com febre tomei um remédio que me dá muito sono, apaguei até agora, na verdade se você não tivesse vindo eu continuaria dormindo ( falei desanimada já que tudo voltou outra vez a minha mente, ela arqueou a sobrancelha desconfiada) - Aconteceu algo na academia que te deixou assim? (Confirmei com a cabeça e ela ficou em alerta na hora,) - Aconteceu que eu quis malhar como se eu não tivesse parada a mais de um mês, e me ferrei toda ( tentei passar uma realidade inexistente pra ela mas que será bom pra e evitar mil sermões,) - Você gosta de se maltratar, como faz isso no primeiro dia de volta a academia, o Jean não estava com você não ,,( perguntou na inocência, mau sabe ela que parte das minhas dores foi causada por um ciúmes sem nexo do Murilo com o Jean) - Estava sim, e isso é culpa dele você sabe que ele cobra de mim porque se eu não ver resultado vou cobrar dele (fui sincera nessa parte, na verdade desde que liguei pra ela hoje pela manhã essa e primeira coisa sincera que sai da minha boca) - Vocês são loucos... Mas mudando de assunto o Murilo nem procurou saber onde você estava quando avisei que não iria trabalhar achei muito bizarro ele sempre fala um monte (claro que ele não falou pois sabe que ele foi o causador da minha falta ao trabalho) - Tereza você já deveria ter se acostumado com a bipolaridade daquele homem ( falei colocando a mão sobre o estômago onde deu uma forte pontada) - O que foi (veio preocupada para o meu lado) - Dor, muita abdominal só isso (fui até o sofá me sentando com muita dificuldade) - Toma um relaxante muscular, e caso não melhore te levo no médico (neguei) - Vai passar não se preocupe essa não é a primeira vez e nem vai ser a última (me referi ao acontecido) Ela negou sentando do meu lado, pedimos pizza e aquela foi minha primeira refeição do dia, ela já me causou ainda mais dor o que tentei disfarçar ao máximo pra não chamar a atenção da minha amiga que agora tinha o olhar fixo na tv, somos viciadas em Chicago P.D Depois de mais três episódios ela resolveu ir pra casa e eu agradeci internamente, vou precisar ir ao médico sei que não vou mais conseguir dormir com essa dor e também preciso de um atestado do dia de hoje pra levar pro banco e não sair perdendo meu dia. Faculdade, nem pensei direito e ainda bem que entreguei todos os trabalhos que precisava entregar então não tem muito problema nisso. Assim que ela saiu fui para o banheiro, tomei um banho rápido sai dali a procura da roupa mais confortável e ao mesmo tempo difícil de tirar pra o médico não me pedi pra fazer isso, me arrumei saindo de casa meia hora depois, pedi um Uber pois estava com zero condições pra dirigir. Para a minha sorte a emergência do hospital estava vazia fui atendida rápido, falei que exagerei nós exercícios e também sentia dor de estômago, a médica me passou dois remédios na véia que foi como Deus pô a mão sobre a dor, sai dali pedindo um Uber e todos cancelaram já estava p**a, já era mais de onze da noite, disquei o numero tocou duas vezes e foi atendido logo em seguida por uma voz grossa e sonolenta. - Já está com saudade. - Muito engraçado você, Jean eu vim no hospital ( nem me deixou terminar) - O que aconteceu, você está bem (ouvi ele se mexer feito que tinha levantado) - Exercícios pesados mais uma dor de estômago foi só isso ( ele soprou aliviado) não vim de carro e nenhum Uber aceita a corrida e eu só pensei em você. - Fez certo, me manda sua localização que eu te pego aí Jajá ( falou desligando, mandei a localização e fiquei ali esperando por ele) E muito raro mas hoje estava bem friozinho no rio, enquanto esperava ele fiquei pensando se fiz o certo, não quero dar falsas esperanças a ele, e ele sabe disso pois todo fim de semana pega uma diferente, o lance do Jean era pegação nem ele mesmo queria se prender a ninguém, o difícil são as pessoas de fora entender que existe sim amizade entre homem e mulher, as vezes coloridas mas existe. Ele chegou com o seu sorriso mais lindo do mundo, e cara amassada ele era tudo que uma mulher precisa pena que não o conheci antes daquele imprestável que vou precisar encarar amanhã. - Vamos ou vai querer ficar mais um pouco aí ( perguntou sorrindo e destravando o carro ao mesmo tempo, eu entrei dando um beijo em seu rosto) - Muito obrigada, não sei o que seria de mim sem você. - Também não sei, então acho que mereço um agradecimento melhor ( falou com sua cara de homem s****o) - Muito engraçado você, vamos embora que eu já estou morrendo de sono ( falei cortando ele porque eu sei que se dê brecha ele entra e pra sair vai ser difícil)
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR