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Paraíso proibido

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transa de uma noite
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intro-logo
Sinopse

Em uma cidade nova, sem dinheiro e sem saber o que fazer, Natália é convidada a morar com uma amiga de infância, sob o mesmo teto que Rafael Vidal, o quieto e atraente pai da amiga.

Dividida entre a lealdade e o desejo, Natália descobre que o que é proibido é muito mais divertido. E muito mais perigoso.

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Mudança de planos
— p**a que pariu — declaro. Na verdade nem tenho certeza se falei em voz alta ou apenas pensei enquanto encaro o homem à minha frente em completo horror. As mãos gentis de Nina me acolhem e minha amiga me ampara contra o seu corpo pequeno e rechonchudo. É bom que minha amiga esteja ao meu lado, pois sinto o mundo mundo ficar de ponta-cabeça e perco o equilíbrio. p**a que pariu, mesmo. O homem na portaria se condói da situação e me oferece um copo de água gelada. — Sinto muito, moça — diz com o tom pesaroso, os bigodes grossos se agitando sob o nariz. — Acho que você caiu num golpe. Tento entender as suas palavras, mas ele parece estar falando grego pois elas não fazem o menor sentido para mim. — Não pode ser — discordo com bem menos convicção do que gostaria. — A corretora me mandou os vídeos do lugar, mandei os documentos, paguei a taxa de religar a energia… Como é possível que… — me corto, sem ar. Nada daquilo faz o menor sentido. — Eu posso ver o vídeo? — o síndico muito gentil pede. Ele estava ali por causa do pequeno escândalo que eu fiz quando não fui autorizada a entrar, quase dez minutos antes, e agora nós quatro estamos tentando entender o que aconteceu. Faço que sim e entrego meu celular para ele, mostrando o vídeo que estava na minha galeria. A conversa com a corretora de imóveis tinha desaparecido e o número dava como inexistente. Claro, ela já sabia que eu iria descobrir tudo. Dou uma risada baixa. Só eu mesmo para não perceber a furada que tinha me metido. — Hm — o síndico faz em voz baixa. — Esse é o apartamento 115 mesmo, mas ele já está alugado há quase dois anos. Não sei como essa tal corretora conseguiu o vídeo. Olho para Nina completamente horrorizada. Seu rosto redondo ecoa a minha expressão. — O que eu vou fazer, meu Deus? Não posso ficar indeterminadamente em um hotel e minha mãe não vai me dar dinheiro para alugar outro lugar porque segundo ela toda a grana está em suspenso até resolverem a partilha dos bens do vovô. Eu posso vender algumas joias e roupas em um brechó, mas vou acabar ficando sem ter o que vestir, e as aulas já começam semana que vem… Nina me interrompe colocando a mão gelada como um cubo de gelo no meu ombro. — Calma — minha amiga pede com a sua voz baixa. Ela respira profundamente e eu a imito. — Vamos para a minha casa e depois a gente resolve isso. O importante é você ter um teto sobre a sua cabeça hoje. — Mas, Nina… Eu nem conheço o seu pai! Não posso ir entrando assim na casa das pessoas. — Você é a minha melhor amiga, Nath — diz com suavidade, pegando as minhas mãos entre as suas muito mais quentes. A iluminação artificial da salinha do porteiro deixando seu rosto redondo mais sério que eu jamais vi. Pela primeira vez percebo que Nina não é mais a garotinha que eu me acostumei a proteger de todo o m*l do mundo quando éramos crianças. Assim como eu, ela agora é uma mulher adulta e muito determinada. — Eu não vou deixar você sozinha numa hora dessas e tenho certeza que ele vai concordar. — Seus olhos castanhos não revelam nada além de uma determinação inabalável, como se desafiasse seu pai a discordar. Minha amiga agradece em voz baixa aos dois homens e me ajuda a ir de volta ao seu carro, estacionado do lado de fora do prédio. Os raios dourados do sol poente reluzem contra o veículo branco, transformando-o em uma joia cintilante. Assim que me sento contra o banco de couro, deixo a cabeça cair entre as mãos úmidas de suor. — Como eu pude ser tão burra? — pergunto em voz baixa, sem realmente esperar por uma resposta. — Eu deveria ter vindo pessoalmente ver o apartamento antes de fechar. Confiei em fotos e vídeos... — Você fez o que podia, amiga — Nina me consola apertando meu ombro com firmeza, me dando apoio moral. — Agora a gente tem que ir para casa colocar a cabeça no lugar. Amanhã vamos ver o que podemos fazer contra essa pretensa corretora. Papai tem amigos advogados, eles vão saber o que fazer, tenho certeza. Vai dar tudo certo. Abro um sorriso fraco em sua direção. Nina fala com tanta certeza que é impossível duvidar dela. Concordo com a cabeça, ainda meio perdida,mas reconfortada. Nina nunca mente e, se ela acha que podemos achar aquela larápia golpista, eu acredito. Passo o cinto pelo peito, prendendo-o na caixinha e ele faz um clic. Marina liga o carro e acelera, nos levando pelas ruas bonitas da cidade universitária. Vez ou outra ela aponta um ponto turístico ou um lugar legal, dizendo que deveríamos ir ali outro dia, mas eu m*l consigo prestar atenção. O meu primeiro dia em uma cidade nova, em outro estado, e eu já tinha conseguido estragar tudo. Eu posso perfeitamente ver a cara da minha mãe enquanto ela me xinga de todos os nomes possíveis porque é claro que eu seria burra o suficiente para cair em um golpe e perder o pouco de dinheiro que meu avô tinha deixado comigo antes de morrer. Seus olhos verdes, idênticos aos meus, estão brilhando com a maldade que aprendi a associar com a palavra mãe. Um nó pesado obstrui a minha garganta e preciso respirar pela boca para desfazê-lo, para afastar aquele conhecido pinicar nos olhos. Você é Natália Fontana, me lembro tentando emular a voz rouca de fumante do meu avô dentro da minha cabeça, e um Fontana nunca chora. Com essas palavras se repetindo na cabeça, respiro fundo e cerro a mandíbula com força. Nina continua puxando assuntos triviais, mas minha mente está girando ao redor do que preciso fazer para reaver o meu dinheiro antes que a minha família descubra. Eu morreria de fome antes de precisar pedir um centavo que fosse para a minha mãe, e meu tio Arthur já tinha coisas demais para resolver cuidando do inventário do próprio pai. Minha amiga desiste de tentar me animar e dirige em silêncio enquanto o sol termina de desaparecer no horizonte, nos mergulhando na escuridão que só era interrompida pelas luzes da cidade. Apoio a cabeça no vidro, olhando para a cidade voando pela janela sem de fato ver nada. Felizmente, sou tirada desses pensamentos quando Nina aponta uma construção belíssima, uma igreja branca com um sino gigantesco acima dela, tão diferente dos prédios ao redor. — Essa é a igreja que eu frequento aqui — conta com um sorriso suave nos lábios e eu também sorrio. — Você gosta de lá, né? — pergunto mesmo sabendo a resposta. Está escrito na sua testa. Minha amiga concorda com a cabeça e começa a me falar sobre o lugar, o grupo de jovens e várias outras coisas relacionadas à igreja. Eu não sou a pessoa mais religiosa do mundo, mas adorava ver Nina falando sobre as coisas que ela gostava e por isso presto atenção em cada palavra que ela diz, sobre seus amigos, o culto de jovens e os pastores. Faço algumas perguntas antes de voltarmos a cair no silêncio, mas dessa vez ele não é opressor. É um silêncio tranquilo, daqueles que ficam quando a gente não tem nada para falar. Cerca de cinco minutos depois, Nina desacelera, se aproximando de um condomínio que ocupa quase um quarteirão inteiro. Meu queixo cai. Minha família era uma das mais ricas e influentes da nossa cidade e ainda assim eu jamais vi um condomínio como aquele. Nos aproximamos do portão e ela me apresenta ao porteiro pois preciso preencher uma ficha de convidada. O porteiro tira uma foto do meu rosto antes de liberar o carro para prosseguir até o estacionamento. Não consigo ver muito do condomínio, mas o que vejo é de fazer inveja a qualquer um. O prédio onde ficam os apartamentos é bem simples e sem graça, mas o pátio ao redor, iluminado por postes em um estilo meio vitoriano, é belíssimo, com grama bem aparada, roseiras, coqueiros e mais coisa que sequer consigo entender antes de Nina entrar na garagem iluminada por luzes fortes de LED. Conto uma Ferrari e três Volvos só no meu campo de visão. É, eu não estava mais no interior, onde todo mundo tinha uma picape. Minha amiga para o carro ao lado de um esportivo preto que mesmo parado parece ser muito veloz, com as suas linhas afiadas e detalhes cromados que estranhamente lembram uma pantera. — Chegamos — Nina comenta puxando o freio de mão e bate palminhas duas vezes, animada. Minha amiga amarra os fios loiros em um r**o-de-cavalo alto que faz seus olhos cor de chocolate se destacarem ainda mais contra a pele dourada. Forço um sorriso que não engana ninguém e a loira faz um carinho no meu ombro. — Relaxa — acrescenta com uma animação quase infantil. — Vai ser como uma festa do pijama até a gente encontrar um apartamento pra você! Lembra como era divertido? — Sua mãe ficava louca — rio, me lembrando perfeitamente, mas logo a risada morre e nós duas suspiramos, lembrando de quando éramos mais novas e a mãe dela ainda era viva. Tia Lena era mais a minha mãe do que a minha progenitora desde que eu tinha sete anos. Limpo a garganta para desfazer o nó que a obstruía. Pego a mão de Nina e aperto com força. — Obrigada, amiga — agradeço sinceramente. — Não sei o que faria sem você. Nina me envolve em um abraço e sorri antes de se afastar. — Relaxa. É como o meu pai sempre diz: às vezes é preciso chover para podermos ver o arco-íris. Abro um sorriso fraco. Eu preferia não ver arco-íris nenhum, mas opto por não falar nada. Nina está sendo uma amiga maravilhosa literalmente me salvando. Um pouco do seu otimismo não vai me matar. Estico-me para pegar a minha mochila no banco de trás antes de pular do carro e pegar as minhas duas malas de vinte e três quilos. Tudo o que eu tinha trazido para começar essa nova etapa da minha vida. Nina, sempre prestativa, toma uma das malas da minha mão e me guia para os elevadores sem nem olhar para trás. Como estávamos com muitas malas, subimos pelo elevador de serviço. O elevador abre suas portas para o décimo primeiro andar e fico surpresa com o bom gosto do local. Quatro portas pivotantes enfeitam as paredes, tão afastadas umas das outras quanto possível. Em cada canto um vaso de costela-de-Adão se ergue, imponente, dando cor ao ambiente austero. Nina não repara nessas coisas, acostumada com o ambiente, mas eu sim, mesmo que apenas por um momento. Ela tira o chaveiro do bolso e coloca na fechadura. A primeira coisa que eu percebo quando Nina abre a porta é o frio. A temperatura despenca bem uns dez graus, nos mergulhando em um friozinho que sinceramente não é r**m, considerando que eu estava me sentindo grudenta no calor na noite úmida e quente. A próxima coisa que eu reparo é que o apartamento parece ter saído direto das páginas de uma revista de decoração. Logo no hall de entrada, um espelho toma toda uma parede, refletindo o aparador branco com uma vela aromática que parece nunca ter sido acesa, uma foto da festa de quinze anos de Nina e um vaso com uns gravetos que exalam um cheiro delicioso pelo pouco espaço. Um quadro em preto e branco da cidade de Londres está acima do aparador, refletindo contra o espelho. Sigo com a minha amiga para o cômodo a qual o curto hall se abre: um espaço que comporta a sala de estar e de jantar. Apesar do conceito aberto, dá para notar perfeitamente onde uma começa e a outra termina. Sofás de couro branco formam um L em volta da televisão de cinquenta e duas polegadas, onde o pai de Nina está sentado, assistindo a um jogo que passava. — Ei, prince…— cumprimenta a filha, um tanto aéreo por ainda estar prestando atenção a um passe de bola. Ele vira a cabeça na nossa direção e para em meio à sentença. Tudo nele é atraente: do topo do cabelo preto ligeiramente desgrenhado, passando pelo rosto forte, pelo corpo que mesmo a camisa de manga longa não consegue esconder que é muito bem torneado. Seus olhos de um azul claríssimo descem pelo meu corpo de uma forma… quente. Me analisando da mesma forma que eu o analiso e um sorriso capaz de deixar as pernas bambas se insinua entre seus lábios. Paraliso completamente ao constatar um fato: meu Deus, o pai da Nina é um gostoso!

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