Contrato

1002 Palavras
- Alex Larson? Que p***a de nome é Larson, Bart? - Meu chefe caiu na risada ao me entregar todos os documentos falsificados que conseguiu. Montamos um esquema na minha pequena sala dentro do jornal Golden, com fotos de todos os investigados e suas possíveis ligações. Naquele momento, eu não era apenas uma jornalista... Eu estava envolvida até o pescoço com a investigação que poderia mudar a minha vida e a do meu pai. - Não reclame, Alex, eu consegui o que deu. - Eu me afastei de Bart com os documentos e me olhei no vidro da janela, ajeitando minha franja na testa e meu cabelo curto. - Você treinou o suficiente? Acha que não vai se meter em encrenca? - Qual é, Bart, você tá parecendo meu pai com tantas preocupações. - Soltei uma risadinha divertida. Mas, depois disso, senti um aperto no coração. Todas as vezes que cito meu pai, esse aperto vem. E isso me dá ódio, assim como me motiva a continuar. - Ei, pupila dos meus olhos. - Eu amo quando Bart me chama assim. - Você sabe que te amo como se fosse minha filha. Me preocupo de te mandar para os leões, apesar de saber que você é f**a. - Eu sorri. Bart é a coisa mais próxima de uma família que eu tenho, tirando meu pai. - Eu sei, "papai". Eu dou conta. Juro. - Ele respirou fundo e tirou a chave do carro do bolso. - Então, está na hora de eu te levar para a entrevista de emprego na empresa dos Schneider. Vá se trocar. - Concordei com a cabeça e saí. Coloquei uma saia lápis vinho e uma camisa branca, para não ter erro. Um salto alto preto, uma maquiagem leve e um colar de ouro pequeno. Escolhi brincos de pérolas para dar um toque mais doce no visual. Quando me olhei no espelho, parecia outra pessoa, até porque, eu não ligo muito pro meu visual. Sou do tipo que usa calça jeans e moletom pra tudo. Cheguei na sala novamente, e Bart já estava pronto para me levar até a empresa. Nós fomos de carro até lá, apesar de ser apenas a alguns quarteirões de distância. Desci do carro com meu currículo completamente falso, e com bastante cara de p*u para passar naquela entrevista. Por sorte, Bart conhece uma pessoa do RH e também uma pessoa da diretoria. Por isso, sabia que passaria na entrevista e nosso plano daria certo. Eu entreguei meu RG para a moça da recepção e ela o olhou com atenção. Era o procedimento padrão da empresa. - Bom dia, senhora Alex Larson! - A moça da recepção sorriu. - Seja bem vinda a Schneider Company, a empresa de contabilidade mais competente de toda Nova Iorque. Grande bosta, recepcionista. O império dos Schneider vai cair e eu vou derrubar quem estiver pela frente. - Bom dia, ah... - Olhei para o crachá dela e sorri de forma fofa. - Margareth. Obrigada pelas boas vindas. Onde será minha entrevista? - Pode se sentar, vou avisar a minha chefe que você chegou. - Sorri de forma carinhosa mais uma vez ao ouví-la. Me sentei na recepção e aguardei pacientemente. O prédio é enorme, deve ter mais de cem salas e é completamente deles. Aposto que metade dessas janelas foram compradas com dinheiro desviado. Não é possível uma empresa lucrar tanto quanto eles lucram, sem ainda estarem envolvidos em fraudes fiscais. - Bom dia! - Uma senhora de talvez cinquenta anos chegou junto com Margareth, a recepcionista. - Alex Larson! Ouvi falar muito bem de você. - Prazer em conhecê-la. Ah, que bom! - Fingi que estava feliz. A verdade é que quero tacar fogo em todas as pessoas dessa empresa. - Vamos, vou entrevistá-la. - Ela disse e eu peguei meu envelope e bolsa, e a acompanhei. A entrevista obviamente foi um sucesso. Recebi um preparo especial de Bart e soube exatamente o que fazer. No final do dia, já havia assinado meus papeis de contratação e começaria minha caçada aos Schneider na manhã seguinte. Eu nem dormi naquela noite. Só pensava em como seria meu primeiro dia de trabalho nessa merda de empresa, e como seria nojento olhar para a cara de cada um deles e sorrir. Mas valeria a pena, porque minha vingança faria meu pai sair da cadeia. A noite demorou a passar, mas passou. Eu me levantei e me arrumei da mesma forma que no dia anterior, mas com cores de roupa diferentes. Eu precisava aparentar como uma assistente de empresa, ou desconfiariam. A garota que veste jeans e camiseta, no momento, não existe mais e deu lugar a uma mulher que anda no salto. Coisas que a gente só faz por nossos pais... Cheguei na empresa como funcionária e meu coração batia com força. Naquele momento, percebi que não tinha mais volta: Eu me lancei no ninho de cobras. Ou eu mato todas elas, ou eu morro. E assim será. Cheguei no sétimo andar, o andar onde eu seria funcionária. Fui contratada como assistente geral da chefia, e isso é ótimo. Vou basicamente tirar xerox, recepcionar, servir café, arrumar arquivos e mais qualquer coisa chata que me pedirem, mas, esse cargo, é extremamente importante para mim porque vou conhecer o CEO que quero derrubar: Hanner Schneider. Esse maldito assinou a exoneração do meu pai e com certeza está envolvido até o pescoço com o esquema de corrupção empresarial. Hanner entrou com uma pasta preta, vestindo um terno social azul marinho e estava bastante sério. - Bom dia. - Falou, ao passar por mim. - Bom dia. - Respondi. Ele nem ao menos olhou para meu rosto. Ele parecia uma pessoa detestável... Mas, é inegável a beleza que tem. Olhos azuis como uma p***a de uma piscina e cabelos loiros, não, não, não... Vilões não deviam ser altos e ter ombros largos como os dele. Nem aquela droga de maxilar perfeito. Não importa. Ele é um filho da p**a, e eu vou derrubá-lo.
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