Como Derrubar um CEO

Olhares

(Indicação de música para leitura do capítulo: I Feel Like I'm Drowing - Two Feet)

Entrei no bar do Blues, vestida para matar, como diriam. Eu não costumo me vestir assim, mas não há absolutamente nada que eu não faça para ajudar em minha vingança. As pessoas que não tem nada há perder, como eu, são perigosas.

Me vesti com uma blusa vermelha bem decotada e uma saia preta até a metade da coxa. Um salto alto vermelho, da cor do meu batom. Cílios bem maquiados, e cabelo bem arrumado. Também passei um perfume que li em uma matéria que é a preferência dos homens. Talvez eu consiga alguma coisa desses dois idiotas.

Me aproximei do bar e peguei uma taça de martini vazia, colocando-a na minha frente. Peguei uma água no bar e coloquei um pouco dela na taça. Foi uma boa ideia, afinal, que visse, acharia que estou bebendo martini. Eu queria que pensassem que eu estava fazendo isso para acharem que estou vulnerável, porém, não estou. Aquilo me fez sorrir de forma maliciosa.

Avistei os dois, Matthew e Hanner do outro lado do bar. E assim que os vi, fui caminhando como uma gata até eles com a taça na mão.

- Ei, eu conheço vocês. - Falei, abrindo um sorriso simpático. - Vocês trabalham comigo, não é?

- Olá, é... Alex, não é? - Matthew pareceu extremamente interessado ao me ver. Me olhou de cima a baixo, e eu já sabia quem seria minha vítima.

- Sim! Alex. - Abri um sorriso ao perceber que ele lembrou meu nome. - Então, vocês curtem o bar do Blues?

- Com certeza. É meu bar favorito. - Matt disse. Hanner me olhava, mas permanecia em silêncio.

- Eu sempre estou por aqui. Acho um ambiente interessante, apesar do preço. Sabe como é, sou só uma assistente geral. - Falei em tom de brincadeira e eles dois riram, mas Matt tocou em meu braço.

- Você é uma graça, Alex. - Bingo. Eu coloquei a taça de martini no balcão e continuei olhando os homens de forma simpática.

- Obrigada, bom... Esqueci seu nome. - Olhei para o outro homem. - Hans?

- Hanner. - Ele disse, tomando um gole do uísque e o colocando novamente no balcão.

- Ah, sim, Hanner. Você está se sentindo melhor? Lembro que não passou muito bem hoje. - Comentei. Ele respirou fundo e levantou o copo de uísque.

- Agora, estou bem. - Disse e sorriu. Por Deus, que homem lindo. Eu preciso me controlar porque o foco aqui é o Matt, ele é o inocente e mais vulnerável ao meu charme.

- Então, eu acho que vou dançar na pista um pouco. Alguém quer ir junto? - Falei. Matt ofereceu o braço. Olhei para Hanner, e Matt fez o mesmo.

- Se importa se eu me ausentar um pouco? - Matt disse.

- Com certeza não. Estou bem acompanhado. - Hanner apontou para o copo de uísque. - Divirtam-se.

Caminhamos juntos até a pista. Comecei a dançar de forma sensual junto com Matt, mas eu simplesmente não conseguia tirar meus olhos de Hanner, do outro lado do bar. Ele estava sentado, de camisa social branca, com as pernas meio abertas, escorado no bar. Ele bebia a p***a do uísque como um filho da p**a. Ele com certeza sabe como f***r uma mulher e... c*****o, por que eu tô pensando isso?

Me virei de costas para Matt. Ele encostou o corpo em mim, enquanto eu dançava ao som da música. Meus olhos continuavam fixos em Hanner. Foi naquele momento, em que ele tomava um gole do uísque, que os olhos dele encontraram os meus. Eu poderia ter desviado o olhar, mas não o fiz. Ficamos nos encarando enquanto eu me esfregava no primo dele. Minha vontade era de atravessar o bar e puxar aquele homem sério, com cara de mau, para a pista para assim seduzí-lo como estou fazendo com Matt. Mas ele parece invulnerável, e imagino que quem seria seduzida, seria eu. Anotação mental: Preciso tomar cuidado com Hanner.

Enquanto dançava, uma moça chegou perto de Hanner. Eles conversaram por cerca de três minutos até que eu o vi colocar a mão na lateral do pescoço dela, e deslizar de forma lenta até sua nuca, enquanto aproximava seu rosto do dela. É, ele tem pegada. Os lábios dos dois se encontraram... Mas daí, enquanto ele beijava a moça, ele abriu os olhos e novamente, os olhos dele encontraram os meus. Ele me queria. Talvez, tanto quanto eu o queria. Mas Hanner era esperto demais e eu não tinha tempo para desviar das armadilhas de sedução dele.

Me virei de frente para Matt, e levei as duas mãos até seu rosto. Eu o beijei. Senti as mãos dele em minha cintura, e confesso que não achei r**m. Ele sabe beijar bem. Aquele beijo na pista, o cheiro do local, os olhos de Hanner, o beijo de Matt... Talvez ei esteja me divertindo muito mais com essa situação do que achei que estaria. Eu estou me jogando em um ninho de cobras, mas talvez eu seja uma cobra também.

Separamos nossos lábios, e eu passei os dois braços ao redor do pescoço de Matt, que me olhava como um completo i****a.

- c*****o, você tem um beijo sem igual. - Ele comentou. Eu sorri de forma fofa, como se me importasse.

- Seu beijo também é maravilhoso. - Falei.

- Eu acho que eu vou querer outros beijos seus. - Ele disse.

- Posso dizer o mesmo.

Matt aproximou os lábios novamente dos meus e me beijou. E com aquele beijo, eu sabia que ele iria querer mais que isso. Eu estava disposta a ir pra cama com um cara bonitão por minha vingança?

Sim. Eu estava disposta a fazer qualquer coisa.

- Por que você não vai comigo a algum lugar mais reservado, sabe como é... - Ele falou contra meus lábios, e os escorregou até meu ouvido. - Eu não queria deixar essa química entre a gente apenas no beijo. Acho que vale... Avançar... Entende?

- Ah, entendo. Mas e seu primo, vai ficar sozinho? - Falei. Me afastei um pouco de Matt e procurei Hanner com os olhos. Matt fez o mesmo e sorriu de forma maliciosa, logo depois apontou em direção a porta.

- Acho que ele está bem acompanhado. - Eu vi Hanner saindo do bar do Blues de mãos dadas com uma loira gostosa, vestindo um vestidinho preto bastante curto.

- Uau, então seu primo é um canalha? - Falei, em tom de brincadeira. Eu ainda olhava para Hanner, que mexia no celular. Talvez estivesse chamando um táxi.

- Ele é. - Confirmou. E eu não devia me importar com isso.

- Então talvez nós devêssemos ir até sua casa. - Falei. Ele concordou com a cabeça.

- Vamos.

Eu queria ir até a casa de Matt. Talvez encontre algo relevante enquanto ele dorme.