Dário O sol brilha forte e o pôr do sol sobre Manhattan me faz sentir, pela primeira vez em muito tempo, a cordialidade desta cidade. Há um leve quicar no meu passo, como se até o chão de concreto reconhecesse meu bom humor. Não há um problema que eu não possa resolver, nem uma alma corajosa o bastante para se colocar no meu caminho. Pela primeira vez na minha vida adulta, consigo enxergar um futuro — e, ainda mais surpreendente, um futuro com alguém ao meu lado. As lembranças dos meus pais surgem como uma enxurrada, como se uma porta enferrujada tivesse se aberto dentro do cofre da minha escuridão. Vejo minha mãe nas manhãs de domingo, cozinhando, enquanto meu pai — sempre ocupado demais com seus negócios — encontrava um jeito de lhe roubar um sorriso. Ele trazia flores, girava com ela

