BRIAN NARRANDO
Louise é perfeita. Essa mulher vai me deixar louco, sinto isso. Vai ser muito difícil controlar meus instintos perto dela, mas espero conseguir.
— Louise, como hoje irei te pedir em casamento... Precisaremos nos beijar. Sabe disso, não sabe?
— Sei.
— Serei o mais respeitoso que puder. Você é minha noiva, as coisas tem que parecer intensas... Mas tomarei cuidado para não ir longe demais. As pessoas precisam acreditar que...
— Que eu te amo e que você me ama. Eu já entendi. — Ela disse, sorrindo de leve. — Sou boa em atuar. Já disse pra você.
— Então vai dar tudo certo.
— Acredito que sim.
Estacionei o carro no estacionamento do Malahide. Tirei o contrato do porta-luvas e entreguei a ela, é um contrato extenso, tem um NDA incluso, que é um contrato de não divulgação. Entreguei uma caneta, ela passou os olhos pelo contrato com certa pressa e viu os valores. Trezentos e sessenta e cinco dias, vinte e cinco mil euros por mês.
— Posso ler de novo? — Questionou.
— Leve o tempo que quiser. — Falei. Ela respirou fundo e começou a ler novamente.
— Você vai me exibir e me beijar na frente das pessoas. Eu tenho que ser carinhosa e não ficar com absolutamente ninguém nesse um ano. Acompanhar você em eventos, enfim... — Ela resumia o contrato em voz alta. — E de forma alguma divulgar que isso que temos é um contrato.
— Exatamente.
— Eu não gostei da parte que tenho que morar com você. — Reclamou.
— Você terá seu quarto.
— Minha mãe está hospitalizada, a situação dela é grave. Está em coma induzido. E se ela melhorar? E se eu precisar levá-la para casa? — Eu respirei fundo.
— Contanto que você não quebre o contrato, não conte nada, permaneça em silêncio... Podemos colocar sua mãe na minha casa. — Ela parecia aliviada.
— Eu não vou decepcionar você. — Disse. Pegou a caneta e finalmente assinou, entregando para mim.
— Te mandarei uma cópia assinada também. — Olhei para os olhos castanhos, bem maquiados. Por Deus, que mulher linda. Ela tirou o batom da pequena bolsa que carregava e também um espelhinho. Passou o batom nos lábios e os juntou para espalhar melhor.
— Já está linda do jeito que está. — Comentei.
— Uma futura esposa de um homem como você não pode ser apenas linda. Tem que ser perfeita. — Ela piscou um dos olhos para mim e eu sorri de forma maliciosa.
— Boa garota.
Eu saí do carro, dei a volta e abri a porta para ela. Ofereci minha mão, que ela pegou e eu gentilmente a ajudei a sair do carro. Ofereci meu braço e ela o pegou, e assim, caminhamos para o restaurante Malahide juntos. Assim que chegamos na recepção, eu varri o local com os olhos. Vi vários dos meus colegas da máfia, outras pessoas desconhecidas e aquilo me fez sorrir de forma lateral. Na fila, esperando para sermos atendidos, parei atrás de Louise e apoiei minhas duas mãos em sua cintura. Ela estava de costas, virou o rosto para mim e eu sorri. Ela apoiou as duas mãos nas minhas e puxou meus braços, para que eu a abraçasse. Acredito que escolhi a mulher certa para esse trabalho.
— Está confortável? — Sussurrei, próximo ao ouvido dela. Vi sua pele arrepiar e eu comecei a pensar em todo tipo de promiscuidade que se possa imaginar. Ela respirou fundo, parecia nervosa, talvez por ser a primeira vez dela fazendo algo assim, afinal, ela era apenas uma garçonete antes de me conhecer.
— Estou. Fique tranquilo.
Finalmente fomos atendidos. Eu a soltei, por mais que não quisesse. Além de gostosa, estava deliciosamente cheirosa. Passar as mãos nas costas dela, quase despidas, me deu vontade de puxar o laço que segurava o vestido no lugar. Não faria isso no meio dos outros... Mas em particular, com certeza faria.
Sentamos à mesa, e eu pedi um vinho caro. Apoiei minha mão na mesa e ela levou a mão até a minha.
— E você, está confortável? — Perguntou. Eu sorri de forma maliciosa.
— Mais do que imagina. Enquanto o vinho não chega, que tal uma dança na pista do outro lado do restaurante? — Eu apontei para o local.
Há uma linda pista de dança, onde uma música ao vivo tocada em um violino e um piano. Vez ou outra o pianista canta, como é o caso dessa música. É um cover de Heather, de Conan Gray. Uma música extremamente bonita, e bem lenta. Alguns casais se divertem na pista. Ofereço minha mão para Louise, em pé, para que se levante. Ela segura minha mão e sorri, me acompanhando até a pista. Ao chegar ali, apoio minhas duas mãos em sua cintura e ela apoia ambas em meu peito, as deslizando por ali. Seu rosto baixo, logo se levanta para olhar em meus olhos. Ela passa os braços ao redor de meu pescoço e sorri.
— Gosto de dançar. — Comentou.
Fiquei em silêncio. Minhas mãos em sua cintura foram ousadas o suficiente para tocar em sua pele exposta das costas, e eu a sentia, deslizava meus dedos por suas costas como se fosse um livro em braile.
Ela começou a mexer no cabelo de minha nuca, em um carinho leve.
— Já disse que está linda, mas preciso dizer novamente. Você é a mulher mais linda daqui. — Ela sorriu e olhou para baixo por alguns instantes. O cabelo dela é longo, quase até a cintura, e está preso em um r**o de cavalo baixo e lateral.
— Obrigada, mais uma vez. — Seus olhos mais uma vez encontraram os meus. Seu sorriso é perfeito, notei que seu dente canino tem uma pontinha protuberante, o que deixa o sorriso dela ainda mais perfeito. Deve ter sido chamada de vampira várias e várias vezes. — Brian... Por que nunca se casou? — Era a pergunta que eu temia.
— Quer saber de verdade? — Ela concordou com a cabeça.
— Não consigo me apaixonar. Nunca consegui. — Ela ergueu as sobrancelhas. Eu levei o rosto até a lateral do dela, para aproximar meus lábios de seu ouvido. — Não se apaixone por mim, Louise.
— Eu não vou. — Afirmou.
Nossas bochechas, levemente encostadas, se desencostaram quando fiz meu rosto ficar de frente para o dela novamente. Encostei minha testa na dela, fazendo também que nossos narizes se tocassem. Ela continuava acariciando meu cabelo da nuca, de forma despreocupada. Fechou os olhos, deixando a música a levar. Eu a guiava sem pressa, ao ritmo da música.
Minhas mãos caminharam por suas curvas, até o final de suas costas. Eu as apoiei ali, enquanto aproximava meus lábios dos dela. Nossas respirações se misturaram.
Queria ter avisado que a beijaria, mas por algum motivo, não consegui. Eu encostei meus lábios nos dela, a beijando de forma lenta, e ela me correspondeu. Não foi um beijo qualquer. Foi um beijo que, apesar de contido, acendeu cada molécula do meu corpo. Se eu pudesse, a levaria para qualquer canto que fosse, a beijaria direito e transaria com ela várias e várias vezes.
Parei o beijo. Beijei a ponta do nariz dela, o que fez com que ela sorrisse. Depois, beijei sua testa e em meio a dança, a abracei, acolhendo em meus braços. Ela encostou o rosto em meu peito e desceu as mãos, me abraçando de forma mais confortável. Continuamos no embalo da dança, mas meu pensamento estava bem longe.
Vi que nosso vinho estava sendo colocado em nossa mesa.
— Vamos, o vinho chegou. — Avisei. Desfizemos o abraço e eu a levei até nosso lugar novamente. O garçom serviu o vinho em nossas taças e eu tomei um gole. Me impressionei ao ver que ela cheirava o vinho, rodando-o dentro da taça de forma leve.
— Excelente. — Comentou.
— Entende de vinhos? — Perguntei, curioso.
— Entendo de muita coisa, Brian. — Eu sorri.
Tomei um gole do vinho e ao soltá-lo, peguei sua mão.
— Vou me ajoelhar na sua frente e te pedir em casamento, Louise. — Avisei.
— Faça.
Eu tirei uma caixinha preta, me ajoelhei na frente de Louise e abri a caixinha. Ela colocou as duas mãos em seu próprio rosto, fingindo surpresa.
— Louise, quero que seja minha esposa. Você é tudo que eu procurava em uma mulher. Aceita?
Ela parecia realmente nervosa, e essa foi a parte mais divertida. As pessoas ao redor começaram a observar. Ela concordou com a cabeça e ofereceu a mão.
— Sim, Brian! Você tem alguma dúvida? — Eu me levantei após colocar o anel no dedo dela, e ela se levantou também, me dando um abraço apertado. Eu a abracei de volta também.
Louise encostou os lábios nos meus de forma demorada, e eu apenas correspondi. Afastou o rosto do meu e sorria, olhando em meus olhos.
— Isso foi perfeito. — Comentei. Viramos o centro das atenções e fomos aplaudidos após o sim.
— Dei o meu melhor. — Eu ri de um jeito bastante cretino. Ainda estávamos abraçados e falávamos baixo um com o outro.
— Se tivesse dado seu "melhor", Louise, estaria sem roupa na minha cama. — Ela sorriu de forma maliciosa.
— Não brinque com fogo, Brian.
Como se eu não gostasse.
— Eu só estou controlado porque estamos na frente dos outros. Brincar com fogo é uma das minhas especialidades. — Ela riu maliciosamente.
Ela me soltou, e voltamos a sentar à mesa. Pedimos um prato, mas sinceramente, eu já não conseguia pensar em nada que não fosse comer a Louise. Eu não sei nem se vou conseguir me segurar dentro do carro, ou se aguentarei chegar lá. Eu a quero, p***a, eu a quero muito.