O porque aquilo doeu em Gisele, ela não sabia dizer. As humanas a olharam com nojo, os starianos olharam com certa curiosidade e Darius simplesmente tentou sumir! Ele preferiu recuar, do que ser beijado. Gisele se sentiu tão envergonhada com aquela situação que simplesmente teve o lapso de sair correndo, sem pensar, ver ou entender alguma coisa.
E esbarrou bruscamente em alguma coisa que não enxergou, mas a fez se estancar. Ela sentiu seus braços presos, não caiu para trás e em um piscar de olhos, Darius a estava segurando. Gisele apenas ficou paralisada, em frente ao vidro amplo da sala de quarentena, com o sol que nunca se punha de Starian apagado por uma faixa noturna que remetia as estrelas e iluminava o lugar para somente os dois.
Ela o olhou com um certo receio, mágoa e… tristeza.
— Não precisava fazer aquilo. — Gisele soltou num fio de voz.
— Eu não fazia ideia de que quando a humana me tocasse, meus sentidos entrariam em colapso daquela forma. — Gisele abriu a boca, mas nem sequer conseguiu falar. — Faça novamente! — ele ordenou, enquanto Gisele franzia o cenho.
Talvez ela até tenha pensado em dar para ele uma recusa bem dada, mas não houve tempo para o ocorrido. Darius não era o que se podia chamar de beijoqueiro, mas ele leu o manual. E sim, Volkon, havia citado sobre os gostos peculiares dos humanos. Eles gostam de beijos!
Mas então… aquilo era um beijo!
Ele encostou seus lábios na humana, assim como ela havia feito. Eles estavam receptivos e entreabertos, então ele fechou os olhos, moveu-se vagarosamente e quando percebeu que a humana em seus braços relaxou os ombros, ele introduziu a língua grossa. E quando ele fez isso, Gisele arregalou os olhos e se sentiu paralisada com a cabeça envolta das mãos gigantes.
No primeiro segundo ela se sentiu assustada, no segundo seguinte ela estava curiosa, mas no terceiro ela fechou os olhos e se entregou a nova onda de sensações que invadiu-a pela boca. A língua era grossa, rosada e duplicada. Era bipartida como as línguas dos répteis, mas em relação a nossa língua, era apenas mais grossa. E quando ela abriu os lábios para recepcioná-lo, ela sentiu ele invadir o seu espaço e cobri-la com seu calor com total receptividade.
Quando menos percebeu, ela estava nos braços de Darius, beijando o soldado pelo visor de estrelas iluminado e entregue em sensações que jamais pensou em sentir. E se o mundo explodisse naquele momento, ela não se importaria.
Quando Gisele recobrou a consciência, abriu os olhos devagar e respirou fundo. Seus lábios já estavam se afastando e Darius ainda entreabria os olhos, mirando o rosto da pequena criatura, absorvendo o choque de sensações que sentiu. O tempo pareceu parar, enquanto ela computava a situação e sorria genuinamente.
— Porque está sorrindo. O que é tão engraçado? — questionou o Goldarx, tomando cuidado para não jogar fora nenhum momento precioso.
— Sua língua! Você tem duas? — Darius franziu o cenho e então Gisele colocou a ponta da língua para fora, para mostrar como era rosada e unificada.
Ele apenas despontou a sua, assim como ela, e espichou uma ponta para cada lado. E Gisele abriu a dentição, jogou a cabeça para trás e começou a rir abertamente. Então o capitão amarelado, para manter sua dignidade, guardou a língua de volta.
— Sou considerado um belo espécime da minha raça, pequena criatura. Peço que tenha mais respeito por minha língua. — Aquilo fez com que Gisele amplificasse os risos e, sem perceber, Darius curvou a ponta dos lábios finos, apenas agraciando a imagem.
Era sonoramente belo vê-la sorrir. Ele gostava de ouvi-la rindo. Era prazeroso. Não era como quando ela gritava ou se assustava e tremia por dentro. O capitão dourado era capaz de sentir as sensações de temor dela, e estava sendo capaz de absorver a leveza e sinceridade genuína de seu riso.
E aquilo o tomou de surpresa. Era extremamente forte, era insano e contra sua própria autonomia e vontade. De repente, ele se via territorialista e analisava circunstâncias em que ela podia se fazer dele.
Foi quando ele aproveitou o momento em que ela conteve os risos e ele se aproximou, ela se aquietou e achou que Darius a beijaria novamente. No entanto, ele tocou atrás de sua cabeça, desceu o rosto na curva de seu pescoço e passou a encostar o rosto em sua pele. Gisele entreabriu sua curva, fechou os olhos e se agarrou aos ombros do gigante Dourado, enquanto sentia ele passar toda a pele de seu rosto na curva toda de seu pescoço.
Ele a apertou para si, alisou a pele de seus braços exposto com a sua mão e se aproveitou do deleite que era sugar o aroma de Gisele. E ela, m*l conseguia respirar… O colo da curva de seus s***s estavam arqueando e sofrendo de desespero dentro vestido, as ondas de calor que Darius soltava a cada toque de sua pele a enchia de luxúria. Então, quando sua garganta tomou coragem e seu desejo criou voz, a pequena criatura apenas pediu:
— Faça o experimento comigo, Darius. — Ele parou de se mover, lentamente se afastou de sua pele e olhou para seus olhos. Ele tinha as pupilas dilatadas, o corpo Stariano em êxtase e sentiu o desejo de tomá-la no imediato soar do pedido.
— Ahhhh! Socorro! — Ele não teve tempo de responder, quando um grupo desesperado de moças perfumadas, ou fedidas para seu olfato, despontou a curva do saguão gritando.
Uma parede se despedaçou, o que fez Darius se colocar na frente de Gisele, se posicionar flexionando levemente os joelhos e levantar as mãos, como se estivesse prevendo algo chegando. As mocinhas corriam, mas foram bloqueadas pelo enxame de pedras, aço e fios, enquanto dois Starianos se enrolavam um com o outro.
Típico…
— Se afaste. — ele apenas ditou, quando deu um passo à frente e tentou conter um deles. Mas, para sua surpresa, eles não eram os únicos a brigar.
— Darius, tirem elas daqui! São brigas territoriais! — Galak soltou a ordem, o que fez Darius se desviar dos dois brutamonte coloridos que tentavam se atracar.
Volkon posicionou seu machado, Galak desembainhou a espada e cada um mirou em direção oposta, enquanto Darius se afastava, procurava por um caminho e gritou em ordem.
— Venham, por aqui! — Ele arqueou uma sobrancelha quando viu os olhos arregalados de Gisele mirando a situação, a pegou pela mão e a fez acordar para o momento. — Criatura, eu vou tirá-la daqui.
Momentos depois ele se colocou à beira da parede dando espaços para as humanas, observando cada uma andar apressadamente para seus aposentos. Gisele apenas se colocou ao lado dele, não se importou com os olhares e segurou firme em sua roupa enquanto ficava atrás do Stariano dourado. Ele deu ordens para que ninguém saísse, e observou Gisele se escondendo sobre as suas costelas.
— Precisa entrar. Starianos territoriais são extremamente agressivos.
— Não quero ficar sozinha. Eu tenho medo de tudo o que acontece aqui, mas não tenho medo de você.
Uma forte batida soou próxima, Darius olhou em direção ao problemas, olhou para Gisele e tentou ser racional. O problema é que Gisele estava deturpando seus pensamentos, pois se o Goldarx tivesse agindo com a razão, a colocaria em sua cápsula e entraria em combate. Afinal, sua missão era colocar as humanas em segurança. No entanto, não foi isso o que fez.
— Vamos, vou levá-la para um lugar seguro. — Ele segurou a mão da Humana, andou em passadas largas, fazendo com que Gisele apressasse o passo e sumiu com a humana da zona da quarentena.
A cada centímetro andado, ela tinha a impressão de ouvir mais gritos e baderna. Foi quando Dariu se aproximou da porta de um elevador platinado, encostou o braço no leitor digital e a porta se abriu. Eles adentraram a caixa de aço e ele soltou o comando: — Base inferior, Alojamento Renascimento.
— Requer autorização de comando. — respondeu a voz da caixa metalizada.
— Goldarx, capitão Darius.
— Acesso concedido. Base inferior. Alojamento Renascimento.
A caixa começou a andar e Gisele, por algum motivo se sentiu um tanto deslocada enquanto observava o capitão olhar em riste para frente, como se estivesse em uma verdadeira missão. De repente ela mordiscou as bochechas, também olhou para a frente e segurou a mão do escamoso.
Isso pegou Darius de surpresa, o que o fez olhar para baixo, perceber que Gisele mantinha um olhar altivo para frente, mesmo que para disfarçar, e sem saber se devia, fechou a mão grande cobrindo a mão da criatura pequena que aguardou pacientemente a porta de aço se abrir.
— Base inferior. — a voz lhe deu boas vindas assim que abriu a porta.
Darius saiu andando por um corredor extenso e cheio de luzes, Gisele manteve suas mãos firmes com a dele e sentiu o ar pesar o seu peito levemente. Ela não se incomodou com isso, apenas deu uma leve olhada para trás e percebeu que a porta ficava cada vez mais longe, até que resolveu perguntar.
— Para onde estamos indo? — Darius a olhou de relance, notou que ela não parecia assustada e não omitiu.
— Para o futuro de Starian. O Alojamento Renascimento. — Ela pareceu não entender. — Aqui ficará as humanas com seus devidos Starianos, e este lugar será o início da sociedade mestiça. Volkon habita a visão mór. Os capitães habitarão ao seu lado. E ao longo do tempo, essa será a primeira sociedade mestiça de Starian.
Gisele pareceu curiosa e até empolgada.
— Tipo uma cidade nova?
— Pode se dizer que sim.
— Mas porque não habitar nas cidades comuns? — Antes que Darius pudesse responder, ela simplesmente abriu a boca e se maravilhou com o que viu. — Uau!
Isso é lindo!
Gisele despontou da porta de acesso que abria o caminho para o centro da nova cidade. Era pequeno, pois seus olhos alcançaram toda extensão, mas era suficientemente grande para uma bela porção de famílias, Starianos e Humanos.
As casas lembraram cápsulas futuristas, pois tinham cores metálicas, pontas redondas e um ar sofisticado. No entanto, havia árvores grandes, árvores que não podia se comparar com a vegetação terráquea. Havia árvores coloridas, de formatos que ela jamais vira, arbusto que pareciam ter raízes fluorescentes e folhas gigantescas. Tudo ali era grande, capaz de acomodar muitos Starianos e muito mais humanos.
O sol Stariano despontava logo a sua frente, o que fez ela subir os olhos e admirar a paisagem rosada e laranja, e perceber que ao redor das montanhas e ao fim da vegetação dos fundos Starianos, havia muros fortíssimos. Eles eram de grande estatura metálica e havia muitos robôs e Starianos colocando todo seu desempenho neles, o que a fez sentir um leve arrepio.
— Aquilo tem algo haver com o motivo pelo qual não habitaremos a verdadeira Starian?
— Sim. Lá fora, por enquanto, pode ser perigoso. — Darius respondeu com calma, porque até mesmo ele não havia parado para admirar a beleza de sua futura casa. — Vamos, vou levá-la para minha cápsula.
Gisele engoliu devagar, sentiu o ar do peito pesar mais um pouco, mas não se importou. Ela seguiu Darius, curiosa para ver onde o Gigante Stariano estava acomodado. E foi até mesmo um passeio incrível, já que ela aproveitou o momento para reparar nas acomodações e nos detalhes da nova cidade.
Havia robôs andando pelos caminhos, a entrada de um alojamento grande se parecia com o de uma casa normal, e havia até mesmo espaço para um automóvel grande. E ela sorriu quando viu Darius tomar o caminho de uma cápsula, e viu ele se aproximar de uma porta metálica.
O Goldarx tinha em seu pulso um bracelete n***o, no qual ele passou no que seria um visor na fechadura da porta, enquanto Gisele abria a boca e via toda a intalação por fora subir luzes douradas e a porta simplesmente se abrir do centro para fora, girando como uma laranja.
— Bem vindo Capitão Dourado! — Uma voz robótica, com traços jovens surgiu em frente ao Capitão, mostrando uma pequena bolota cinza, de visor negros e um disco dourado ao seu redor, sobrevoando o ar. — Não ia para uma festa com os humanos, capitão?
Darius tirou o sobretudo, dando espaço para Gisele, no qual o pequeno robô notou sua presença.
— Oh! — A bolota robótica deu um leve salto no ar para trás e imediatamente soltou sua leitura inteligente sobre toda Gisele, para em seguida ser cordial. — Boa noite, humana. Seus dados não estão em minha memória, perdoe-me. Eu sou G-yu. Sou a memória inteligente que serve ao capitão Goldarx.
— Oi, G-yu. — ela respondeu sem graça.
— Essa é a sua humana de acasalamento? Trouxe ela para copular?
Gisele avermelhou as bochechas e viu Darius não saber onde enfiar suas feições. E sem perceber, ele deu um leve empurrão na pelota e andou para dentro da acomodação.
— Cale a boca. — ordenou ao passar pelo robô — Não dê atenção, é apenas o protocolo.
Gisele sorriu e o seguiu casa adentro descobrindo um espaço grandioso, mas ainda sem muitas coisas. Havia algumas malas ao canto de um extensa vidraça que derramava água como uma janela gigantesca, algumas caixas, um robô redondo fazendo a limpeza e do outro lado, o que seria a bancada de acesso a cozinha, com muitos manuais e pilhas de papéis. Era uma casa ampla, mas sem vida.
— Onde estão suas coisas?
— Servindo Starian. Tudo o que tenho são grandes conquistas, muitos pesos Starianos e uma vida de batalhas. — Ele cruzou os braços, olhou a redor e viu Gisele parar em sua frente. — Eu não sei por onde começar, Elaine da terra e os amigos humanos contaram que decorar é algo precioso em sua cultura. Como estou perdido, talvez eu devesse deixar isso para a minha fêmea. — Ele não percebeu, mas a olhou firmemente quando disse suas últimas palavras.
Ela corou, mas deu meia volta e olhou todo o espaço.
— E onde você dorme? Não vai me dizer que Starianos vivem no chão.
— Depende da guerra. — respondeu sério, adentrou a casa e abriu uma porta. Havia uma cama, ela não parecia ter pés, tinha uma leve luz branca no centro de um cômodo redondo e espaçoso. — Quando posso, durmo aqui.
Ele tinha várias portas, estava bem iluminado e a parede atrás da cama se parecia com um aquário. Gisele se aproximou, notou que a cama era alta, mas nada que com um pulinho não conseguisse subir, mas o que chamou a sua atenção foi a parede de aquário, onde não era permitido ver o outro cômodo, mas a água era limpa, azul e tinha vários peixes coloridos e exóticos. Eles tinham tamanhos e formatos diferentes dos peixes comuns, mas se via que eram criaturas marinhas.
— Você gosta de peixes?
— Nós o chamamos de frutos da água. Às vezes eu os como. — O Stariano respondeu de forma natural. — Somos muito apegados à carne das águas.
— Você é mais interessante do que pensa.
Darius preferiu o silêncio, enquanto ponderava se a opinião fora um elogio ou não. Até que a humana simplesmente avançou, deu um pulo e de costas, se jogou para o meio da grande cama, se sentindo pequena, no meio de plumas e rindo do quanto aquilo fora divertido.
Então Darius observou o vestido que fora lançado para cima, notou a pele rosada sobressair e se recordou dos estudos que andava fazendo sobre os humanos e seus meios reprodutores. A f***a daquela humana, estava só mais um pouco para cima… E quando ele menos percebeu, a humana estava apoiada em seus cotovelos, sorrindo de um modo sugestivo para o Goldarx.
— O que está olhando?
O capitão dourado piscou, engoliu devagar e deu um passo mais próximo. Ele simplesmente não conseguia parar de olhar, sentindo o aroma inebriar seus pulmões e admirando a textura da pele. E como se tivesse receio, ele levantou as mãos para tocá-la e esperou um segundo aguardando alguma ordem negativa, no entanto, nada ouviu. Então ele esticou a ponta dos dedos e tocou a ponta dos joelhos de Gisele.