Estavam todas apreensivas. Kelly fora levada e existia a promessa de que ela voltaria a qualquer momento. Os starianos mantinham os humanos informados, mas ninguém sabia dizer até onde era verdade ou não. O fato é que restava muito pouco para a quarentena acabar e elas tinham recebido a visita de Elaine, a qual tentava explicar furiosamente sobre a reprodução Stariana e o quanto era importante gerar bebês.
Na verdade, o real motivo daquele projeto era realmente gerar bebês, mas os Starianos se preocupava com coisas como o “entender e aceitar”, e por incrível que pareça, a metade das mulheres ali não quiseram tentar colocar suas amostras com seus parceiros compatíveis. As outras aceitaram passar por um teste de compatibilidade e convivência, além da positividade geneticamente estudada.
A causa era um mero fator para elas. E Elaine parecia se sentir derrotada.
— Talvez, se mostrar quem são nossas espécies compatíveis, pode melhorar? — Tentou Meredith, na sala onde elas assistiam as aulas de Elaine, enquanto a miúda cientista pensava na possibilidade.
Aquilo gerou um burburinho, mas Gisele, até então calada, levantou a mão e fez a sala ficar em silêncio, enquanto Elaine sentava à beira de sua mesa e dava atenção a moça.
— Não estão fazendo a seleção com mulheres que se importam com a causa. — Gisele olhou para as colegas. — Ninguém aqui se importa se Starian vai ruir, se vai entrar em extinção e se isso depende da gente. Estão pegando mulheres que estão a um passo de descartar suas vidas, fracassadas e ao limite de seus traumas e estão colocando a responsabilidade das suas fúteis vidas em um planeta que não tem nada a ver com a merda da vida de vocês.
— Você tem um favorito. — reclamou uma garota — Só porque aquele i****a dourado saltou no espaço e te salvou, você resolveu julgar a gente? Vai fazer o quê, gerar um amontoado de aberrações douradas para dizer a ele “muito obrigada”? Ah não, espera. Você desmaia toda vez que vê um Stariano. Está querendo julgar quem?
Gisele franziu o cenho.
— O i****a dourado salvou a vida de todas nós, quando a terra nos tratou que nem lixo, nos deu como desaparecidas e arquivou nosso sumiço para receber uma pedra preciosa por suas vidas! — Gisele, sem se dar conta, estava berrando.
Meredith levantou a mão entre as duas, quando o silêncio parou e Elaine escondeu o risinho.
— Eu não me importo em conhecer meu… companheiro. Seria bom beber alguma antes do sexo. — Elaine se virou para sorrir abertamente e esconder o sorriso, antes de voltar a fitar as mulheres ali presente.
— Ótimo. Temos um acordo. Encontros com os Starianos!
Gisele respirou mais calma, enquanto Meredith e Brisbee passavam a mão em seus ombros, tentando acalmar a moça.
— Mandou bem Gi. — Brisbee sussurrou, enquanto o clima ficava mais tranquilo e Elaine dava suas dicas finais.