Pré-visualização gratuita PRIMEIRA FASE - 01
HANNIBAL NARRANDO
– Quero saber por que c*****o você tirou arma da minha propriedade e enfiou na sua casa, seu merda. Responde! – Dei uma coronhada em Ceará, um dos meus auxiliares. Ele era, perdeu o posto hoje, e vai morrer. Muleque teimoso, avisei que estava indo pro caminho errado. Traição não tem perdão.
– Por favor, Han, não me mata. Nós somos parceiros há anos, eu sempre te servi, você sabe disso. – Ele implorava como se pudesse mudar alguma coisa no que aconteceu.
– f**a-se, seu saco de vacilo cheio de merda. Você não merece nada além da morte. – Carreguei a arma, apontando para a cabeça dele.
– No rosto não, por favor, vai estragar o enterro, minha mulher vai sofrer muito... – Soltei uma gargalhada.
– Devia ter pensado nisso quando roubou seis armas do meu carregamento. – Falei. Essa foi a última frase que ele ouviu. O homem antes de joelhos caiu no chão, e eu dei os ombros. – Queimem. Não, esse traidor não merece ser enterrado. – Saí andando e coloquei a arma no coldre nas minhas costas.
É difícil lidar com traidores. Ceará conspirava contra mim junto com mais três, que já estão mortos. Iriam me trair com minhas armas, metralhar minha casa, matar minha esposa e depois me torturar até a morte. Um plano macabro, tão macabro quanto o meu, de quando matei o dono do morro e o tomei pra mim.
Cheguei em casa e precisava de um banho. Minha esposa Pâmela estava deitada na cama, coberta com o lençol, linda como sempre. É uma morena dos cabelos lisos e longos, unhas sempre feitas e com alongamento, cílios, siliconada... Para uma mulher da idade dela, entrando nos quarenta, aparenta uns trinta. É uma tremenda de uma gostosa.
– Pâmela, vem tomar banho comigo. – Falei.
– Tô cansada, não tô afim. – Resmungou. Ela está estranha.
– Qual é, Pam, você tá me ignorando há semanas. O que caralhos eu fiz? Eu tô tentando consertar as coisas entre a gente e parece que você não liga.
– E você acha que eu vou esquecer dezesseis anos de maldade sua em duas semanas, Maicon? Eu não sou i****a. Essa tua mudança é falsa. Eu não vou tomar banho contigo de qualquer forma, me deixa em paz. – Ela abraçou o travesseiro e eu dei um soco na porta do banheiro da nossa suíte.
– Mas que p***a, mulher! Cheio de vagabunda querendo sentar na minha rola e você de frescura, p**a que pariu. Quer saber? Eu vou começar a comer todo mundo, já que de mim você só quer o dinheiro. Sua vagabunda m*l caráter. – Ela se irritou e se levantou da cama. Estava com um short muito curto e uma camiseta mostrando a barriga reta da lipo que eu paguei.
– Eu, vagabunda e m*l caráter? Acho que você tá confundindo as pessoas e falando de você mesmo, seu i*****l. É você quem não presta aqui, você quem é um merda violento e ridículo. – Me aproximei dela, apontando o dedo na cara dela e a olhando com ódio.
– Nunca fui violento com você. Você sabe quem eu sou e o que eu tenho que fazer. Você tá reclamando porque dei um coça no seu amante? Ele merecia um tiro na cara, não um coça. Onde já se viu dormir com a mulher do dono do morro? – Ela soltou uma risada.
– Esse casamento já acabou faz tempo, Maicon... E só você não viu. – Ela cruzou os braços e se sentou na cama. – E a próxima vez que você apontar essa merda de dedo na minha cara, eu vou enfiar ele no teu cu.
– Tá louca, mulher? É uma louca mesmo. Cada dia mais perturbada. Você me trai, eu corro atrás de você igual um louco, e você me culpa porque eu tô puto? E ainda me dá um gelo na cama como se o culpado fosse eu? Você não merece ser primeira dama não, p***a. Você não merece um centavo meu.
– Quer saber de uma coisa, Maicon? Eu cansei. Cansei de você jogar na minha cara as coisas que você paga pra mim. Se não fosse por mim, você não teria chegado aonde chegou. Eu estive do seu lado controlando essa sua impulsividade por dezesseis anos, e você não mudou nada. Você não me merece. Eu vou embora, e você que fique chupando o dedo... E aliás, o meu amante que você deu um “coça” nem foi o único.
Pâmela foi até o armário e começou a retirar as roupas.
– Ah, pronto. Vai embora e se sustentar como? Vai virar p**a, né? Porque não tem mais nenhum atributo além da beleza. – Ela colocava as coisas na mala de forma rápida.
– Viro p**a mas não fico mais no mesmo teto que você. Eu nem sei porque ainda estou aqui, sinceramente. – Disse. Eu a segurei pelo braço. – Me solta!
– Pâmela, você vai jogar dezesseis anos no lixo? É sério?
– Já tá no lixo faz tempo. Toda essa situação é uma merda e eu não quero mais. – Ela fechou a bolsa e começou a se trocar com a roupa que havia separado.
– Pâmela! Vagabunda! Sua ridícula! – Dei um soco na parede. – Você sempre foi uma v***a!
– Você sempre mereceu! – Ela gritou. Por mais que eu odeie admitir, as palavras dela estavam atingindo minha alma.
– Nunca te traí, nunca te maltratei... Eu te dei tudo que você sempre quis, mas parece que não foi o suficiente.
– Não, não foi. Eu não gosto do jeito que você trata as pessoas. Você não merece estar nem comigo, nem com nenhuma outra mulher decente. – Ela me olhava com desprezo. Filha da p**a.
– Pâmela, você é uma v***a. Não tem moral nenhuma de julgar se eu mereço ou não uma mulher decente.
Eu a vi sair pela porta, mas não disse ou fiz nada. Eu também estou cansado...
Meu coração se partiu. Tudo que eu fiz foi amar essa mulher, e ela quebrou a p***a do meu coração. Nem achei que isso fosse possível, mas aconteceu.