A Omega e o Alfa

Capítulo 5

POV Brian

Retorno para casa à meia-noite depois de um dia cansativo de treino e uma longa reunião com meu pai sobre minha viagem aos Estados Unidos para um treinamento avançado de dois anos. Concordamos que vou depois vou após o jantar de noivado com Cadênce, ela não é minha companheira predestinada e sim uma companheira escolhida, tenho 20 anos e não encontrei minha companheira, viajei em algumas alcatéias a procura dela por por mais ou menos um ano e meio, sem sucesso se encontra-la, estou feliz com Cadênce, ela me ama e eu também a amo.

Chego em casa e sinto um enorme cheiro de excitação que emana por todo o corredor do meu quarto, penso comigo mesmo, será que tem visita no quarto de hóspedes?

Como tenho uma audição muito aguçada por ser um lobisomem, reconheço a voz de Cadênce fazendo gemidos... sinto meu coração apertado, coloco a mão na maçaneta da porta não querendo acreditar no que estou prestes a ver...

Assim que abro a porta do quarto, porém, o que viu fez seu mundo desmoronar. Cadênce estava na cama, completamente entregue, entre dois de seus melhores amigos, Matheus e Henrique. O suor brilhava em seus corpos entrelaçados, os gemidos enchiam o quarto, e por um instante, Brian sentiu-se paralisado. Seu primeiro instinto foi fechar a porta e fingir que nada daquilo estava acontecendo. Eles estavam tão entregues que não perceberam eu chegando, mesmo estando todo suado. A traição queimava em minha pele, e não conseguia evitar um passo para dentro. Os três perceberam sua presença e pararam, com os olhos arregalados. Cadênce levou a mão à boca, surpresa. Matheus e Henrique se entre olharam assustados por terem traído o alfa da alcatéia, eles estavam cientes que não seria fácil sair dessa situação, estavam tentando entender o que aconteceria a seguir. Brian respirou fundo, sentindo a raiva borbulhar, mas algo inesperado aconteceu. Em vez de explodir, uma onda de raiva e alívio percorreu seu corpo. O choque deu lugar a um calor desconhecido, e um pensamento perigoso cruzou sua mente.

— Brian… — Sofia começou, mas sua voz falhou. Ele não disse nada de imediato. Caminhou lentamente para mais perto, observando cada detalhe da cena. O desejo nos olhos dela, o corpo firme de Henrique e a ousadia de Matheus. Uma mistura de sentimentos se revirava dentro dele.

— Isso é o que você quer? — Sua voz soou rouca.

Cadênce hesitou, mas seus olhos brilhavam de desejo.

— Eu não planejei isso… mas… tentou se justificar. — Como você pôde? — Sua voz saiu firme, carregada de mágoa.

Cadênce tentou se aproximar, lágrimas se formando em seus olhos.

— Brian, por favor… me escuta! — ela implorou.

Ele ergueu a mão, interrompendo qualquer explicação que pudesse vir.

— Não há nada para explicar. O que eu vi diz tudo. Eu não posso continuar com isso. — Sua voz estava carregada de decepção.

Matheus e Henrique mantiveram-se em silêncio, cientes da gravidade da situação. Brian olhou uma última vez para Cadênce, sentindo o amor que um dia sentiu se esvair por completo. Sem mais uma palavra, virou-se e saiu do quarto, deixando para trás os destroços de um noivado que jamais poderia ser reconstruído.

Naquela noite, ele se transformou e correu sem rumo, sentindo a dor da traição pesar sobre seus ombros, apesar de não sentir o vínculo de companheiro, sua tristeza e dor era verídica. Mas, no fundo, sabia que essa era a libertação que precisava para recomeçar sua vida sem mentiras e ilusões.

Chego no meu lugar favorito, minha cachoeira, como a costumo chamar, sempre venho aqui, esse lugar me ajuda a pensar, gosto da sensação de vento fresco quando estou com humano e meu lobo Adam ama o cheiro da brisa e os respingos da água em seu focinho.

- Eu disse que não ia dar certo, eu não gosto dela, nunca me passou confiança - diz meu lobo Adam com um leve tom de irritação e decepção.

- Eu precisava tentar Adam, não achamos nossa companheira e acho que não vamos acha-la. Digo com lágrimas nos olhos da decepção que acabamos de ter e triste por não encontrar nossa companheira.

Chego em casa de manhã, dormi na cachoeira, entro em casa, sinto um aroma de morangos com chocolate que me deixa embriagado.

- Sentiu isso, Adam? O que acha que é? digo meio embriagado.

- Sinto sim, será que...

Cadênce aparece correndo aos prantos quando me vê, e fica de joelhos aos meus pés.

Levanto a mão e digo a ela: - Nada do que você fizer ou falar me fará mudar de idéia, saia da minha casa agora. Digo um tom duro, carregada de raiva.

Se levanta chorando dizendo que podemos conversar mais tarde.

Saio do me quarto e vou para o escritório do meu pai, sei que ele acorda cedo. Bato na porta, aguardando autorização para que eu entre na sala. Abro a porta e o vejo sentado na grande sala em sua poltrona de couro com a duas mãos massageando sua têmpora.

- Pai, precisamos conversar... assim que começo a falar sou interrompido por ele, que levanta a mão me pedindo silêncio.

- Cadênce me contou o que aconteceu entre vocês, meu filho, você será o futuro alfa dessa matilha não pode deixar que isso te machuque, vocês não possuem o vínculo de companheiro então não pode ter doido tanto assim. Meu diz com um semblante tranquilo.

- Pai está se ouvindo? Sinto Adam querer tomar o controle. - Eu não vou aceitar uma traição dessas, é minha decisão e na vou voltar atrás! Falo com uma leve alteração na voz.

- Filho, você não entende, precisa se casar com ela, para o bem da nossa matilha! Meu pai responde com uma preocupação na voz.

- O senhor quer me dizer que vou ser obrigado a me casar com ela, depois de tudo o que aconteceu? É isso mesmo? Grito para meu pai não aceitando sua decisão.

- Não vou me casar e o senhor não pode me obrigar! Saindo e batendo a porta.

Encontrei minha mãe, no corredor do meu quarto preocupada.

- Meu filho, você sabe te amo e jamais vou querer que você sofra, seu pai não vai mudar de idéia e você sabe. - ela me diz me dando um abraço rápido, me entregando um envelope e me empurrando para dentro do meu quarto.

Abro o envelope e encontro passagens de avião para o treinamento, vejo uma mala feita em cima da cama.

E assim vou para meu treinamento avançado de dois anos fora do país.