Lauren Mckay
Estávamos entrando no outono. O dia estava gelado em Illinois e eu não era muito adepta ao frio.
Como de praxe, eu e Alec estávamos trabalhando juntos em um escritório dele em Chicago. Nós estávamos fazendo o possível para levar adiantar a fusão das empresas. Embora nós ficássemos praticamente o dia todo juntos, a noite nós continuávamos em quartos separados. E semanas após nossa conversa mais profunda, ele não havia me procurado um dia sequer para f********o.
Não era algo que me fazia sentir tanta falta, mas eu não podia colocar outra pessoa dentro da casa dele para t*****r comigo, e eu não podia exigir nada dele. Nós estávamos sendo bons amigos e era só isso. Mesmo que as vezes eu notasse que Alec estava olhando para o meu corpo me desejando, eu conseguia conter a minha vontade de agarrá-lo.
Logo pela manhã, eu havia acabado de chegar no escritório. Eu gostava de épocas frias, minhas roupas de outono eram luxuosas e lindas. Todos os dias eu estava com uma alta costura diferente, algo de grife ou simplesmente icônico. Então foi normal eu acessar minhas redes sociais e encontrar fotos minhas por Chicago.
Eu repostei algumas e depois voltei a trabalhar, mas antes do almoço meu pai me surpreendeu logo quando eu estava indo encontrar com Alec em uma lanchonete.
Ele disse que precisava conversar comigo urgentemente e pediu para me acompanhar durante a refeição.
— Oi, Alec — Cumprimentei meu marido e ele ergueu o olhar, parecendo surpreso em ver meu pai.
— Eric, boa tarde! — eles apertaram as mãos.
— Bom, infelizmente não é tão boa assim — meu pai apanhou o celular do bolso e abriu algumas fotos minhas.
Eu me sentei ao lado de Alec e cruzei o cenho.
— Não estou entendendo... — Alec me olhou e eu balancei a cabeça.
— Não faço ideia de qual a importância dos meus looks de outono para esta intervenção — brinquei.
— Você está sendo seguida, Lauren — ele deu zoom em várias fotos, me deixando levemente preocupada.
Um homem de capuz aparecia em todas as fotos das últimas duas semanas.
Alec apanhou o celular rapidamente e observou as imagens, fechando totalmente a cara. Ele travou a mandíbula e cruzou o cenho, negando com a cabeça.
— Se ele estiver realmente te perseguindo, vamos descobrir — meu marido assegurou — mas quem garante que ele não é só mais um stalker ou alguém que queria entrar no escritório?
Meu pai olhou meu marido com um olhar mortal.
— Rapaz... Minha filha pode estar sendo perseguida e correndo riscos. Se fosse algum drogado ou ladrãozinho já teria atacado! Eu sei que você apenas finge o papel do marido, mas no contrato você garantiu a integridade física da Lauren, e se algo acontecer com a minha filha sob seus cuidados, a história vai ser bem diferente.
— Pai, eu não preciso ser...
— Senhor Mckay, eu te garanto veemente de que eu estou ciente das minhas responsabilidades, eu só não acho que precisa transformar essa história em algo maior do que é.
Meu pai ignorou as palavras de Alec e me encarou.
— Você vai para Nova Iorque agora. Pegue as suas coisas mais importantes na casa de vocês e vamos. Eu já reservei um vôo. Eu não vou assistir você correr perigo com este saco de batatas ao seu lado que não irá ao menos proteger você!
— Ela é minha esposa!
Senti um certo arrepio na espinha com a frase de Alec, pois eu não imaginei que um dia ele brigaria por mim desta forma. Fiquei surpresa em como ele se impôs.
— Ela é minha filha, garoto. Eu decido!
Revirei meus olhos e encarei os dois homens em minha frente.
— Eu sou uma adulta, eu decido... — suspirei e antes de continuar a falar, pedi um copo enorme de refrigerante — Pai, eu entendo você, principalmente por tudo o que já aconteceu no passado, mas eu sei me virar e eu vou pedir para o Geralt trazer a Heidi assim que possível. Vou me atentar a tudo e andar armada se preciso... E Alec — o olhei — a única coisa que podemos fazer é vir escoltados para o trabalho, não sabemos se pode ser algo comigo ou com você. Na sua casa nós já temos muita proteção, acho que podemos ficar lá até que toda equipe de segurança identifique o sujeito. Eu não vou fugir.
— Lauren, eu exijo que você volte comigo! — meu pai esmurrou a mesa, fazendo o meu copo balançar de respingar.
— Você ouviu sua filha, Eric. Nós vamos resolver isso.
Meu pai não ficou feliz. Ele apenas se levantou e nos olhou profundamente.
— Não seja burra, filha. Você sabe dos riscos.
Após isso, ele se retirou.
Alec e eu fomos para casa e ele fez vários telefonemas para identificar o rapaz das fotos. Claro que eu não estava bem. Eu tinha medo do que poderia acontecer, a cada segundo meu passado parecia me assombrar mais e mais. Como se eu sentisse que algo maligno e terrível fosse me acometer.
Em menos de duas horas a casa de Alec estava com policiais me fazendo perguntas, alguns investigadores e profissionais analisando as imagens. Eles começaram a falar tantas coisas, com tantas especulações e eu decidi ir para o meu quarto.
Meu coração estava quase saindo pela boca, minhas mãos tremiam como se eu fosse colapsar.
Entrei no banheiro e comecei a jogar água no rosto sem parar. Em seguida eu enchi a banheira com água fria e entrei nela com roupa e tudo.
Naquele momento eu me senti a garotinha do papai. A garotinha que estava indefesa há treze anos com um bando de sequestradores bastardos. A garotinha que cresceu sem a mãe.
Eu me afundei na banheira e gritei até todo o ar sair dos meus pulmões e a água adentrar as minhas vias nasais.
Eu não sei ao certo o motivo, mas eu sentia que o pesadelo estava apenas começando.
Depois de passar o restante do dia no quarto, eu ouvi algumas vozes no corredor e em seguida batidas na porta.
— Posso?
Olhei para Alec e ele espichou o restante do corpo para dentro do meu quarto.
— Acredito que esteja com fome — ele me entregou um prato com sanduíche e leite de amêndoas.
— É isso o que você cozinha? — brinquei, me sentando na cama.
— Geralmente eu coloco mais maionese, mas... — ele pensou em um trocadilho e suspirou — eu estou bem preocupado com isso. Nós refizemos seus passos das últimas três semanas e esse rapaz está próximo a você todos os dias, é muito estranho.
— Talvez eu deva ficar sozinha em algum lugar e esperar para ver o que acontece — sugeri — a polícia estará a postos, sua equipe também...
— Eu não vou deixar nada de m*l te acontecer, Lauren — ele afirmou — nada. Isso nem é uma opção. A gente vai resolver da forma mais segura possível.
Coloquei o prato na mesinha ao lado e olhei Alec nos olhos.
— Eu só não aguento mais reviver tudo o que já aconteceu comigo.
Alec segurou meu rosto e beijou minha testa.
— Se concentra em outra coisa.
Torci o lábio e peguei o controle da televisão.
— Não, isso não — ele tirou o controle da minha mão — e se você só relaxar?
Alec retirou o cobertor de cima de mim e riu quando me viu apenas de camiseta e calcinha.
Ele beijou meu pescoço, meu lóbulo, meu lábio... Em seguida desceu os beijos pelo meu corpo até estar entre as minhas pernas.
O pastor era um safado.
Ele beijou o interior das minhas coxas e passou a língua pelo tecido da minha calcinha. Em seguida, com o dedo indicador, ele afastou o tecido para o lado e teve total acesso ao lugar que ele tanto queria.
Era estranho estar sentindo tanta apreensão e em seguida ser tomada por uma vontade irracional de f***r.
E ali estávamos nós. Alec me chupando como se eu fosse sua refeição preferida, e eu gemendo guturalmente, me dispersando de todos os pensamentos ruins.
No final de tudo, nós tivemos a nossa primeira noite dormindo juntos.
Ele me satisfez, me massageou, penteou meu cabelo e depois me colocou para dormir de conchinha. E naquele momento de vulnerabilidade, eu quis que o casamento fosse real por alguns segundos.
Ouvi um barulho estranho no andar de baixo. Parecia ser uma briga, e quando despertei, Alec não estava na cama.
Respirei fundo e fiquei em silêncio, indo em direção a porta.
Eu tive certeza de que a casa estava sendo revirada.
Corri até o quarto de Alec e o vi com uma arma nas mãos. A mesma arma que ele deixava na escrivaninha.
Ele se assustou ao me ver e fez um sinal para que eu ficasse em silêncio.
— Invadiram a casa — ele sussurrou — fique atrás de mim.
Apenas concordei e corri até ele, o apertando.
— O que está acontecendo?
— Eu não sei — ele manteve a guarda — eu preciso que você se esconda no banheiro e não faça barulho, tudo bem?
— Alec...
— Entra no banheiro e se tranca.
Sequei meus olhos e fiz o que ele pediu, entrando no banheiro.
Alguns minutos depois eu ouvi uma movimentação e Alec começou a discutir com alguém.
— Abre a porta, c*****o! — uma voz rude gritou e bateu na porta do banheiro — Abra a porta, Lauren Mckay, sua p**a! Abra a porta ou eu mato o seu marido.
Eu abri a porta vagarosamente e dei de cara com um homem enorme e muito gordo, todo tatuado. Eu nunca havia o visto antes.
— Você vai vir comigo — ele me puxou e eu me debati. Em seguida, ouvi um disparo e olhei para Alec.
Ele havia disparado contra o brutamonte que tentava me arrastar, mas com todo o pânico, não notamos que havia uma outra pessoa na varanda do quarto, com uma mira impecável direcionada ao meu peito.
Eu me lembro de ter tentado correr, mas quando a bala me atingiu, eu apenas vi tudo apagar lentamente enquanto meu marido era arrastado para fora do cômodo.